O transtorno do desejo dexual hipoativo e o papel dos canabinoides como alternativa terapêutica: uma revisão bibliográfica

• Autor(a) principal: Zaninetti, Gabriel Augusto
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Digital do Mackenzie
• Texto Completo: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/39006
• topic: transtorno do desejo sexual hipoativo; cannabis sativa sp.; disfunções sexuais; "cannabis medicinal"; sistema endocanabinoide e função sexual; hypoactive sexual desire disorder; sexual dysfunctions; endocannabinoid system and sexual function

O transtorno do desejo sexual hipoativo é uma disfunção sexual, caracterizada pela ausência ou falta do desejo e da atividade sexual. Estudos apontam para prevalência relevante do Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo na sociedade, principalmente em pacientes mulheres. As diversas opções de fármacos disponíveis a base de testosterona não atende de forma eficiente as necessidades de pacientes mulheres com este transtorno, podendo também representar riscos à saúde de pacientes idosos, indicativos da importância de estudos sobre alternativas terapêuticas. O aumento do número de pesquisas e fundamentação da base teórica nas últimas décadas, apontam os benefícios terapêuticos de fármacos à base de Cannabis sativa sp. para uma série de patologias de distúrbios. Sua atividade como anti-inflamatório, anticonvulsivo, antiemético e analgésico é atribuída a produção de substâncias terpenos canabinoides e a interação dessas moléculas com ligantes endógenos (receptores endocanabinoides) localizados no Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico. Inquéritos de caráter subjetivo apontam para melhoria de múltiplos aspectos das funções sexuais com a exposição regular à Cannabis, sobretudo por mulheres. Os endocanabinoides são reconhecidos por modular comportamentos gratificantes, mas não foi esclarecida sua modulação no comportamento sexual, revelando necessidade no aprofundamento desta relação. Uma revisão bibliográfica foi desenvolvida para identificar as relações estabelecidas dos canabinoides com a modulação do comportamento sexual e as possibilidades de tratamento para TDSH. Foram utilizadas 26 referências sobre ciclo de resposta sexual e TDSH e outras 19 sobre utilização de “Cannabis Medicinal”, para embasamento teórico nos aspectos biológicos e sociais que circundam e relacionam esses temas. Destas publicações, 12 estabeleceram relações entre canabinoides e a função sexual, selecionados 2 artigos para análise e discussão que indicaram possibilidade de ação terapêutica em disfunções sexuais ao analisarem o mecanismo fisiológico de resposta sexual em humanos e sua relação com os canabinoides. Ambos promovem base teórica para realização de futuros estudos, a necessidade de compreender como os efeitos colaterais de outros fármacos afetam o sistema endocanabinoide e apontam diferentes aproximações de tratamentos para pacientes com disfunções sexuais. O primeiro artigo analisado “Concentração dos endocanabinoides circulantes e excitação sexual em mulheres” indicou que as concentrações de endocanabinoide séricos dos grupos analisados diminuiu à medida que a excitação fisiológica e subjetiva aumentaram. Apontou para a necessidade de análise dessas concentrações em grupos de indivíduos com disfunções sexuais como TDSH os quais podem sofrer de desregulação do sistema endocanabinoide e podem se beneficiar de fármacos desenvolvidos com este foco. O segundo artigo analisado “Reatividade individual de prolactina modula resposta do núcleo accumbens (NAc) para estimulação erótica durante intoxicação aguda de Cannabis: um estudo piloto fMRI” revelou que a exposição a elevadas concentrações de Cannabis modula a resposta do NAc direito, apontando para sua capacidade de modular respostas fisiológicas sexuais. Também indicou que a exposição não possui necessariamente um efeito facilitador ou inibidor direto na motivação sexual, evidenciando uma relação direta do efeito estimulante sexual com a direção de resposta da prolactina em cada indivíduo.