O romance em "modo existencial" em A maçã no escuro, de Clarice Lispector e A ilha de Arturo, de Elsa Morante
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/153178 |
Resumo: | O trabalho analisa características de dois romances, um deles escrito por uma autora brasileira, A maçã no escuro, de Clarice Lispector (1920-1976) e o segundo por uma autora italiana, A ilha de Arturo (L’isola di Arturo), de Elsa Morante (1912-1985). A pesquisa estabelece continuidade com o projeto desenvolvido em nível de iniciação científica e insiste na análise sob novos parâmetros comparativos, ou seja, partimos do fato de as escritoras serem de gerações diferentes e não terem mantido contato, nem mesmo através de suas obras. Além de serem ambas judias, o que pode aproximá-las é a busca da identidade, do eu e da interioridade, em certos casos ampliando a jornada pelo inconsciente e para o questionamento das formas de representação. Essa temática complexa reflete, tanto no plano do conteúdo quanto na forma literária certa obstinação ou uma insubordinação exposta na linguagem. A análise está centrada nos protagonistas masculinos dos romances: em A maçã no escuro, o narrador em terceira pessoa apresenta Martim, já maduro, e sua procura ao se encontrar, descobrir o tempo, se libertar do medo; até meados da narrativa sua atitude mais inteligível e ativa é sentar-se em uma pedra; em A ilha de Arturo, o protagonista já adulto, Arturo Gerace, narra em primeira pessoa suas memórias da adolescência, principalmente ligadas à ilha, ao pai e à madrasta. Ambas as personagens lidam com a solidão, com o medo e com o mal; escolhem a fuga como forma de enfrentar os impasses do mundo interior e exterior. O desafio desta análise é estabelecer um contraponto entre os romances privilegiando a elaboração da linguagem referente ao foco narrativo de cada obra, o modo como exprimem a consciência das personagens, e a maneira de representar a existência desses homens. Os heróis criados por Lispector e Morante estão em constante formação e transformação. Martim e Aturo optam por sair do ambiente costumeiro, usando a experiência como suporte, uma vez que, nas palavras de Sartre, somente o ato permite ao homem viver. |
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O romance em "modo existencial" em A maçã no escuro, de Clarice Lispector e A ilha de Arturo, de Elsa MoranteThe romance in “existential mode” in A maçã no escuro, by Clarice Lispector and A ilha de Arturo, by Elsa MoranteClarice LispectorElsa MoranteA maçã no escuroA ilha de ArturoO trabalho analisa características de dois romances, um deles escrito por uma autora brasileira, A maçã no escuro, de Clarice Lispector (1920-1976) e o segundo por uma autora italiana, A ilha de Arturo (L’isola di Arturo), de Elsa Morante (1912-1985). A pesquisa estabelece continuidade com o projeto desenvolvido em nível de iniciação científica e insiste na análise sob novos parâmetros comparativos, ou seja, partimos do fato de as escritoras serem de gerações diferentes e não terem mantido contato, nem mesmo através de suas obras. Além de serem ambas judias, o que pode aproximá-las é a busca da identidade, do eu e da interioridade, em certos casos ampliando a jornada pelo inconsciente e para o questionamento das formas de representação. Essa temática complexa reflete, tanto no plano do conteúdo quanto na forma literária certa obstinação ou uma insubordinação exposta na linguagem. A análise está centrada nos protagonistas masculinos dos romances: em A maçã no escuro, o narrador em terceira pessoa apresenta Martim, já maduro, e sua procura ao se encontrar, descobrir o tempo, se libertar do medo; até meados da narrativa sua atitude mais inteligível e ativa é sentar-se em uma pedra; em A ilha de Arturo, o protagonista já adulto, Arturo Gerace, narra em primeira pessoa suas memórias da adolescência, principalmente ligadas à ilha, ao pai e à madrasta. Ambas as personagens lidam com a solidão, com o medo e com o mal; escolhem a fuga como forma de enfrentar os impasses do mundo interior e exterior. O desafio desta análise é estabelecer um contraponto entre os romances privilegiando a elaboração da linguagem referente ao foco narrativo de cada obra, o modo como exprimem a consciência das personagens, e a maneira de representar a existência desses homens. Os heróis criados por Lispector e Morante estão em constante formação e transformação. Martim e Aturo optam por sair do ambiente costumeiro, usando a experiência como suporte, uma vez que, nas palavras de Sartre, somente o ato permite ao homem viver.The syllabus analises aspects of two romances, one of them is written by a brazilian author, A maçã no escuro by Clarice Lispector (1920-1976) and the other is by an Italian author, A Ilha de Arturo (L’isola di Arturo) by Elsa Morante (1912-1985). The research establishes continuity with the project developed in a scientific initiation level and insists in the analysis by new comparative parameters, therefore, under the circumstances that the authors are from different ages in time and didn’t have any contact with each other, not even by their work. They were both jewish, which may help bring them together in some aspects by their identities, in some cases, broadening the journey by the in-consciousness and also questioning the ways of representing it. This complex theme reflects, in its content and literary form, a obstinacy exposed in the language. The analysis is centered in the main male characters of the novels: in A maçã no escuro the narrator in third person introduces Martim, already mature, and his search of finding himself, discovering the wonders of time, and liberating himself from fear; until half of the narrative his most active action is to sit on a rock; in A Ilha de Arturo, the adult protagonist, Arturo Gerace, narrates in first person his teenage memories, mostly the ones connected to the island, his dad and step mother. Both characters deal with solitude, fear and evil; they choose running away as a way of dealing with the obstacles of the exterior and interior world. The challenge of this analysis is to establish a counterpoint between the novels while bringing up the elaboration of the language and the narrative goal of each novel, the way consciousness is expressed in each character, and how the existence of these men is represented. The literary heroes created by Lispector and Morante are in constant formation and transformation. Martim and Arturo choose to leave their home environments, using their experience as a base, as said, in the words of Sartre, that only the act allows the man to livCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Universidade Estadual Paulista (Unesp)Betella, Gabriela Kvacek [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Ferreti, Caroline2018-03-23T12:39:48Z2018-03-23T12:39:48Z2018-01-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/15317800089874833004048019P1porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2024-06-18T12:59:24Zoai:repositorio.unesp.br:11449/153178Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T22:35:48.872262Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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