Estresse e a formação médica: implicações na saúde mental dos estudantes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guimarães, Katia Burle dos Santos [UNESP]
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/97693
Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência de estresse no estudante de Medicina. A Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) foi escolhida por utilizar, desde 1997, no lugar do método tradicional, uma nova metodologia de ensino, a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP). Os sujeitos da pesquisa foram quatrocentos e treze estudantes, do ano de 2003, equivalente a 87,5% dos estudantes matriculados naquele ano. Foi aplicado o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp aos sujeitos da pesquisa durante os meses de abril a outubro de 2003. Observou-se a presença de estresse em 57,83% dos estudantes. A prevalência de estresse foi menor nos estudantes do primeiro ano em relação aos estudantes dos demais anos, e essas diferenças foram estatisticamente significantes. A prevalência de estresse foi maior no gênero feminino em relação ao masculino (p < 0,05). Nos estudantes que apresentaram estresse, 63,71% apresentaram predominância de sintomas psíquicos, 24,05% de sintomas físicos e 12,24% sem predominância. Nos estudantes que apresentaram estresse, 88,19% encontravam-se na fase de resistência, 4,64% na fase de alerta, 5,06% na fase de quase exaustão e 2,11% na fase de exaustão. Esses resultados sugerem que o curso médico é um agente estressor, mesmo numa faculdade que utiliza em seu currículo a ABP e, também, que há uma associação maior entre o estresse e o gênero feminino. Os resultados obtidos nesta pesquisa fazem considerar a necessidade de repensar o ensino médico, dando condições ao estudante de aprender a lidar com o estresse causado pelo curso, pois a maioria dos estudantes ainda se encontra na fase de resistência, portanto, sem uma doença instalada.
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