Fatores associados à lesão renal aguda em pacientes clínicos e cirúrgicos de um hospital privado

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Autor(a) principal: Benichel, Cariston Rodrigo [UNESP]
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/150221
Resumo: Introdução: Lesão renal aguda (LRA) é um problema de saúde que repercute diretamente nos índices de morbimortalidade de pacientes graves. Objetivo: Identificar os fatores associados à LRA em pacientes clínicos e cirúrgicos durante a hospitalização em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Método: Foi realizado um estudo tipo caso-controle em uma UTI geral de hospital privado do interior paulista, mediante levantamento dos registros de prontuário dos pacientes internados, no período de 2014 e 2015. Para tanto, os participantes foram divididos em quatro grupos, sendo: dois casos, constituído de pacientes clínicos e cirúrgicos que desenvolveram LRA durante hospitalização na UTI e dois controles com o mesmo perfil, mas que não desenvolveram LRA durante o período do estudo. Considerou-se LRA um aumento de 0,3 mg/dl sobre o valor basal de creatinina sérica nas primeiras 48hs de internação na UTI, conforme definição adotada na classificação AKIN (Acute Kidney Injury Network), pelo critério de creatinina. As variáveis analisadas foram: sexo, idade, raça, estado civil, dias de internação, desdobramento da hospitalização, uso de ventilação mecânica, diagnóstico de entrada, fatores de risco cardiovascular e outras comorbidades, fatores de risco nefrológicos), procedimentos realizados (vascular e contrastado), medicamentos nefrológicos/utilização de antibióticos e exames laboratoriais. Inicialmente, todas as variáveis foram analisadas descritivamente. As variáveis quantitativas foram apresentadas em termos de médias e desvios-padrão e as variáveis classificatórias em tabelas contendo frequências absolutas (n) e relativas (%). Foi realizada análise univariada de cada exposição sobre a LRA, incluindo no modelo de regressão logística múltipla as exposições que nesta etapa mais se associaram com a LRA. Na sequência realizou-se o teste de interações duplas entre as exposições incluídas no modelo múltiplo, e o modelo final foi composto somente com os principais efeitos de cada exposição, gerando assim odds ratio da LRA entre pacientes clínicos e cirúrgicos. Valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significantes. Resultados: Participaram deste estudo 656 pacientes, sendo 205 do grupo clínico, 123 do cirúrgico e o mesmo número de controle, para ambos os grupos (328). O tempo de internação dos clínicos foi maior, média de 10 dias, a prevalência da LRA foi estimada em 12%. Praticamente a mesma proporção de homens e mulheres foram acometidos pela LRA. Na análise univariada foram identificados como fatores associados à LRA para o grupo de pacientes clínicos: dias de internação (p<0.0001), óbito (p<0.0001), ventilação mecânica (p<0.0001), diagnóstico respiratório (p=0.0178) e cardiovascular (p=0.0008), diabetes (p=0.0347), hipertensão arterial (p=0.0009), sepse (p<0.0001), parada cardiorrespiratória (p=0.0326), hipovolemia (p=0.0002), insuficiência cardíaca (p<0.0001), procedimento contrastado (p=0.0046), quimioterapia (p=0.0180), droga vasoativa (p<0.0001), antibiótico e antibiótico simultâneo (p<0.0001), associação > três fatores (p<0.0001). Para o grupo de cirúrgicos destacaram-se: ter companheiro (p=0.0085), dias de internação (p<0.0001), óbito (p<0.0001), ventilação mecânica (p<0.0001), diagnóstico gastrointestinal (p=0.0094) e neurológico (p=0.0349), doença tromboembólica (p=0.0442), sepse (p=0.0006), PCR (p=0.0442), hipovolemia (p=0.0199), arritmia (p=0.0099), neoplasia renal (p=0.0442), doença obstrutiva renal (p=0.0242), furosemida (p=0.0031), droga vasoativa (p<0.0001), antibiótico simultâneo (p<0.0001), associação > três fatores (p<0.0001). Na análise multivariada foram identificados como fatores associados à LRA para o grupo de pacientes clínicos: hipertensão (p=0.0349; OR=1.9615), hipovolemia (p=0.0060, OR=5.607), insuficiência cardíaca (p=0.0032; OR=5.3123), noradrenalina (p<0.0001; OR 9.4912), dopamina (p=0.0009; OR 3.5212), dobutamina (p=0.0131; OR 5.2612) antibiótico simultâneo (p<0.0001; OR=3.4821), e associação > três fatores (p<0.0001; OR=5.0074). Nesta análise, para os cirúrgicos os fatores associados à LRA foram: hipovolemia (p=0.0260; OR=3.2778), furosemida (p=0.0032; OR=2.3701), noradrenalina (p=0.0060; OR=4.8851), glico/polipeptídeo (p=0.0009; OR=22.9281) e associação > três fatores (p<0.0001; OR=1.2682). Conclusão: A LRA em pacientes clínicos e cirúrgicos é um evento multifatorial, que ocorreu notadamente em pacientes com idade avançada, com maior tempo de internação e predispões ao óbito. Associou-se a etiologias cardiovasculares, complicações decorrentes da gravidade dos participantes e utilização de medicamentos com potencial nefrotóxico. O estudo também mostrou que a concomitância de mais de três fatores de risco contribuiu para a LRA. Produto da dissertação: Elaborado software para classificação do risco e presença de LRA entre pacientes clínicos e cirúrgicos hospitalizados na UTI adulto, o qual foi incluído na plataforma institucional do prontuário eletrônico. Este material aborda duas etapas de avaliação: a primeira integra os fatores associados com a disfunção renal e eventual emissão de alerta amarelo via sistema de prescrição médica e evolução multiprofissional; e a segunda, com a detecção da LRA utilizando o critério de AKIN (e eventual emissão de alerta vermelho via sistema de prescrição médica e evolução multiprofissional). As avaliações serão realizadas na admissão e a cada 48 horas de hospitalização na UTI.
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spelling Fatores associados à lesão renal aguda em pacientes clínicos e cirúrgicos de um hospital privadoFactors associated with acute renal injury in clinical and surgical patients of a private hospitalLesão renal agudaFatores de riscoUnidade de terapia intensivaRegistros médicosEstudos de casos e controlesAcute kidney injuryRisk factorsIntensive care unitMedical recordsCase-control studiesIntrodução: Lesão renal aguda (LRA) é um problema de saúde que repercute diretamente nos índices de morbimortalidade de pacientes graves. Objetivo: Identificar os fatores associados à LRA em pacientes clínicos e cirúrgicos durante a hospitalização em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Método: Foi realizado um estudo tipo caso-controle em uma UTI geral de hospital privado do interior paulista, mediante levantamento dos registros de prontuário dos pacientes internados, no período de 2014 e 2015. Para tanto, os participantes foram divididos em quatro grupos, sendo: dois casos, constituído de pacientes clínicos e cirúrgicos que desenvolveram LRA durante hospitalização na UTI e dois controles com o mesmo perfil, mas que não desenvolveram LRA durante o período do estudo. Considerou-se LRA um aumento de 0,3 mg/dl sobre o valor basal de creatinina sérica nas primeiras 48hs de internação na UTI, conforme definição adotada na classificação AKIN (Acute Kidney Injury Network), pelo critério de creatinina. As variáveis analisadas foram: sexo, idade, raça, estado civil, dias de internação, desdobramento da hospitalização, uso de ventilação mecânica, diagnóstico de entrada, fatores de risco cardiovascular e outras comorbidades, fatores de risco nefrológicos), procedimentos realizados (vascular e contrastado), medicamentos nefrológicos/utilização de antibióticos e exames laboratoriais. Inicialmente, todas as variáveis foram analisadas descritivamente. As variáveis quantitativas foram apresentadas em termos de médias e desvios-padrão e as variáveis classificatórias em tabelas contendo frequências absolutas (n) e relativas (%). Foi realizada análise univariada de cada exposição sobre a LRA, incluindo no modelo de regressão logística múltipla as exposições que nesta etapa mais se associaram com a LRA. Na sequência realizou-se o teste de interações duplas entre as exposições incluídas no modelo múltiplo, e o modelo final foi composto somente com os principais efeitos de cada exposição, gerando assim odds ratio da LRA entre pacientes clínicos e cirúrgicos. Valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significantes. Resultados: Participaram deste estudo 656 pacientes, sendo 205 do grupo clínico, 123 do cirúrgico e o mesmo número de controle, para ambos os grupos (328). O tempo de internação dos clínicos foi maior, média de 10 dias, a prevalência da LRA foi estimada em 12%. Praticamente a mesma proporção de homens e mulheres foram acometidos pela LRA. Na análise univariada foram identificados como fatores associados à LRA para o grupo de pacientes clínicos: dias de internação (p<0.0001), óbito (p<0.0001), ventilação mecânica (p<0.0001), diagnóstico respiratório (p=0.0178) e cardiovascular (p=0.0008), diabetes (p=0.0347), hipertensão arterial (p=0.0009), sepse (p<0.0001), parada cardiorrespiratória (p=0.0326), hipovolemia (p=0.0002), insuficiência cardíaca (p<0.0001), procedimento contrastado (p=0.0046), quimioterapia (p=0.0180), droga vasoativa (p<0.0001), antibiótico e antibiótico simultâneo (p<0.0001), associação > três fatores (p<0.0001). Para o grupo de cirúrgicos destacaram-se: ter companheiro (p=0.0085), dias de internação (p<0.0001), óbito (p<0.0001), ventilação mecânica (p<0.0001), diagnóstico gastrointestinal (p=0.0094) e neurológico (p=0.0349), doença tromboembólica (p=0.0442), sepse (p=0.0006), PCR (p=0.0442), hipovolemia (p=0.0199), arritmia (p=0.0099), neoplasia renal (p=0.0442), doença obstrutiva renal (p=0.0242), furosemida (p=0.0031), droga vasoativa (p<0.0001), antibiótico simultâneo (p<0.0001), associação > três fatores (p<0.0001). Na análise multivariada foram identificados como fatores associados à LRA para o grupo de pacientes clínicos: hipertensão (p=0.0349; OR=1.9615), hipovolemia (p=0.0060, OR=5.607), insuficiência cardíaca (p=0.0032; OR=5.3123), noradrenalina (p<0.0001; OR 9.4912), dopamina (p=0.0009; OR 3.5212), dobutamina (p=0.0131; OR 5.2612) antibiótico simultâneo (p<0.0001; OR=3.4821), e associação > três fatores (p<0.0001; OR=5.0074). Nesta análise, para os cirúrgicos os fatores associados à LRA foram: hipovolemia (p=0.0260; OR=3.2778), furosemida (p=0.0032; OR=2.3701), noradrenalina (p=0.0060; OR=4.8851), glico/polipeptídeo (p=0.0009; OR=22.9281) e associação > três fatores (p<0.0001; OR=1.2682). Conclusão: A LRA em pacientes clínicos e cirúrgicos é um evento multifatorial, que ocorreu notadamente em pacientes com idade avançada, com maior tempo de internação e predispões ao óbito. Associou-se a etiologias cardiovasculares, complicações decorrentes da gravidade dos participantes e utilização de medicamentos com potencial nefrotóxico. O estudo também mostrou que a concomitância de mais de três fatores de risco contribuiu para a LRA. Produto da dissertação: Elaborado software para classificação do risco e presença de LRA entre pacientes clínicos e cirúrgicos hospitalizados na UTI adulto, o qual foi incluído na plataforma institucional do prontuário eletrônico. Este material aborda duas etapas de avaliação: a primeira integra os fatores associados com a disfunção renal e eventual emissão de alerta amarelo via sistema de prescrição médica e evolução multiprofissional; e a segunda, com a detecção da LRA utilizando o critério de AKIN (e eventual emissão de alerta vermelho via sistema de prescrição médica e evolução multiprofissional). As avaliações serão realizadas na admissão e a cada 48 horas de hospitalização na UTI.Introduction: Acute kidney injury (AKI) is a health problem that directly affects the morbidity and mortality rates of critically ill patients. Object: Identify the factors associated with AKI in clinical and surgical patients during hospitalization in the Intensive Care Unit (ICU). Method: A case-control study was carried out at a general ICU of a private hospital in the interior of São Paulo, by means of a survey of the records of hospitalized patients, in the period of 2014 and 2015. Participants were divided into four groups. : Two cases, consisting of clinical and surgical patients who developed AKI during ICU hospitalization and two controls with the same profile but who did not develop AKI during the study period. An increase of 0.3 mg / dL over the baseline serum creatinine in the first 48 hours of ICU admission was considered, according to the definition adopted by the Acute Kidney Injury Network (AKIN), by the creatinine criterion. The variables analyzed were: gender, age, color, marital status, days of hospitalization, hospitalization, use of mechanical ventilation, diagnosis of entry, cardiovascular risk factors and other comorbidities, nephrological risk factors), vascular and Nephrological drugs / use of antibiotics and laboratory tests. Initially, all variables were analyzed descriptively. The quantitative variables were presented in terms of means and standard deviations and the classificatory variables in tables containing absolute (n) and relative (%) frequencies. Univariate analysis of each exposure on AKI was performed, including in the multiple logistic regression model the exposures that were most associated with AKI at this stage. The double interactions test was performed between the exposures included in the multiple model, and the final model was composed only with the main effects of each exposure, thus generating the odds ratio of AKI between clinical and surgical patients. Values of p <0.05 were considered statistically significant. Results: 656 patients participated in this study, 205 of the clinical group, 123 of the surgical group and the same number of controls, for both groups (328). Clinical hospitalization time was longer, mean of 10 days, the prevalence of AKI was estimated at 12%. Almost the same proportion of men and women were affected by the AKI. In the univariate analysis, the following factors were identified for the clinical group: hospitalization (p <0.0001), death (p <0.0001), mechanical ventilation (p <0.0001), respiratory (p = 0.0178) and cardiovascular (P = 0.0008), hypertension (p = 0.0008), hypertension (p = 0.0009), sepsis (p <0.0001), cardiorespiratory arrest (p = 0.0326), hypovolemia (P <0.0180), vasoactive drug (p <0.0001), antibiotic and simultaneous antibiotic (p <0.0001), association> three factors (p <0.0001). For the surgical group, the following were the most important: companion (p = 0.0085), days of hospitalization (p <0.0001), death (p <0.0001), mechanical ventilation (p <0.0001), gastrointestinal (p = 0.0094) and neurological (P = 0.0449), thromboembolic disease (p = 0.0442), sepsis (p = 0.0006), CRP (p = 0.0442), hypovolaemia (p = 0.0199), arrhythmia (p = 0.0099), renal neoplasia (P = 0.0242), furosemide (p = 0.0031), vasoactive drug (p <0.0001), concurrent antibiotic (p <0.0001), association> three factors (p <0.0001). In the multivariate analysis, hypertension (p = 0.0349, OR = 1.9615), hypovolemia (p = 0.0060, OR = 5.607), heart failure (p = 0.0032, OR = 5.3123) (P <0.0001; OR 9.4912), dopamine (p = 0.0009, OR 3.5212), and dobutamine (p = 0.0131; OR 5.2612) 0.0001; OR = 5.0074). In this analysis, the factors associated with AKI were hypovolemia (p = 0.0260, OR = 3.2778), furosemide (p = 0.0032, OR = 2.3701), noradrenaline (p = 0.0060, OR = 4.8851), glycol / polypeptide P = 0.0009; OR = 22.9281) and association> three factors (p <0.0001; OR = 1.2682). Conclusion: The LRA in clinical and surgical patients is a multifactorial event that occurred notably in patients with advanced age, with longer hospitalization and predispositions to death. It was associated with cardiovascular etiologies, complications due to the severity of the participants and use of drugs with nephrotoxic potential. The study also showed that the concomitance of more than three risk factors contributed to AKI. Product of the dissertation: Elaborated software for risk classification and presence of AKI among clinical and surgical patients hospitalized in the adult ICU, which was included in the electronic medical records institutional platform. This material addresses two stages of evaluation: the first integrates the factors associated with renal dysfunction and eventual issuance of yellow alert via the medical prescription system and multiprofessional evolution; And the second, with the detection of AKI using the AKIN criterion (and possible red alert issuance via a medical prescription system and multiprofessional evolution). The evaluations will be performed at admission and every 48 hours of ICU hospitalization.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Meneguin, Silmara [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Benichel, Cariston Rodrigo [UNESP]2017-04-17T17:25:37Z2017-04-17T17:25:37Z2017-02-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15022100088407733004064081P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-09-03T15:33:52Zoai:repositorio.unesp.br:11449/150221Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestrepositoriounesp@unesp.bropendoar:29462024-09-03T15:33:52Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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description Introdução: Lesão renal aguda (LRA) é um problema de saúde que repercute diretamente nos índices de morbimortalidade de pacientes graves. Objetivo: Identificar os fatores associados à LRA em pacientes clínicos e cirúrgicos durante a hospitalização em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Método: Foi realizado um estudo tipo caso-controle em uma UTI geral de hospital privado do interior paulista, mediante levantamento dos registros de prontuário dos pacientes internados, no período de 2014 e 2015. Para tanto, os participantes foram divididos em quatro grupos, sendo: dois casos, constituído de pacientes clínicos e cirúrgicos que desenvolveram LRA durante hospitalização na UTI e dois controles com o mesmo perfil, mas que não desenvolveram LRA durante o período do estudo. Considerou-se LRA um aumento de 0,3 mg/dl sobre o valor basal de creatinina sérica nas primeiras 48hs de internação na UTI, conforme definição adotada na classificação AKIN (Acute Kidney Injury Network), pelo critério de creatinina. As variáveis analisadas foram: sexo, idade, raça, estado civil, dias de internação, desdobramento da hospitalização, uso de ventilação mecânica, diagnóstico de entrada, fatores de risco cardiovascular e outras comorbidades, fatores de risco nefrológicos), procedimentos realizados (vascular e contrastado), medicamentos nefrológicos/utilização de antibióticos e exames laboratoriais. Inicialmente, todas as variáveis foram analisadas descritivamente. As variáveis quantitativas foram apresentadas em termos de médias e desvios-padrão e as variáveis classificatórias em tabelas contendo frequências absolutas (n) e relativas (%). Foi realizada análise univariada de cada exposição sobre a LRA, incluindo no modelo de regressão logística múltipla as exposições que nesta etapa mais se associaram com a LRA. Na sequência realizou-se o teste de interações duplas entre as exposições incluídas no modelo múltiplo, e o modelo final foi composto somente com os principais efeitos de cada exposição, gerando assim odds ratio da LRA entre pacientes clínicos e cirúrgicos. Valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significantes. Resultados: Participaram deste estudo 656 pacientes, sendo 205 do grupo clínico, 123 do cirúrgico e o mesmo número de controle, para ambos os grupos (328). O tempo de internação dos clínicos foi maior, média de 10 dias, a prevalência da LRA foi estimada em 12%. Praticamente a mesma proporção de homens e mulheres foram acometidos pela LRA. Na análise univariada foram identificados como fatores associados à LRA para o grupo de pacientes clínicos: dias de internação (p<0.0001), óbito (p<0.0001), ventilação mecânica (p<0.0001), diagnóstico respiratório (p=0.0178) e cardiovascular (p=0.0008), diabetes (p=0.0347), hipertensão arterial (p=0.0009), sepse (p<0.0001), parada cardiorrespiratória (p=0.0326), hipovolemia (p=0.0002), insuficiência cardíaca (p<0.0001), procedimento contrastado (p=0.0046), quimioterapia (p=0.0180), droga vasoativa (p<0.0001), antibiótico e antibiótico simultâneo (p<0.0001), associação > três fatores (p<0.0001). 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