Efeitos comportamentais e fisiológicos da hidrocortisona exógena em fêmeas de lambari-do-rabo-amarelo em condições de residência e não residência
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/11449/252260 |
Resumo: | A formação de hierarquias sociais de dominância se apresenta em diferentes espécies gregárias, incluindo animais aquáticos. A agressividade é amplamente utilizada para definir e ditar essas hierarquias de dominância, indicando animais submissos e dominantes, os quais apresentam privilégios sobre recursos do grupo. Contudo, pouco se sabe sobre as causas e consequências dessa agressividade presente em grupos de peixes. O cortisol, envolvido na resposta de estresse também pode interferir em mecanismos cerebrais e é capaz de aumentar tal agressividade em alguns peixes. Além disso, a residência no ambiente em que o animal se encontra é outro fator que pode aumentar comportamentos agressivos, já que apresentam maior capacidade e motivação para lutarem pelo espaço já conquistado. Neste contexto, comportamento agressivo intraespecífico é um fator a ser considerado em ambientes de produção, já que pode acarretar perdas significativas e prejuízos financeiros. O lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparane), que vem ganhando importância na produção de peixes no Brasil, apresenta comportamentos agressivos, principalmente as fêmeas da espécie, o que leva a prejuízos para o setor. Desse modo, o presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos comportamentais e fisiológicos de fêmeas de lambari-do-rabo-amarelo em condições de residência e não residência, tratadas ou não com cortisol exógeno. Para isso, as fêmeas foram separadas em diferentes grupos, recebendo injeção intraperitoneal de hidrocortisona ou veículo, e colocadas em condições de residência, isoladas em aquários, e não residência, alocadas em grupos. Os animais foram colocados em confrontos que foram filmados para análise comportamental, e posteriormente tiveram o sangue coletado para análise de biomarcadores de estresse. O comportamento agressivo foi afetado tanto pelo tratamento com cortisol, quanto pela condição de residência, mostrando que níveis basais elevados do hormônio e o reconhecimento prévio do ambiente aumentam a agressividade nessa espécie. Em contrapartida, os animais não residentes se mostraram menos agressivos, algo relacionado ao estado de alerta criado pelo novo ambiente em que as fêmeas foram alocadas. A glicose foi reduzida pelo cortisol exógeno nos peixes residentes, enquanto o cortisol plasmático foi mais alto nos peixes tratados com a hidrocortisona. Assim, o estresse e a condição de isolamento influenciaram diretamente a agressividade das fêmeas de lambari-do-rabo-amarelo, algo que deve ser mais investigado e compreendido para que haja uma diminuição desses comportamentos e perdas econômicas dentro da piscicultura |
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Efeitos comportamentais e fisiológicos da hidrocortisona exógena em fêmeas de lambari-do-rabo-amarelo em condições de residência e não residênciaBehavioural and physiological effects of exogenous hydrocortisone in female yellowtail lambari under residency and non-residency conditionsEstresseCortisolLambari (Peixe)A formação de hierarquias sociais de dominância se apresenta em diferentes espécies gregárias, incluindo animais aquáticos. A agressividade é amplamente utilizada para definir e ditar essas hierarquias de dominância, indicando animais submissos e dominantes, os quais apresentam privilégios sobre recursos do grupo. Contudo, pouco se sabe sobre as causas e consequências dessa agressividade presente em grupos de peixes. O cortisol, envolvido na resposta de estresse também pode interferir em mecanismos cerebrais e é capaz de aumentar tal agressividade em alguns peixes. Além disso, a residência no ambiente em que o animal se encontra é outro fator que pode aumentar comportamentos agressivos, já que apresentam maior capacidade e motivação para lutarem pelo espaço já conquistado. Neste contexto, comportamento agressivo intraespecífico é um fator a ser considerado em ambientes de produção, já que pode acarretar perdas significativas e prejuízos financeiros. O lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparane), que vem ganhando importância na produção de peixes no Brasil, apresenta comportamentos agressivos, principalmente as fêmeas da espécie, o que leva a prejuízos para o setor. Desse modo, o presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos comportamentais e fisiológicos de fêmeas de lambari-do-rabo-amarelo em condições de residência e não residência, tratadas ou não com cortisol exógeno. Para isso, as fêmeas foram separadas em diferentes grupos, recebendo injeção intraperitoneal de hidrocortisona ou veículo, e colocadas em condições de residência, isoladas em aquários, e não residência, alocadas em grupos. Os animais foram colocados em confrontos que foram filmados para análise comportamental, e posteriormente tiveram o sangue coletado para análise de biomarcadores de estresse. O comportamento agressivo foi afetado tanto pelo tratamento com cortisol, quanto pela condição de residência, mostrando que níveis basais elevados do hormônio e o reconhecimento prévio do ambiente aumentam a agressividade nessa espécie. Em contrapartida, os animais não residentes se mostraram menos agressivos, algo relacionado ao estado de alerta criado pelo novo ambiente em que as fêmeas foram alocadas. A glicose foi reduzida pelo cortisol exógeno nos peixes residentes, enquanto o cortisol plasmático foi mais alto nos peixes tratados com a hidrocortisona. Assim, o estresse e a condição de isolamento influenciaram diretamente a agressividade das fêmeas de lambari-do-rabo-amarelo, algo que deve ser mais investigado e compreendido para que haja uma diminuição desses comportamentos e perdas econômicas dentro da pisciculturaThe development of social dominance hierarchies has been demonstrated in several gregarious species, including aquatic animals. Aggressiveness is often used to establish and enforce these dominance hierarchies, indicating submissive and dominant animals that have privileges over group resources, but little is known about the causes and consequences of this aggressiveness in fish. The cortisol involved in the stress response is also found in cerebral mechanisms, and it's capable of increasing this aggressive response in group of animals. Besides that, the residency over the environment in which the animal is found it's another factor to increase these aggressive behaviours, since they have more capacity and motivation to fight for the environment already conquered, as observed in salmon species. The intra-specific aggressive behaviour is an important factor within the growing national fish farming industry. The yellowtail lambari (Astyanax altiparanae), which is constantly growing in fish production in Brazil, shows these aggressive behaviours, especially in females, which leads to economic losses in the market. Therefore, the present study had the objective of evaluating the effects on the behaviour and physiology of female yellowtail lambari, in conditions of residence and non-residence, treated or not with exogenous cortisol. The females were separated into groups, received an intraperitoneal injection with or without hydrocortisone, and then placed in residency condition, isolated in the aquarium, or non-residency, grouped in boxes. The animals were put into direct confrontation, filmed for behavioural analysis, and then had blood collected for analysis of stress biomarkers. Aggressive behaviour was affected by both the cortisol treatment and the housing condition, showing that elevated basal levels of the hormone and prior awareness of the environment increased aggressiveness in this species. In contrast, the non-resident animals were less aggressive, something related to the alert state formed by the new environment to which the females were exposed. the blood glucose was decreased by cortisol treatment in resident fish, while the cortisol was increased in fish treated with hydrocortisone. Thus, stress and housing conditions have a direct influence on the aggressiveness of female yellowtail lambari, something that needs further study and investigation so that we can reduce this aggressive behaviour and economic losses in fish farming.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)9641UNESPUrbinati, Elisabeth Criscuolo [UNESP]Faria, Camila de Fátima PereiraGonçalez, Fábio Lopes2023-12-21T17:36:53Z2023-12-21T17:36:53Z2023-12-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisapplication/pdfGONÇALEZ, F. L. Efeitos comportamentais e fisiológicos da hidrocortisona exógena em fêmeas de lambari-do-rabo-amarelo em condições de residência e não residência. 2023. 31 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Medicina Veterinária) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2023.https://hdl.handle.net/11449/252260porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-12-22T06:11:59Zoai:repositorio.unesp.br:11449/252260Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T18:34:18.950662Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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