José de Alencar, leitor de si mesmo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima, Lilian Tigre
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11449/236145
Resumo: Nesta tese de doutorado, buscamos revisitar a história da recepção crítica da obra de José de Alencar, tendo o olhar direcionado não para as leituras que outros fizeram sobre essa ficção, mas para a leitura que o literato deixou sobre si mesmo. Assim, sem pretender fazer deste estudo uma abordagem linear e exaustiva da avaliação que os livros de Alencar receberam ao longo dos séculos XIX e XX, nosso intuito foi debater, a partir das polêmicas e dos demais textos de natureza crítica, as “ações” do escritor em favor da própria recepção futura. Entre outros aspectos, analisamos de que maneira Alencar, em especial aquele da maturidade (1871-1877), ao apresentar-se como leitor de modelos pouco aproximados de sua obra por seus contemporâneos, parece induzir a crítica a “aceitar” essa vinculação, lançando os holofotes para outras imagens de si como escritor. Tratou-se, pois, de considerar o pensamento crítico de José de Alencar (MARTINS, 2005) ou, mais precisamente, de compreender o esforço exercido por ele no movimento pela própria permanência. Para um entendimento mais aprofundado do efeito dessas “ações”, recorremos aos conceitos de “reputação”, “celebridade” e “glória” (LILTI, 2014). Embora Antoine Lilti, em seu estudo, tenha os olhos voltados para o cenário europeu dos séculos XVIII e XIX, a conceitualização apresentada pelo historiador francês oferece nuances que, a nosso ver, permitem pensar com maior acuidade as chamadas “formas de notoriedade” do nome e da obra de José de Alencar, em seu presente e em sua posteridade. Finalmente, buscamos analisar as dinâmicas produzidas por cada atitude crítica, em movimento e em conflito, a fim de compreender de que maneira contribuem, junto a demais fatores históricos e sociais, para o desvendamento de outras facetas do escritor, esse glorioso “desconhecido” (AMOROSO LIMA, 1965; PELOGGIO, 2009).
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