Investigando a universalidade de metáforas primárias: a perspectiva do Budismo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Zhiming, Dennis Tay
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Linguagem em (Dis)curso (Online)
Texto Completo: https://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/Linguagem_Discurso/article/view/373
Resumo: Nesse trabalho, examino a “Roda da Vida”, uma representação diagramática de conceitos filosóficos budistas significativos, a partir da perspectiva da metáfora conceitual (LAKOFF; JOHNSON, 1980, 1999). Conceitos abstratos que definem nossas realidades diárias (e.g. estados, causalidade, temporalidade) são definidos por alguns pesquisadores como metaforicamente construídos, e, portanto, reduzíveis a um conjunto universal de metáforas primárias (GRADY, 1997; LAKOFF; JOHNSON, 1999), enquanto outros os vêem como conhecimentos estruturados não metafóricos e culturalmente compartilhados (D’ANDRADE, 1990, QUINN, 1991). Reconhecendo a necessidade de uma testagem rigorosa da asserção universalista, preferencialmente através do uso de dados o mais distante possíveis da tradição filosófica ‘ocidental’, decidi analisar os conceitos budistas de estados de coisa, perpetuação do renascimento, e estrutura de eventos, devido a sua reducibilidade a metáforas primárias. Demonstro que, enquanto alguns conceitos budistas são redutíveis às mesmas metáforas primárias que seus correspondentes ‘ocidentais’, por outro lado, outros conceitos, particularmente a noção de causalidade, talvez sejam constituídos por conhecimentos culturalmente específicos. Concluo questionando o próprio conceito de metáfora primária, examinando até que ponto metáforas primárias supostamente universais já carregam em si preconceitos culturalmente determinados, e argumento que o ônus da defesa está com a escola Lakoffiana, que precisa justificar a suposta universalidade de experiências e julgamentos subjetivos que geram as metáforas primárias.
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Conceitos abstratos que definem nossas realidades diárias (e.g. estados, causalidade, temporalidade) são definidos por alguns pesquisadores como metaforicamente construídos, e, portanto, reduzíveis a um conjunto universal de metáforas primárias (GRADY, 1997; LAKOFF; JOHNSON, 1999), enquanto outros os vêem como conhecimentos estruturados não metafóricos e culturalmente compartilhados (D’ANDRADE, 1990, QUINN, 1991). Reconhecendo a necessidade de uma testagem rigorosa da asserção universalista, preferencialmente através do uso de dados o mais distante possíveis da tradição filosófica ‘ocidental’, decidi analisar os conceitos budistas de estados de coisa, perpetuação do renascimento, e estrutura de eventos, devido a sua reducibilidade a metáforas primárias. Demonstro que, enquanto alguns conceitos budistas são redutíveis às mesmas metáforas primárias que seus correspondentes ‘ocidentais’, por outro lado, outros conceitos, particularmente a noção de causalidade, talvez sejam constituídos por conhecimentos culturalmente específicos. Concluo questionando o próprio conceito de metáfora primária, examinando até que ponto metáforas primárias supostamente universais já carregam em si preconceitos culturalmente determinados, e argumento que o ônus da defesa está com a escola Lakoffiana, que precisa justificar a suposta universalidade de experiências e julgamentos subjetivos que geram as metáforas primárias.En este trabajo, examino la “Rueda de la Vida”, una representación diagramática de conceptos filosóficos budistas significativos, a partir de la perspectiva de la metáfora conceptual (LAKOFF; JOHNSON, 1980, 1999). Conceptos abstractos que definen nuestras realidades diarias (e.g. estados, causalidad, temporalidad) son definidos por algunos investigadores como metafóricamente construidos, y, por lo tanto, reductibles a un conjunto universal de metáforas primarias (GRADY, 1997; LAKOFF; JOHNSON, 1999), mientras que otros los ven como conocimientos estructurados no metafóricos y culturalmente compartidos (D’ANDRADE, 1990, QUINN, 1991). Reconociendo la necesidad de una prueba rigurosa de la aserción universalista, preferentemente a través del uso de datos lo más distante posibles de la tradición filosófica ‘occidental’, decidí analizar los conceptos budistas de estados de cosa, perpetuación del renacimiento, y estructura de eventos, debido a su reductibilidad a metáforas primarias. Demuestro que, mientras algunos conceptos budistas son reductibles a las mismas metáforas primarias que sus correspondientes ‘occidentales’, por otro lado, otros conceptos, particularmente la noción de causalidad, tal vez sean constituidos por conocimientos culturalmente específicos. Concluyo cuestionando el propio concepto de metáfora primaria, examinando hasta que punto metáforas primarias supuestamente universales ya cargan en sí preconceptos culturalmente determinados, y argumento que el bónus de la defensa está con la escuela Lakoffiana, que precisa justificar la supuesta universalidad de experiencias y juicios subjetivos que generan las metáforas primarias.Dans ce travail, je fais l’analyse de la « Roue de la Vie », une représentation diagrammatique de concepts philosophiques bouddhistes significatifs, à partir de la perspective de la métaphore conceptuelle (LAKOFF ; JOHNSON, 1980, 1999). Des concepts abstraits qui définissent nos réalités quotidiennes (e. g. États, causalité, temporalité), sont définis par quelques chercheurs comme construits d’une manière métaphorique, et, pourtant, réductibles à un ensemble universel de métaphores primaires (GRADY, 1997 ; LAKOFF ; JOHNSON, 1999), pendant que d’autres les voient comme des connaissances structurées non métaphoriques et culturellement partagées (D’ANDRADE, 1990 ; QUINN, 1991). Tout en reconnaissant le besoin de l’essai strict de l’assertion universelle, surtout à travers l’emploi de donnés le plus lointain possible de la tradition philosophique ‘occidentale’, j’ai pris la décision d’analyser les concepts bouddhistes d’état de choses, perpétuité du renouvellement, structure d’évenements, dû à leur réducibilité aux métaphores primaires. Je démontre que, pendant que quelques concepts bouddhistes sont réductibles aux mêmes métaphores primaires que leurs correspondants ‘occidentaux’, d’autre part, d’autres concepts, surtout la notion de causalité, peut-être, soient constitués par des connaissances culturellement spécifiques. Je finis tout en mettant en question le concept lui-même de métaphore primaire, analysant jusqu’où des métaphores primaires hypothétiquement universelles apportent en soi des préjugés culturellement determinés, et j’argumente que le fardeau de la défense se trouve dans l’École Lakoffienne, qui a besoin de justifier la supposée universalité d’expériences et jugements subjectifs qui engendrent les métaphores primaires. In this paper, I conduct a conceptual metaphor analysis of the “Wheel of Life”, a pictorial representation of Buddhist philosophical concepts. Abstract concepts that define our everyday realities (e.g. states, causation) are claimed by some to be metaphorically structured, and reducible to a universal set of primary metaphors (LAKOFF; JOHNSON, 1999), while argued by others to be structured by non-metaphorical cultural understandings instead (QUINN, 1991). Recognizing the need for empirical testing of the universalist claim, I analyze Buddhist conceptualizations of states-of-being, rebirth and event structure for their reducibility to primary metaphors. I show that while some concepts are reducible to universal primary metaphors, others might be constituted by culture-specific understandings instead. I also question the concept of primary metaphor itself, suggesting that supposedly universal primary metaphors already carry culturally-biased preconceptions, and urge the Lakoffian school to justify the assumed universality of subjective experiences which give rise to primary metaphors.Silvânia Siebert2010-10-05info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/Linguagem_Discurso/article/view/373Linguagem em (Dis)curso; Vol. 7 No. 3 (2007): Metáfora e contexto - Org.: Heronides Moura, Josalba Vieira, Maria Isabel A. Nardi; p. 453-486Linguagem em (Dis)curso; v. 7 n. 3 (2007): Metáfora e contexto - Org.: Heronides Moura, Josalba Vieira, Maria Isabel A. Nardi; p. 453-4861982-4017reponame:Linguagem em (Dis)curso (Online)instname:Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)instacron:UNISULporhttps://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/Linguagem_Discurso/article/view/373/394Zhiming, Dennis Tayinfo:eu-repo/semantics/openAccess2015-10-02T16:48:08Zoai:portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br:article/373Revistahttps://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/Linguagem_DiscursoPRIhttps://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/Linguagem_Discurso/oai||lemd@unisul.br1982-40171518-7632opendoar:2015-10-02T16:48:08Linguagem em (Dis)curso (Online) - Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)false
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