Entre o amor e a esperança: a luta das visitantes do sistema prisional para garantir suas relações afetivas e a dignidade de seus familiares em tempo de pandemia
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do Centro Universitário La Salle |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11690/2599 |
Resumo: | Ainda que a situação do sistema prisional brasileiro seja discutida em diversos aspectos, é imperiosa e oportuna a abordagem sobre o reconhecimento das relações afetivas dentro de um ambiente tão limitador, pois essa é a realidade de muitos casais. O cárcere abriga não só os apenados, mas também inúmeras mulheres que visitam seus entes queridos durante o período em que estão presos, ainda que seja de maneira provisória. A conjuntura das prisões brasileiras é, em sua maioria, precária, contribuindo para inúmeras violações de direitos humanos e fundamentais, de titularidade, tanto dos encarcerados quanto de seu grupo familiar. Assim, este estudo teve como objetivo principal pesquisar, identificar, compreender e analisar a importância das visitantes e a efetividade das relações afetivas no contexto prisional, a partir das narrativas de esposas e companheiras de pessoas que já cumpriram ou estão cumprindo pena em estabelecimentos prisionais no estado do Rio grande do Sul. O estudo apresenta informações sobre a realidade das prisões que, conforme declarado pelo Superior Tribunal Federal, configuram um “Estado de Coisas Inconstitucional” e sobre a maneira como a pandemia originada pelo vírus SARS- CoV-2, causador da COVID-19, afetou o cenário. Discutem-se as medidas preventivas implementadas pelo Governo, Estado e Judiciário no combate à doença e analisa-se a forma como as familiares organizaram-se para defender a dignidade de seus entes e preservar seus vínculos conjugais. O trabalho empírico foi realizado a partir da inserção em grupos de familiares, acompanhando manifestações, reuniões e entrevistando esposas e companheiras no período de 09/09/2021 a 14/09/2021. O referencial teórico escolhido foi Boaventura de Souza Santos (2021), com a obra “Da pandemia à utopia: o futuro começa agora”. Realizou-se o estudo utilizando-se o método dialético e a técnica de entrevistas semiestruturadas, intentando responder às seguintes questões: há relevância e reconhecimento dos vínculos afetivos para o contexto prisional? Em tempos de pandemia, com ausência ou limitação de visitas, os relacionamentos são fortalecidos ou enfraquecidos? As instituições prisionais e o Estado, em si, reconhecem a importância das visitantes para o contexto? Para responder às questões que constituem o problema, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa, durante a qual foram entrevistadas dez esposas e companheiras, cujas narrativas foram submetidas à análise de conteúdo, conforme Bardin (2006). Os resultados apontam que as visitantes têm suas vidas reorganizadas a partir da prisão dos seus maridos e companheiros, com destaque na vida financeira, social e emocional, sobrecarregando-se psicologicamente para agir, inclusive na falha de proteção por parte do Estado aos indivíduos que estão sob sua custódia. O tratamento às familiares ainda é preconceituoso e, por vezes, ofensivo. Com os 10 relatos e descrições das experiências vivenciadas pelas participantes da pesquisa, o trabalho apresenta como importante reflexão a necessidade do reconhecimento da importância dos vínculos afetivos para a preservação do respeito e da dignidade de todos os envolvidos. |
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Proença, Ana Carolina da LuzWeingartner Neto, Jayme2022-03-07T23:01:05Z2022-03-07T23:01:05Z2021PROENÇA, A. C. L. Entre o amor e a esperança: a luta das visitantes do sistema prisional para garantir suas relações afetivas e a dignidade de seus familiares em tempo de pandemia. 2021. 164 f. Dissertação (mestrado em Direito) - Universidade La Salle, Canoas, 2021. Disponível em: http://hdl.handle.net/11690/2599. Acesso em: 07 mar. 2022.http://hdl.handle.net/11690/2599Ainda que a situação do sistema prisional brasileiro seja discutida em diversos aspectos, é imperiosa e oportuna a abordagem sobre o reconhecimento das relações afetivas dentro de um ambiente tão limitador, pois essa é a realidade de muitos casais. O cárcere abriga não só os apenados, mas também inúmeras mulheres que visitam seus entes queridos durante o período em que estão presos, ainda que seja de maneira provisória. A conjuntura das prisões brasileiras é, em sua maioria, precária, contribuindo para inúmeras violações de direitos humanos e fundamentais, de titularidade, tanto dos encarcerados quanto de seu grupo familiar. Assim, este estudo teve como objetivo principal pesquisar, identificar, compreender e analisar a importância das visitantes e a efetividade das relações afetivas no contexto prisional, a partir das narrativas de esposas e companheiras de pessoas que já cumpriram ou estão cumprindo pena em estabelecimentos prisionais no estado do Rio grande do Sul. O estudo apresenta informações sobre a realidade das prisões que, conforme declarado pelo Superior Tribunal Federal, configuram um “Estado de Coisas Inconstitucional” e sobre a maneira como a pandemia originada pelo vírus SARS- CoV-2, causador da COVID-19, afetou o cenário. Discutem-se as medidas preventivas implementadas pelo Governo, Estado e Judiciário no combate à doença e analisa-se a forma como as familiares organizaram-se para defender a dignidade de seus entes e preservar seus vínculos conjugais. O trabalho empírico foi realizado a partir da inserção em grupos de familiares, acompanhando manifestações, reuniões e entrevistando esposas e companheiras no período de 09/09/2021 a 14/09/2021. O referencial teórico escolhido foi Boaventura de Souza Santos (2021), com a obra “Da pandemia à utopia: o futuro começa agora”. Realizou-se o estudo utilizando-se o método dialético e a técnica de entrevistas semiestruturadas, intentando responder às seguintes questões: há relevância e reconhecimento dos vínculos afetivos para o contexto prisional? Em tempos de pandemia, com ausência ou limitação de visitas, os relacionamentos são fortalecidos ou enfraquecidos? As instituições prisionais e o Estado, em si, reconhecem a importância das visitantes para o contexto? Para responder às questões que constituem o problema, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa, durante a qual foram entrevistadas dez esposas e companheiras, cujas narrativas foram submetidas à análise de conteúdo, conforme Bardin (2006). Os resultados apontam que as visitantes têm suas vidas reorganizadas a partir da prisão dos seus maridos e companheiros, com destaque na vida financeira, social e emocional, sobrecarregando-se psicologicamente para agir, inclusive na falha de proteção por parte do Estado aos indivíduos que estão sob sua custódia. O tratamento às familiares ainda é preconceituoso e, por vezes, ofensivo. Com os 10 relatos e descrições das experiências vivenciadas pelas participantes da pesquisa, o trabalho apresenta como importante reflexão a necessidade do reconhecimento da importância dos vínculos afetivos para a preservação do respeito e da dignidade de todos os envolvidos.Universidade La SallePrograma de Pós-Graduação em DireitoBRDireitoSistema penitenciárioFamíliaVida prisionalPandemiasEntre o amor e a esperança: a luta das visitantes do sistema prisional para garantir suas relações afetivas e a dignidade de seus familiares em tempo de pandemiainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisCanoas, RSinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional do Centro Universitário La Salleinstname:Universidade La Salle (UNILASALLE)instacron:UNILASALLEORIGINALaclproenca.pdfaclproenca.pdfOpen Accessapplication/pdf3524833http://svr-net20.unilasalle.edu.br/bitstream/11690/2599/1/aclproenca.pdf373000a86cbca15f0bbb98b5a6f74991MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748http://svr-net20.unilasalle.edu.br/bitstream/11690/2599/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD5211690/25992022-03-07 20:04:00.212oai:svr-net20.unilasalle.edu.br:11690/2599Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório Institucionalopendoar:2022-03-07T23:04Repositório Institucional do Centro Universitário La Salle - Universidade La Salle (UNILASALLE)false |
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