Linguagem e interpretação: interações surdo/ouvinte no espaço escolar
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNIJUI |
Texto Completo: | http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/1856 |
Resumo: | Esta dissertação discute questões referentes à linguagem e à interpretação no campo da educação de surdos, inseridos em escolas regulares de ensino fundamental e médio. A pesquisa desenvolveu-se a partir da inserção da pesquisadora, como intérprete educacional em uma escola pública do município de Ijuí/RS e teve como campo de investigação um projeto, cujas atividades, coordenadas pela pesquisadora, visam instigar os surdos a ensinar a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) para os ouvintes. No âmbito das ações desse projeto, com o intuito de tecer os entrelaçamentos entre linguagem e interpretação, procurou-se perceber as relações linguísticas e suas contribuições para a constituição dos sujeitos que fazem parte dos espaços escolares e, principalmente, o lugar que ocupam as interações linguísticas na inclusão dos surdos na escola regular. Para delinear os caminhos investigativos preservando tanto a inserção dos sujeitos no cotidiano definido como campo empírico, quanto o rigor teórico que requer uma pesquisa; a metodologia qualitativa, com viés etnográfico, mostrou-se a mais adequada. Nessa perspectiva teórico-metodológica, os dados utilizados como objeto de análise e reflexão foram obtidos por meio de observações in loco, realizadas junto aos estudantes que participaram do referido projeto. Além da riqueza de informações que as observações e interações com o cotidiano propiciaram, foram realizadas, também, entrevistas na forma de rodas de conversa com os sujeitos da pesquisa a fim de possibilitar maior aproximação com as suas vivências, com as suas histórias, com o seu cotidiano e efetuar as “amarrações” com o referencial teórico construído, na interlocução com os autores de referência. Esse aporte teórico está ancorado, principalmente, em Gadamer, por sua significativa teorização sobre linguagem, interpretação e conversação, conceitos centrais nesta caminhada investigativa. São trazidos ainda para a interlocução, autores como Hall, Bauman, Larrosa e Skliar, considerando suas importantes contribuições e teorizações acerca da cultura, da identidade, das relações humanas, do saber da experiência e das problematizações em torno da surdez, respectivamente. As conclusões, ainda que provisórias ao final do percurso investigativo permitem dizer que há possibilidade de criação de espaços de conversações entre surdos e ouvintes, mesmo sem a presença do intérprete, e que estes espaços-tempos de comunicação autêntica e autônoma enlaçam experiências subjetivas indispensáveis para que a inclusão ocorra. O diálogo entre surdos e ouvintes mostra-se viável por meio da LIBRAS; no entanto, exige um esforço de ambas as partes, uma na tarefa de ensinar e a outra na tarefa de aprender, para juntas estabelecerem elos de comunicação. |
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Esta dissertação discute questões referentes à linguagem e à interpretação no campo da educação de surdos, inseridos em escolas regulares de ensino fundamental e médio. A pesquisa desenvolveu-se a partir da inserção da pesquisadora, como intérprete educacional em uma escola pública do município de Ijuí/RS e teve como campo de investigação um projeto, cujas atividades, coordenadas pela pesquisadora, visam instigar os surdos a ensinar a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) para os ouvintes. No âmbito das ações desse projeto, com o intuito de tecer os entrelaçamentos entre linguagem e interpretação, procurou-se perceber as relações linguísticas e suas contribuições para a constituição dos sujeitos que fazem parte dos espaços escolares e, principalmente, o lugar que ocupam as interações linguísticas na inclusão dos surdos na escola regular. Para delinear os caminhos investigativos preservando tanto a inserção dos sujeitos no cotidiano definido como campo empírico, quanto o rigor teórico que requer uma pesquisa; a metodologia qualitativa, com viés etnográfico, mostrou-se a mais adequada. Nessa perspectiva teórico-metodológica, os dados utilizados como objeto de análise e reflexão foram obtidos por meio de observações in loco, realizadas junto aos estudantes que participaram do referido projeto. Além da riqueza de informações que as observações e interações com o cotidiano propiciaram, foram realizadas, também, entrevistas na forma de rodas de conversa com os sujeitos da pesquisa a fim de possibilitar maior aproximação com as suas vivências, com as suas histórias, com o seu cotidiano e efetuar as “amarrações” com o referencial teórico construído, na interlocução com os autores de referência. Esse aporte teórico está ancorado, principalmente, em Gadamer, por sua significativa teorização sobre linguagem, interpretação e conversação, conceitos centrais nesta caminhada investigativa. São trazidos ainda para a interlocução, autores como Hall, Bauman, Larrosa e Skliar, considerando suas importantes contribuições e teorizações acerca da cultura, da identidade, das relações humanas, do saber da experiência e das problematizações em torno da surdez, respectivamente. As conclusões, ainda que provisórias ao final do percurso investigativo permitem dizer que há possibilidade de criação de espaços de conversações entre surdos e ouvintes, mesmo sem a presença do intérprete, e que estes espaços-tempos de comunicação autêntica e autônoma enlaçam experiências subjetivas indispensáveis para que a inclusão ocorra. O diálogo entre surdos e ouvintes mostra-se viável por meio da LIBRAS; no entanto, exige um esforço de ambas as partes, uma na tarefa de ensinar e a outra na tarefa de aprender, para juntas estabelecerem elos de comunicação. |
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