Saberes de resistência, identidades e pertencimentos no sul do Brasil: modos de ser e viver nas narrativas de quilombolas da Comunidade de Palmas (Bagé, RS)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Jacinto, Luis César Rodrigues
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNIPAMPA
Texto Completo: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4748
Resumo: Esta dissertação buscou compreender como se constrói a identidade quilombola e o que nos ensina a comunidade quilombola de Palmas a partir de narrativas sobre a sua constituição. A comunidade é formada por negros descendentes de escravizados da região, informação registrada no laudo sócio, histórico e antropológico, marcada no decorrer da sua história por movimentos de resistência pela dignidade e pela sobrevivência e, na atualidade, pela luta pela garantia da posse de suas terras. A partir das narrativas dos participantes, procurei compreender quais saberes foram construídos na trajetória da comunidade, as identidades que emergiram e o pertencimento dos moradores quilombolas. Para compor cientificamente esta pesquisa, decidi pela abordagem de cunho qualitativa Chizotti (2006) e a perspectiva da Linguística Aplicada indisciplinar (MOITA LOPES, 1998, 2006; CAVALCANTI, 1986, 2006). Utilizei como percurso metodológico para a geração de dados a pesquisa narrativa, seguindo as orientações de Clandinin e Connelly (2015), Toledo, Soligo e Simas (2014) e Jovchelovitch e Bauer (2015), que nortearam o percurso metodológico para a pesquisa narrativa e a entrevista narrativa para geração e produção de dados na perspectiva das narrativas tridimensionais. Também fiz uso de dados documentais para expandir as narrativas dos participantes. Para compreender o contexto da constituição das comunidades quilombolas no país, apoiei-me em Moura (2001), Munanga (2001) e Maestri (2001); para o conceito de identidade, identidade cultural e diáspora, em Hall (2003, 2005); Munanga (1994, 2005, 2006) e Gomes (2006); para tratar do conceito de comunidade, em Bauman (2001, 2003); e de globalização, em Santos (2010). Os resultados da pesquisa mostram que a identidade quilombola está em construção em meio a conflitos e disputas territoriais. As narrativas sobre o processo de constituição da identidade quilombola constituem um saber de resistência, que provém da necessidade de auto-reconhecimento e auto-definição, pois o ato de se reconhecer e se determinar quilombola, e a organização comunitária são saberes relevantes para a postura de resistência assumida. O pertencimento, por sua vez, se relaciona à escolha por não abdicar das relações que caracterizam a identificação com este contexto social e cultural. Ao tomarem conhecimento e renarrarem a luta, os participantes da pesquisa constituem saberes que proporcionam o conhecimento de si, denominados nesta pesquisa de saberes de resistência. Ao narrarem suas trajetórias de luta pela terra, os participantes se reconhecem como quilombolas, o que fortalece o vínculo comunitário.
id UNIP_da14e9480b8824c1f6b3071eeec71941
oai_identifier_str oai:repositorio.unipampa.edu.br:riu/4748
network_acronym_str UNIP
network_name_str Repositório Institucional da UNIPAMPA
repository_id_str
spelling Dornelles, Clara Zeni CamargoDornelles, Clara Zeni CamargoFreitas, Letícia Fonseca Richthofen deSalomão , Diana de Paula FreitasMachado, Sátira PereiraJacinto, Luis César Rodrigues2020-02-13T18:04:40Z2020-02-132020-02-13T18:04:40Z2019-08-29JACINTO, Luis César Rodrigues. Saberes de resistência, identidades e pertencimentos no sul do Brasil: modos de ser e viver nas narrativas de quilombolas da comunidade de Palmas (Bagé, RS). 138 f. 2019. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico em Ensino – Universidade Federal do Pampa, Campus Bagé, Bagé, 2019.http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4748Esta dissertação buscou compreender como se constrói a identidade quilombola e o que nos ensina a comunidade quilombola de Palmas a partir de narrativas sobre a sua constituição. A comunidade é formada por negros descendentes de escravizados da região, informação registrada no laudo sócio, histórico e antropológico, marcada no decorrer da sua história por movimentos de resistência pela dignidade e pela sobrevivência e, na atualidade, pela luta pela garantia da posse de suas terras. A partir das narrativas dos participantes, procurei compreender quais saberes foram construídos na trajetória da comunidade, as identidades que emergiram e o pertencimento dos moradores quilombolas. Para compor cientificamente esta pesquisa, decidi pela abordagem de cunho qualitativa Chizotti (2006) e a perspectiva da Linguística Aplicada indisciplinar (MOITA LOPES, 1998, 2006; CAVALCANTI, 1986, 2006). Utilizei como percurso metodológico para a geração de dados a pesquisa narrativa, seguindo as orientações de Clandinin e Connelly (2015), Toledo, Soligo e Simas (2014) e Jovchelovitch e Bauer (2015), que nortearam o percurso metodológico para a pesquisa narrativa e a entrevista narrativa para geração e produção de dados na perspectiva das narrativas tridimensionais. Também fiz uso de dados documentais para expandir as narrativas dos participantes. Para compreender o contexto da constituição das comunidades quilombolas no país, apoiei-me em Moura (2001), Munanga (2001) e Maestri (2001); para o conceito de identidade, identidade cultural e diáspora, em Hall (2003, 2005); Munanga (1994, 2005, 2006) e Gomes (2006); para tratar do conceito de comunidade, em Bauman (2001, 2003); e de globalização, em Santos (2010). Os resultados da pesquisa mostram que a identidade quilombola está em construção em meio a conflitos e disputas territoriais. As narrativas sobre o processo de constituição da identidade quilombola constituem um saber de resistência, que provém da necessidade de auto-reconhecimento e auto-definição, pois o ato de se reconhecer e se determinar quilombola, e a organização comunitária são saberes relevantes para a postura de resistência assumida. O pertencimento, por sua vez, se relaciona à escolha por não abdicar das relações que caracterizam a identificação com este contexto social e cultural. Ao tomarem conhecimento e renarrarem a luta, os participantes da pesquisa constituem saberes que proporcionam o conhecimento de si, denominados nesta pesquisa de saberes de resistência. Ao narrarem suas trajetórias de luta pela terra, os participantes se reconhecem como quilombolas, o que fortalece o vínculo comunitário.This thesis sought to understand how the quilombola identity is built and what the quilombola community of Palmas teaches us in narratives about its constitution. According to information recorded in the socio, historical and anthropological report, the community is made up of black descendants of slaves in the region, and it is constructed throughout its own history by movements of resistance for dignity and survival and, today, by the struggle for the guarantee of the possession of rights and lands. From the participants' narratives, I tried to understand what knowledge was built in the community's trajectory, the identities that emerged and the belonging of the quilombola residents. In order to scientifically compose this research, I decided to take a qualitative approach (CHIZOTTI, 2006) and the perspective of undisciplined Applied Linguistics (MOITA LOPES, 1998, 2006; CAVALCANTI, 1986, 2006). As for the methodological procedures for data generation, I made use of narrative inquiry, following the orientations for producing tridimensional narratives in the perspective of Clandinin and Connelly (2015), Toledo, Soligo and Simas (2014), and Jovchelovitch and Bauer (2015). I also made use of documental data in order to expand participants’ narratives. To understand the context of the constitution of quilombola communities in the country, I relied on Moura (2001), Munanga (2001) and Maestri (2001); for the concept of identity, cultural identity and diaspora, in Hall (2003, 2005); Munanga (1994, 2005, 2006) and Gomes (2006); to deal with the concept of community, in Bauman (2001, 2003); and globalization, in Santos (2010). The results show that quilombola identity is under construction within territorial conflicts and disputes. Narratives about the process of constitution of the quilombola identity constitute a knowledge of resistance, which comes from the need for self-recognition and self-definition, because the act of recognizing and determining oneself a quilombola as well as community organization are relevant knowledge for the resistance positioning. Belonging, in its turn, is related to the choice for not abdicating the relationships that characterize identification with this social and cultural context. Upon learning about and retelling the struggle, the research participants constitute knowledge that promote knowledge about themselves, which in this research we call resistance knowledge. In narrating their trajectories of struggle for the land, the participants recognize themselves as quilombolas, which strengthens the community bond.porUniversidade Federal do PampaMestrado Acadêmico em EnsinoUNIPAMPABrasilCampus BagéCNPQ::CIENCIAS HUMANASNarrativasComunidade quilombola de PalmasIdentidadesPertencimentosSaberes de resistênciaNarrativesPalmas quilombola communityIdentitiesBelongingsResistance knowledgeSaberes de resistência, identidades e pertencimentos no sul do Brasil: modos de ser e viver nas narrativas de quilombolas da Comunidade de Palmas (Bagé, RS)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIPAMPAinstname:Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)instacron:UNIPAMPAORIGINALDis Luis Jacinto 2019.pdfDis Luis Jacinto 2019.pdfapplication/pdf6718991https://repositorio.unipampa.edu.br/jspui/bitstream/riu/4748/1/Dis%20Luis%20Jacinto%202019.pdf7cbababd71773ca70528173fb809314eMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81866https://repositorio.unipampa.edu.br/jspui/bitstream/riu/4748/2/license.txt43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9bMD52TEXTDis Luis Jacinto 2019.pdf.txtDis Luis Jacinto 2019.pdf.txtExtracted texttext/plain277253https://repositorio.unipampa.edu.br/jspui/bitstream/riu/4748/3/Dis%20Luis%20Jacinto%202019.pdf.txt983d0d7b01805ba8587a50f4afe07e2bMD53riu/47482020-02-14 03:19:38.987oai:repositorio.unipampa.edu.br:riu/4748TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvIGRlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqiAobyBhdXRvciAoZXMpIG91IG8gdGl0dWxhciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpIGNvbmNlZGUgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIApJbnN0aXR1Y2lvbmFsIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBhIApzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIApmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIG8gRGVwb3NpdGEgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byAKcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIERlcG9zaXRhIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIAplIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EuIApWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgCmRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgCm9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciBhbyBEZXBvc2l0YSBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLCBlIHF1ZSBlc3NlIG1hdGVyaWFsIGRlIHByb3ByaWVkYWRlIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIApvdSBubyBjb250ZcO6ZG8gZGEgcHVibGljYcOnw6NvIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFBVQkxJQ0HDh8ODTyBPUkEgREVQT1NJVEFEQSBURU5IQSBTSURPIFJFU1VMVEFETyBERSBVTSBQQVRST0PDjU5JTyBPVSBBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyAKT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgCkVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpPIERlcG9zaXRhIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSBkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIAphdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório InstitucionalPUBhttp://dspace.unipampa.edu.br:8080/oai/requestsisbi@unipampa.edu.bropendoar:2020-02-14T06:19:38Repositório Institucional da UNIPAMPA - Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Saberes de resistência, identidades e pertencimentos no sul do Brasil: modos de ser e viver nas narrativas de quilombolas da Comunidade de Palmas (Bagé, RS)
title Saberes de resistência, identidades e pertencimentos no sul do Brasil: modos de ser e viver nas narrativas de quilombolas da Comunidade de Palmas (Bagé, RS)
spellingShingle Saberes de resistência, identidades e pertencimentos no sul do Brasil: modos de ser e viver nas narrativas de quilombolas da Comunidade de Palmas (Bagé, RS)
Jacinto, Luis César Rodrigues
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS
Narrativas
Comunidade quilombola de Palmas
Identidades
Pertencimentos
Saberes de resistência
Narratives
Palmas quilombola community
Identities
Belongings
Resistance knowledge
title_short Saberes de resistência, identidades e pertencimentos no sul do Brasil: modos de ser e viver nas narrativas de quilombolas da Comunidade de Palmas (Bagé, RS)
title_full Saberes de resistência, identidades e pertencimentos no sul do Brasil: modos de ser e viver nas narrativas de quilombolas da Comunidade de Palmas (Bagé, RS)
title_fullStr Saberes de resistência, identidades e pertencimentos no sul do Brasil: modos de ser e viver nas narrativas de quilombolas da Comunidade de Palmas (Bagé, RS)
title_full_unstemmed Saberes de resistência, identidades e pertencimentos no sul do Brasil: modos de ser e viver nas narrativas de quilombolas da Comunidade de Palmas (Bagé, RS)
title_sort Saberes de resistência, identidades e pertencimentos no sul do Brasil: modos de ser e viver nas narrativas de quilombolas da Comunidade de Palmas (Bagé, RS)
author Jacinto, Luis César Rodrigues
author_facet Jacinto, Luis César Rodrigues
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Dornelles, Clara Zeni Camargo
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Dornelles, Clara Zeni Camargo
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Freitas, Letícia Fonseca Richthofen de
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Salomão , Diana de Paula Freitas
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Machado, Sátira Pereira
dc.contributor.author.fl_str_mv Jacinto, Luis César Rodrigues
contributor_str_mv Dornelles, Clara Zeni Camargo
Dornelles, Clara Zeni Camargo
Freitas, Letícia Fonseca Richthofen de
Salomão , Diana de Paula Freitas
Machado, Sátira Pereira
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS HUMANAS
topic CNPQ::CIENCIAS HUMANAS
Narrativas
Comunidade quilombola de Palmas
Identidades
Pertencimentos
Saberes de resistência
Narratives
Palmas quilombola community
Identities
Belongings
Resistance knowledge
dc.subject.por.fl_str_mv Narrativas
Comunidade quilombola de Palmas
Identidades
Pertencimentos
Saberes de resistência
Narratives
Palmas quilombola community
Identities
Belongings
Resistance knowledge
description Esta dissertação buscou compreender como se constrói a identidade quilombola e o que nos ensina a comunidade quilombola de Palmas a partir de narrativas sobre a sua constituição. A comunidade é formada por negros descendentes de escravizados da região, informação registrada no laudo sócio, histórico e antropológico, marcada no decorrer da sua história por movimentos de resistência pela dignidade e pela sobrevivência e, na atualidade, pela luta pela garantia da posse de suas terras. A partir das narrativas dos participantes, procurei compreender quais saberes foram construídos na trajetória da comunidade, as identidades que emergiram e o pertencimento dos moradores quilombolas. Para compor cientificamente esta pesquisa, decidi pela abordagem de cunho qualitativa Chizotti (2006) e a perspectiva da Linguística Aplicada indisciplinar (MOITA LOPES, 1998, 2006; CAVALCANTI, 1986, 2006). Utilizei como percurso metodológico para a geração de dados a pesquisa narrativa, seguindo as orientações de Clandinin e Connelly (2015), Toledo, Soligo e Simas (2014) e Jovchelovitch e Bauer (2015), que nortearam o percurso metodológico para a pesquisa narrativa e a entrevista narrativa para geração e produção de dados na perspectiva das narrativas tridimensionais. Também fiz uso de dados documentais para expandir as narrativas dos participantes. Para compreender o contexto da constituição das comunidades quilombolas no país, apoiei-me em Moura (2001), Munanga (2001) e Maestri (2001); para o conceito de identidade, identidade cultural e diáspora, em Hall (2003, 2005); Munanga (1994, 2005, 2006) e Gomes (2006); para tratar do conceito de comunidade, em Bauman (2001, 2003); e de globalização, em Santos (2010). Os resultados da pesquisa mostram que a identidade quilombola está em construção em meio a conflitos e disputas territoriais. As narrativas sobre o processo de constituição da identidade quilombola constituem um saber de resistência, que provém da necessidade de auto-reconhecimento e auto-definição, pois o ato de se reconhecer e se determinar quilombola, e a organização comunitária são saberes relevantes para a postura de resistência assumida. O pertencimento, por sua vez, se relaciona à escolha por não abdicar das relações que caracterizam a identificação com este contexto social e cultural. Ao tomarem conhecimento e renarrarem a luta, os participantes da pesquisa constituem saberes que proporcionam o conhecimento de si, denominados nesta pesquisa de saberes de resistência. Ao narrarem suas trajetórias de luta pela terra, os participantes se reconhecem como quilombolas, o que fortalece o vínculo comunitário.
publishDate 2019
dc.date.issued.fl_str_mv 2019-08-29
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-02-13T18:04:40Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-02-13
2020-02-13T18:04:40Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv JACINTO, Luis César Rodrigues. Saberes de resistência, identidades e pertencimentos no sul do Brasil: modos de ser e viver nas narrativas de quilombolas da comunidade de Palmas (Bagé, RS). 138 f. 2019. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico em Ensino – Universidade Federal do Pampa, Campus Bagé, Bagé, 2019.
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4748
identifier_str_mv JACINTO, Luis César Rodrigues. Saberes de resistência, identidades e pertencimentos no sul do Brasil: modos de ser e viver nas narrativas de quilombolas da comunidade de Palmas (Bagé, RS). 138 f. 2019. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico em Ensino – Universidade Federal do Pampa, Campus Bagé, Bagé, 2019.
url http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4748
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Pampa
dc.publisher.program.fl_str_mv Mestrado Acadêmico em Ensino
dc.publisher.initials.fl_str_mv UNIPAMPA
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Campus Bagé
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Pampa
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNIPAMPA
instname:Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)
instacron:UNIPAMPA
instname_str Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)
instacron_str UNIPAMPA
institution UNIPAMPA
reponame_str Repositório Institucional da UNIPAMPA
collection Repositório Institucional da UNIPAMPA
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.unipampa.edu.br/jspui/bitstream/riu/4748/1/Dis%20Luis%20Jacinto%202019.pdf
https://repositorio.unipampa.edu.br/jspui/bitstream/riu/4748/2/license.txt
https://repositorio.unipampa.edu.br/jspui/bitstream/riu/4748/3/Dis%20Luis%20Jacinto%202019.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 7cbababd71773ca70528173fb809314e
43cd690d6a359e86c1fe3d5b7cba0c9b
983d0d7b01805ba8587a50f4afe07e2b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNIPAMPA - Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)
repository.mail.fl_str_mv sisbi@unipampa.edu.br
_version_ 1801849044747681792