Território e territorialidades em disputa: subordinação, autonomia e emancipação do campesinato em assentamentos rurais no Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Origuéla, Camila Ferracini
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/181339
Resumo: As empresas transnacionais, assim como redes varejistas, controlam cada vez mais a produção, a distribuição e o consumo de alimentos, assim como os meios necessários para isso – sementes, insumos, tecnologias, crédito, mercados e políticas –, constituindo o sistema alimentar capitalista. Elas controlam os fixos, ou objetos, e os fluxos, as relações, que conectam o sistema em diferentes escalas. No bojo desses processos, elas podem se apropriar do território ou determinar o seu uso, produzindo a subordinação do campesinato. Contudo, os camponeses resistem e constroem alternativas baseadas em outro uso do território, rompendo com relações de sujeição ao capital. São alternativas em diferentes dimensões e escalas dos territórios camponeses, nas técnicas e tecnologias, nas formas de organização social, no acesso a mercados institucionais e na construção de mercados populares camponeses. Entretanto, sabe-se pouco sobre as dinâmicas territoriais dessas experiências. Em que contexto e como são construídas. Qual a importância do território e do seu uso. Para responder esses questionamentos, o objetivo dessa tese é estudar experiências de produção, industrialização e comercialização de alimentos convencional e agroecológicos desenvolvidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em assentamentos rurais no Rio Grande do Sul, assim como as contradições que compõem esses processos. No que se refere à experiência convencional, estudou-se o caso da soja nos assentamentos rurais da região Centro-Sul do estado. O Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor de soja do país, depois do Mato Grosso e Paraná. Esses três estados, seguidos do estado de Goiás, produzem aproximadamente 70% da soja brasileira. O boom de commodities como a soja se deve, principalmente, ao seu elevado preço no mercado internacional, seguido da demanda chinesa impulsionada pelas mudanças nos hábitos alimentares da população. A territorialização da soja nos assentamentos rurais ocorre por intermédio de parcerias entre camponeses e grandes produtores, que se aproveitam das dificuldades enfrentadas pelos assentados para ratificar contratos. Nesse caso, os camponeses se reproduzem no bojo de um sistema alimentar com poder suficiente para definir preços, tecnologias, mercados e políticas. Logo, os camponeses veem seus territórios cada vez mais controladas pela lógica do mercado global, produzindo territorialidades subordinadas. Por sua vez, no que se refere às experiências agroecológicas, estudou-se o caso das hortaliças e do arroz na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). A territorialização das hortaliças agroecológicas ocorreu entre as décadas de 1980 e 1990. Já a territorialização do arroz agroecológico teve início em 1999, em caráter experimental. Em ambos os casos, os camponeses lutam por autonomia desvinculando-se parcial ou totalmente do capital industrial, comercial e financeiro, produzindo territorialidades autônomas. Diante da subordinação, dependência e marginalização desencadeadas pelo sistema alimentar capitalista, constatou-se que os camponeses estão construindo resistências territoriais baseadas em outro uso do território. Isso ocorre através do aprofundamento de práticas socioterritoriais autônomas e emancipatórias. Nos casos em que os camponeses constroem territorialidades autônomas, determinando através das cooperativas, dos grupos gestores e grupos de famílias a produção, a distribuição e consumo de alimentos, aliando-se aos consumidores, configura-se o sistema alimentar camponês.
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No bojo desses processos, elas podem se apropriar do território ou determinar o seu uso, produzindo a subordinação do campesinato. Contudo, os camponeses resistem e constroem alternativas baseadas em outro uso do território, rompendo com relações de sujeição ao capital. São alternativas em diferentes dimensões e escalas dos territórios camponeses, nas técnicas e tecnologias, nas formas de organização social, no acesso a mercados institucionais e na construção de mercados populares camponeses. Entretanto, sabe-se pouco sobre as dinâmicas territoriais dessas experiências. Em que contexto e como são construídas. Qual a importância do território e do seu uso. Para responder esses questionamentos, o objetivo dessa tese é estudar experiências de produção, industrialização e comercialização de alimentos convencional e agroecológicos desenvolvidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em assentamentos rurais no Rio Grande do Sul, assim como as contradições que compõem esses processos. No que se refere à experiência convencional, estudou-se o caso da soja nos assentamentos rurais da região Centro-Sul do estado. O Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor de soja do país, depois do Mato Grosso e Paraná. Esses três estados, seguidos do estado de Goiás, produzem aproximadamente 70% da soja brasileira. O boom de commodities como a soja se deve, principalmente, ao seu elevado preço no mercado internacional, seguido da demanda chinesa impulsionada pelas mudanças nos hábitos alimentares da população. A territorialização da soja nos assentamentos rurais ocorre por intermédio de parcerias entre camponeses e grandes produtores, que se aproveitam das dificuldades enfrentadas pelos assentados para ratificar contratos. Nesse caso, os camponeses se reproduzem no bojo de um sistema alimentar com poder suficiente para definir preços, tecnologias, mercados e políticas. Logo, os camponeses veem seus territórios cada vez mais controladas pela lógica do mercado global, produzindo territorialidades subordinadas. Por sua vez, no que se refere às experiências agroecológicas, estudou-se o caso das hortaliças e do arroz na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). A territorialização das hortaliças agroecológicas ocorreu entre as décadas de 1980 e 1990. Já a territorialização do arroz agroecológico teve início em 1999, em caráter experimental. Em ambos os casos, os camponeses lutam por autonomia desvinculando-se parcial ou totalmente do capital industrial, comercial e financeiro, produzindo territorialidades autônomas. Diante da subordinação, dependência e marginalização desencadeadas pelo sistema alimentar capitalista, constatou-se que os camponeses estão construindo resistências territoriais baseadas em outro uso do território. Isso ocorre através do aprofundamento de práticas socioterritoriais autônomas e emancipatórias. Nos casos em que os camponeses constroem territorialidades autônomas, determinando através das cooperativas, dos grupos gestores e grupos de famílias a produção, a distribuição e consumo de alimentos, aliando-se aos consumidores, configura-se o sistema alimentar camponês.Transnational corporations, as well as retail chains, increasingly control food production, distribution and consumption, as well as the means to do so - seeds, inputs, technologies, credit, markets and policies - as the capitalist food system. They control the fixed, or objects, and the flows, the relationships, that connect the system at different scales. In the midst of these processes, they can appropriate the territory or determine its use, producing the subordination of the peasantry. However, the peasants resist and construct alternatives based on another use of the territory, breaking with relations of subjection to the capital. They are alternatives in different dimensions and scales of the peasant territories, in the techniques and technologies, in the forms of social organization, in the access to institutional markets and in the construction of popular peasant markets. However, little is known about the territorial dynamics of these experiences. In what context and how they are constructed. How important is the territory and its use. In order to answer these questions, the objective of this thesis is to study experiences of production, industrialization and commercialization of conventional and agroecological foods developed by the Landless Rural Workers Movement (MST) in rural settlements in Rio Grande do Sul, as well as the contradictions that compose these processes. As far as conventional experience is concerned, the soybean case was studied in rural settlements in the Center-South region of the state. Rio Grande do Sul is the third largest soy producer in the country, after Mato Grosso and Paraná. These three states, followed by the state of Goiás, produce approximately 70% of Brazilian soya. The boom in commodities such as soybeans is mainly due to its high price in the international market, followed by Chinese demand driven by changes in the population's eating habits. The territorialization of soy in rural settlements occurs through partnerships between peasants and large producers, who take advantage of the difficulties faced by the settlers to ratify contracts. In this case, the peasants reproduce within the framework of a food system with sufficient power to define prices, technologies, markets and policies. Soon, peasants see their territories increasingly controlled by the logic of the global market, producing subordinate territorialities. On the other hand, in the agroecological experiments, the case of vegetables and rice in the Metropolitan Region of Porto Alegre (RMPA) was studied. The territorialization of agroecological vegetables occurred between the 1980s and 1990s. The territorialization of agroecological rice began in 1999, on an experimental basis. In both cases, the peasants struggle for autonomy by partially or totally disassociating themselves from industrial, commercial and financial capital, producing autonomous territorialities. Faced with subordination, dependence and marginalization triggered by the capitalist food system, peasants are building territorial resistances based on another use of the territory. This occurs through the deepening of autonomous and emancipatory socio-territorial practices. In cases where peasants build autonomous territories, determining the peasant food system through cooperatives, management groups and groups of families to produce, distribute and consume food, in addition to consumers.Las empresas transnacionales, así como las redes minoristas, controlan cada vez más la producción, la distribución y el consumo de alimentos, así como los medios necesarios para ello - semillas, insumos, tecnologías, crédito, mercados y políticas -, constituyendo el sistema alimentario capitalista . Ellas controlan los fijos, u objetos, y los flujos, las relaciones, que conectan el sistema en diferentes escalas. En el seno de estos procesos, ellas pueden apropiarse del territorio o determinar su uso, produciendo la subordinación del campesinado. Sin embargo, los campesinos resisten y construyen alternativas basadas en otro uso del territorio, rompiendo con relaciones de sujeción al capital. Son alternativas en diferentes dimensiones y escalas de los territorios campesinos, en las técnicas y tecnologías, en las formas de organización social, en el acceso a mercados institucionales y en la construcción de mercados populares campesinos. Sin embargo, se sabe poco sobre las dinámicas territoriales de esas experiencias. En qué contexto y cómo se construyen. ¿Cuál es la importancia del territorio y de su uso. Para responder a estos cuestionamientos, el objetivo de esta tesis es estudiar experiencias de producción, industrialización y comercialización de alimentos convencional y agroecológico desarrolladas por el Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra (MST) en asentamientos rurales en Rio Grande do Sul, así como las contradicciones que componen esos procesos. En lo que se refiere a la experiencia convencional, se estudió el caso de la soja en los asentamientos rurales de la región Centro-Sur del estado. Río Grande do Sul es el tercer mayor productor de soja del país, después de Mato Grosso y Paraná. Estos tres estados, seguidos del estado de Goiás, producen aproximadamente el 70% de la soja brasileña. El boom de commodities como la soja se debe principalmente a su elevado precio en el mercado internacional, seguido de la demanda china impulsada por los cambios en los hábitos alimentarios de la población. La territorialización de la soja en los asentamientos rurales ocurre por intermedio de asociaciones entre campesinos y grandes productores, que se aprovechan de las dificultades enfrentadas por los asentados para ratificar contratos. En ese caso, los campesinos se reproducen en el seno de un sistema alimentario con poder suficiente para definir precios, tecnologías, mercados y políticas. Luego, los campesinos ven sus territorios cada vez más controlados por la lógica del mercado global, produciendo territorialidades subordinadas. Por su parte, en lo que se refiere a las experiencias agroecológicas, se estudió el caso de las hortalizas y del arroz en la Región Metropolitana de Porto Alegre (RMPA). La territorialización de las hortalizas agroecológicas ocurrió entre las décadas de 1980 y 1990. Ya la territorialización del arroz agroecológico tuvo inicio en 1999, en carácter experimental. En ambos casos, los campesinos luchan por autonomía desvinculándose parcial o totalmente del capital industrial, comercial y financiero, produciendo territorialidades autónomas. Ante la subordinación, dependencia y marginación desencadenadas por el sistema alimentario capitalista, se constató que los campesinos están construyendo resistencias territoriales basadas en otro uso del territorio. Esto ocurre a través de la profundización de prácticas socioterritoriales autónomas y emancipatorias. En los casos en que los campesinos construyen territorialidades autónomas, determinando a través de las cooperativas, de los grupos gestores y grupos de familias la producción, la distribución y el consumo de alimentos, aliándose a los consumidores, se configura el sistema alimentario campesino.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Fernandes, Bernardo Mançano [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Origuéla, Camila Ferracini2019-04-02T20:53:38Z2019-04-02T20:53:38Z2019-03-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/18133900091454433004129042P3porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-20T15:25:41Zoai:repositorio.unesp.br:11449/181339Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T16:02:43.608758Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
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