Judicialização antes da democratização? O Supremo Tribunal Federal e o destino da Emenda Constitucional das "Diretas Já"

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Werneck Arguelhes, Diego
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Proença Süssekind, Evandro
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Pensar (Fortaleza. Online)
DOI: 10.5020/2317-2150.2018.7211
Texto Completo: https://ojs.unifor.br/rpen/article/view/7211
Resumo: Este trabalho recupera a discussão sobre o papel do Supremo Tribunal Federal (STF) na rejeição da Proposta de Emenda Constitucional Dante de Oliveira – a Emenda das “Diretas Já” -, utilizando esse episódio para repensar a relação entre democratização e judicialização da política no Brasil. A participação do STF não integra a narrativa pública sobre a Emenda, nem os estudos acadêmicos sobre a transição para a democracia. A atuação do tribunal, porém, foi decisiva para o fracasso da reforma constitucional que viabilizaria as eleições diretas para a presidência da república. Neste trabalho, procuramos reconstruir a decisão das “Diretas Já” como um episódio de judicialização da política antes da democratização, com o tribunal agindo sobre um conflito político de alta magnitude recriando e justificando novas estruturas normativas no nível constitucional. Provocado por parlamentares do PMDB, o Supremo interveio no debate sobre como interpretar o quórum constitucional para aprovação de emendas. O tribunal resolveu o conflito político a partir de argumentos constitucionais, afirmando a todo momento a sua autoridade para resolver a questão. Embora tenha decidido em favor do governo militar, o tribunal exerceu atividade criativa para fazê-lo, afastando-se de seus claros precedentes sobre o tema. Nesse sentido, como um episódio de judicialização da política antes da democratização, o caso das “Diretas Já” permite repensar, de forma mais precisa, a relação entre a democratização e os processos de expansão do poder do STF desde a transição.
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