0211-A(janlea-caminho-janela)gif: processo artístico-nômade entre a rua e a efemeridade espacial

• Autor(a) principal: OLIVEIRA, Vinicius Julião de
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNESP
• Texto Completo: https://hdl.handle.net/11449/252491
• topic: Artes; Arte moderna - Séc. XXI; Arte e tecnologia; Cidades e vilas na arte; Transurbancia; Arte media; Ciudad; Caminar; Ventanilla

A presente pesquisa pretende ser um convite à prática de atravessamento de espaços, seres e potenciais artísticas no tecido urbano de nossas cidades. O intuito criador deste projeto parte da possibilidade de ver e sentir os nossos locais de passagem de um outro modo, através do caminhar enquanto prática estética (transurbância). Buscando investigar tais possibilidades discursivas e criadoras, desenvolvi um estudo de campo (artístico) partindo do caminhar estético para me colocar na rua, neste espaço social, a fim de atravessar os territórios urbanos e fronteiriços das cidades de São Roque e Itapevi no estado de São Paulo, percorrendo a pé o mesmo trecho realizado pela única linha intermunicipal (pública) de ônibus de São Roque/Itapevi (0211-A Danúbio Azul). Deste ímpeto, surge o projeto “0211-A(JANELA-CAMINHO-JANELA).GIF” baseado no conceito de janela-caminho-janela (transporte público-rua-rede virtual) que busca ir além das paisagens e elementos sentidos e recortados pelas janelas dos ônibus, explorando possibilidades estéticas e socioespaciais no estado de efemeridade presente tanto nas relações da rede urbana quanto da rede virtual. Tal conceito se “materializou” através da criação de uma cartografia artística (mapa socioespacial e afetivo) em artemídia e rede (online) através de ilustrações e fotografias realizadas durante a ação e transformadas, posteriormente, em curtas animações em formato Graphics Interchange Format (gif), que partem da interação do artista-pesquisador com o espaço público. As bases teóricas deste trabalho se assentam na transurbância de Francesco Careri, na pesquisa decolonial sobre o espaço urbano e periférico das cidades brasileiras de Rita Velloso, na pesquisa em arte de Silvio Zamboni e nas novas mídias na arte contemporânea de Michael Rush. Para mim, foram um total de 28 km caminhados em 12 horas seguidas entre cidades, para o público, diante a cartografia, é só mais uma janela que passa tão rápido pela paisagem quanto a janela de um ônibus. Antes, janela. Depois caminho, sensações e afetos. Agora, janela outra vez: enquadrada em retrato/paisagem em um espaço que não se anda, mas se navega, apossando-se do espaço-tempo fora do ônibus para realocá-lo a uma tela digital, discorrendo sobre as possibilidades encontradas na significação da urbe e na decodificação da nossa relação com a mesma, seja sobre rodas, a pé ou gif.