Uma leitura da climatologia escolar em livros didáticos de Geografia (1967-2013)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNESP |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11449/192396 |
Resumo: | O livro didático é parte integrante da cultura escolar. Sua relevância na escola moderna foi se ampliando à medida que se tornou instrumento de apoio quase indispensável aos professores e aos alunos, em razão de democratizar o acesso aos conteúdos concernentes ao campo do saber de uma disciplina escolar. Na história da Geografia escolar brasileira, o livro didático assume particular relevância a partir das primeiras décadas do século XX, com as obras do professor Carlos Miguel Delgado de Carvalho. O objetivo deste estudo é a análise dos conteúdos de climatologia escolar em livros didáticos de Geografia para o Ensino Médio em perspectiva diacrônica. O período escolhido abrange a década de 1960 até a década de 2010. Foram selecionados cinco livros didáticos, pertencentes a autores da Geografia escolar brasileira: os livros O Mundo em que vivemos e Terra brasileira, de Aroldo de Azevedo, da década de 1960; o livro Geografia geral, de Elian Alabi Lucci, da década de 1980; o livro Panorama geográfico do Brasil, de Melhem Adas, da década de 1980; o livro Geografia: contextos e redes – volume I, de Angela Corrêa da Silva, Nelson Bacic Olic e Rui Lozano, da década de 2010. Além dos conteúdos específicos de climatologia escolar, analisamos as intenções dos autores por meio de seus discursos, presentes nos prefácios, capítulos introdutórios e partes específicas para o professor. Adotamos como método investigativo o chamado paradigma indiciário, um ramo da hermenêutica. Desse modo, procedemos a uma investigação que contempla não só a relação do currículo oficial correspondente a cada período com os aspectos formais da climatologia acadêmica, no que diz respeito a conteúdo, mas também à vinculação dos autores desses livros didáticos às principais correntes teórico-metodológicas da Geografia e da climatologia enquanto ciência de referência (em suas vertentes estática e dinâmica). Para embasar este trabalho, recorremos a pesquisadores que discorrem sobre a instituição da Geografia como disciplina fundante da escola moderna e como ciência autônoma, reivindicante de epistemologia e métodos próprios, no século XIX. Recorremos, igualmente, a pesquisadores que discutem a importância das disciplinas escolares na perenização e propagação de cultura, bem como ao papel delas na criação de conceitos próprios, com relativa independência da sua respectiva ciência de referência, para atender às finalidades da educação escolar. |
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Uma leitura da climatologia escolar em livros didáticos de Geografia (1967-2013)A reading of school climatology in Geography textbooks (1967-2013)Une lecture de la climatologie scolaire dans les manuels de géographie (1967-2013)Ciência de referênciaClimatologia escolarDisciplina escolarEscolaLivro didáticoReference scienceSchool climatologySchool subjectSchoolTextbookScience de référenceClimatologie scolaireDiscipline scolaireÉcoleManuel scolaireO livro didático é parte integrante da cultura escolar. Sua relevância na escola moderna foi se ampliando à medida que se tornou instrumento de apoio quase indispensável aos professores e aos alunos, em razão de democratizar o acesso aos conteúdos concernentes ao campo do saber de uma disciplina escolar. Na história da Geografia escolar brasileira, o livro didático assume particular relevância a partir das primeiras décadas do século XX, com as obras do professor Carlos Miguel Delgado de Carvalho. O objetivo deste estudo é a análise dos conteúdos de climatologia escolar em livros didáticos de Geografia para o Ensino Médio em perspectiva diacrônica. O período escolhido abrange a década de 1960 até a década de 2010. Foram selecionados cinco livros didáticos, pertencentes a autores da Geografia escolar brasileira: os livros O Mundo em que vivemos e Terra brasileira, de Aroldo de Azevedo, da década de 1960; o livro Geografia geral, de Elian Alabi Lucci, da década de 1980; o livro Panorama geográfico do Brasil, de Melhem Adas, da década de 1980; o livro Geografia: contextos e redes – volume I, de Angela Corrêa da Silva, Nelson Bacic Olic e Rui Lozano, da década de 2010. Além dos conteúdos específicos de climatologia escolar, analisamos as intenções dos autores por meio de seus discursos, presentes nos prefácios, capítulos introdutórios e partes específicas para o professor. Adotamos como método investigativo o chamado paradigma indiciário, um ramo da hermenêutica. Desse modo, procedemos a uma investigação que contempla não só a relação do currículo oficial correspondente a cada período com os aspectos formais da climatologia acadêmica, no que diz respeito a conteúdo, mas também à vinculação dos autores desses livros didáticos às principais correntes teórico-metodológicas da Geografia e da climatologia enquanto ciência de referência (em suas vertentes estática e dinâmica). Para embasar este trabalho, recorremos a pesquisadores que discorrem sobre a instituição da Geografia como disciplina fundante da escola moderna e como ciência autônoma, reivindicante de epistemologia e métodos próprios, no século XIX. Recorremos, igualmente, a pesquisadores que discutem a importância das disciplinas escolares na perenização e propagação de cultura, bem como ao papel delas na criação de conceitos próprios, com relativa independência da sua respectiva ciência de referência, para atender às finalidades da educação escolar.The textbook is an integral part of school culture. Its relevance in the modern school has expanded as it has become an extremelly essential support instrument for teachers and students, due to the democratization of access to content concerning the field of knowledge of a school subject. In the history of Brazilian school geography, the textbook assumes unique relevance from the first decades of the twentieth century, with the works of Carlos Miguel Delgado de Carvalho. The aim of this study is the analysis of the contents of school climatology in Geography textbooks for high school in a diachronic perspective. The period chosen ranged from the 1960s to the 2010s. Five textbooks belonging to authors of Brazilian school geography were chosen: the books O Mundo em que vivemos e Terra Brasileira, by Aroldo de Azevedo, from the 1960s; the book Geografia geral, by Elian Alabi Lucci, from the 1980s; the book Panorama geográfico do Brasil, by Melhem Adas, from the 1980s; the book Geografia : contextos e redes – volume I, of Angela Corrêa da Silva, Nelson Bacic Olic and Rui Lozano, from the 2010s. In addition to the specific contents of school climatology, we analyzed the authors' intentions through their speeches, present in the prefaces, introductory chapters and specific parts for the teacher. We adopted as an investigative method the so-called indiciary paradigm, a branch of hermeneutics. Thus, we carried out an investigation that contemplates not only the relationship of the official curriculum corresponding to each period with the formal aspects of academic climatology, with regard to content, but also the link between the authors of these textbooks and the main theoretical and methodological currents Geography and climatology as a reference science (in its static and dynamic aspects). To support this work, we turned to researchers who discuss the institution of Geography as a founding discipline of the modern school and as an autonomous science, claiming its own epistemology and methods, in the 19th century. We also resorted to researchers who discuss the importance of school subjects in the perpetuation and propagation of culture, as well as their role in creating their own concepts, with relative independence from their respective reference science, to meet the purposes of school education.Le manuel scolaire est partie intégrant de la culture scolaire. Sa pertinence dans l'école moderne s'est élargie quand il est devenu un instrument de soutien important aux enseignants et aux élèves, en raison de la démocratisation de l'accès aux contenus concernant le domaine de la connaissance d'une discipline scolaire. Dans l'histoire de la géographie scolaire brésilienne, le manuel scolaire a une pertinence particulière dès les premières décennies du XXe siècle, avec les travaux du professeur Carlos Miguel Delgado de Carvalho. L'objectif de cette étude est d'analyser le contenu de la climatologie scolaire dans les manuels de géographie du secondaire dans une perspective diachronique. La période choisie part des années 1960 jusqu’aux années 2010. Des cinq manuels appartenant à des auteurs de la géographie scolaire brésilienne ont été sélectionnés: les manuels scolaires O Mundo em que vivemos et Terra Brasileira, de Aroldo de Azevedo, des années 1960; le manuel scolaire Geografia geral, de Elian Alabi Lucci, des années 1980; le manuel scolaire Panorama geográfico do Brasil, de Melhem Adas, des années 1980; le manuel scolaire Geografia: contextos e redes – volume I, de Angela Corrêa da Silva, Nelson Bacic Olic et Rui Lozano, des années 2010. En plus, du contenu spécifique de la climatologie scolaire, nous avons analysé les intentions des auteurs à travers leurs discours, présentes dans les préfaces, chapitres d'introduction et parties spécifiques pour l'enseignant. Nous avons adopté comme méthode d'investigation le soi-disant paradigme indiciaire, une branche de l'herméneutique. Ainsi, nous avons mené une enquête qui envisage non seulement la relation du curriculum officiel correspondant à chaque période avec les aspects formels de la climatologie académique, en ce qui concerne le contenu, mais aussi le lien entre les auteurs de ces manuels et les principaux courants théoriques et méthodologiques de la Géographie et de la climatologie comme science de référence (dans ses aspects statiques et dynamiques). Pour soutenir ce travail, nous nous tournons vers des chercheurs qui discutent de l'institution de la géographie comme discipline fondatrice de l'école moderne et comme science autonome, revendiquant sa propre épistémologie et ses méthodes, au XIXe siècle. Nous avons également recouru à des chercheurs qui discutent de l'importance des matières scolaires dans la perpétuation et la propagation de la culture, ainsi que leur rôle dans la création de leurs propres concepts, relativement indépendants de leur science de référence respective, pour répondre aux objectifs de l'enseignement scolaire.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)CAPES: 001.Universidade Estadual Paulista (Unesp)Pezzato, João Pedro [UNESP]Universidade Estadual Paulista (Unesp)Mello, Bruno Falararo de2020-04-29T18:26:32Z2020-04-29T18:26:32Z2020-02-28info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11449/19239600093029233004137004P0porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNESPinstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESP2023-11-09T06:15:59Zoai:repositorio.unesp.br:11449/192396Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unesp.br/oai/requestopendoar:29462024-08-05T17:17:03.600222Repositório Institucional da UNESP - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
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