Práticas de interação e seus processos de aprendizagem coletivos em uma cooperativa popular

• Autor(a) principal: Aguiar, Selma
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da Universidade Cruzeiro do Sul
• Texto Completo: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2952
• topic: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ADMINISTRACAO; Teoria da atividade; Aprendizagem expansiva; Cooperativa popular

A aprendizagem tem sido alvo de discussões freqüentes nos meios acadêmicos. Alinhado com estas discussões, este estudo tem por objetivo analisar, sob a perspectiva da Teoria da Atividade Histórico-Cultural e seu ciclo expansivo, desenvolvida por Engestrom, e a partir de práticas coletivas de interação, o processo de aprendizagem expansiva em uma cooperativa popular incubada pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal do Paraná. Nosso pressuposto é que o ambiente cooperativo possibilita a aprendizagem e que esta é um processo socialmente construído, à medida que indivíduo interage com o ambiente e participa da criação da nova realidade. Na busca de compreender este fenômeno, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa, de natureza exploratória, utilizando-se da história oral como método de pesquisa. Neste contexto, partiu-se de uma revisão bibliográfica e documental para então analisar o caso empírico, por meio de entrevistas semi-estruturadas e observações. Os resultados obtidos a partir da teoria estudada e da análise do caso empírico nos ajudaram a compreender e reconhecer a importância das relações sociais e a influência que a historicidade, a existência de multivozes e de contradições exercem sobre os indivíduos e suas práticas e denotam a existência de um processo de aprendizagem continuada pelos cooperados que participaram do estudo por meio de um movimento de cooperação e interação, que possibilita a construção de um ambiente que favorece a aprendizagem, no qual os sujeitos são capazes de ampliar o aprendizado recebido pelos agentes intervenientes no processo de cooperação. Percebeu-se também que os cooperados são capazes de expandir os ensinamentos recebidos pela incubadora, adaptando estes ensinamentos às suas realidades e desenvolvendo novas práticas. No entanto, entendemos que esta cooperativa ainda não foi capaz de conquistar a autonomia e a independência nas suas relações com o mercado e conseqüentemente não consegue superar sua dependência dos órgãos financiadores e doadores de materiais recicláveis, sendo estes os principais clientes da cooperativa.