A produção escrita de alunos - jovens e adultos - como matriz reveladora do processo de ensino - aprendizagem da língua portuguesa: um relato de experiência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brito, Ingrid Zacarelli [UNESP]
Data de Publicação: 2003
Outros Autores: Camargo, Maria Rosa Rodrigues Martins de [UNESP]
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://proex.reitoria.unesp.br/congressos/Congressos/2__Congresso/Educa__o/Educ24.htm
http://hdl.handle.net/11449/148322
Resumo: Introdução: O ensino escolar de língua portuguesa tem sido alvo de críticas por parte de vários estudiosos que defendem o ensino numa perspectiva social – a língua enquanto uma Instituição Social – e que reconheça os sujeitos/aprendizes como locutores e interlocutores no/do processo de ensino aprendizagem. Partindo desse pressuposto, desenvolvemos um trabalho numa classe de educação de jovens e adultos (Ensino Fundamental) que buscava a construção de uma proposta crítica do ensino da língua, tendo como suporte teórico: a superação da visão fragmentada do ensino da língua e a superação das práticas escolares tradicionais. Na escola, professor e aluno assumem papéis de locutor/interlocutor, mas não se é, efetivamente, pois os papéis básicos desta interlocução estão estaticamente marcados: professor e a escola ensinam; o aluno aprende. Objetivos: identificar as dificuldades dos alunos no processo de ensino-aprendizagem pondo em discussão os seus medos, aqui entendidos como políticos; refletir, com os alunos, sobre o processo de ensino-aprendizagem da língua portuguesa e as diferentes concepções que embasam seu ensino; apontar, numa perspectiva coletiva de trabalho, em sala de aula, alguns elementos que possam contribuir para o ensino da língua portuguesa. Método: Elegendo a linguagem enquanto um lugar de interação humana, no qual o falante age sobre o ouvinte, constituindo compromissos e vinculos que não pré-existiam antes da fala, desenvolvemos uma proposta de ensino na qual os sujeitos/alunos foram chamados a opinar sobre o processo de ensino-aprendizagem da língua portuguesa. Este espaço se constituiu na produção de textos escritos, semanalmente, em cadernos individuais de registro nos quais eles escreveram sobre as dificuldades, os medos, as ansiedades, do que gostaram ou do que não gostaram, entre outros pontos significativos para eles, dentro desse processo de ensino da língua. Resultados: A análise dos textos nesses cadernos, revelou-nos um sujeito/aprendiz que busca um conhecimento que não lhe pertence; que tem consciência de que o domínio da língua portuguesa o torna competente, ou não, em determinada situação; que sente-se culpado por não tê-la nos conformes e constantemente se desculpa por seus erros. Porém, revelou-nos também um sujeito que luta, deseja e acredita que pode aprender: “eu chego lá” é o que ele nos diz. Sendo assim, ele se constitui interlocutor no/do processo de ensino-aprendizagem enquanto busca o domínio da língua escrita padrão.
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