Efeito da abordagem do desejo sexual hipoativo feminino pelo ginecologista em um serviço especializado de cuidado à saúde sexual da mulher

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nascimento, Bruna Holanda Luz do
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-10112023-162130/
Resumo: Introdução: O Desejo Sexual Hipoativo (DSH) é a disfunção sexual mais prevalente entre as mulheres. Está associado ao sofrimento psicológico significativo e à baixa qualidade de vida. No Brasil, uma revisão sistemática mostrou prevalência de 11 a 75%. Apesar da alta prevalência, os médicos, raramente, avaliam a função sexual de suas pacientes decorrente da inabilidade em abordar tal assunto devido à educação médica sobre sexualidade humana ser incompleta na graduação. Assim, é fundamental ensino sobre sexualidade humana desde a graduação médica e, para os Ginecologistas e Obstetras, um treinamento para prepara-los para a abordagem da queixa sexual feminina. Objetivo: verificar os resultados das estratégias utilizadas pelo Ginecologista e Obstetra no tratamento do desejo sexual hipoativo feminino e caracterizar o perfil das mulheres atendidas com DSH em serviço especializado. Método: coorte retrospectiva com revisão de prontuários e coleta de dados dos casos de DSH do ambulatório de Estudos em Sexualidade Humana do Centro de Reprodução Humana, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia FMRPUSP de 2005 a 2019. Foi realizada análise exploratória e as variáveis foram resumidas em frequências absolutas e relativas e o teste qui-quadrado foi aplicado. Em seguida, estimado o risco relativo bruto e o risco relativo ajustado. No modelo multivariado, foram incluídas as variáveis que apresentaram uma relevância estatística na análise univariada. Resultados: Das 437 (100%) mulheres com DSH incluídas no estudo, 361(82,60%) responderam ao questionamento sobre o efeito do protocolo ao qual foram submetidas. Destas, 234 (64,82%) mulheres referiram melhora do desejo sexual. O modelo univariado (Tabela 4) evidenciou que pacientes sem dor pélvica crônica têm 19% menos chances de referir melhora do DSH em relação a quem tem dor pélvica crônica (188/301 (62,45%) vs. 46/60 (76,66%); RR 0,81 IC 95% 0,69-0,96/ p= 0,03). As pacientes sem depressão têm 32% mais chances de melhorar o DSH em relação àquelas que tem (176/252 (69,84%) vs. 57/108 (52,77%); RR 1,32 IC 95% 1,08-1,6/ p= 0,001). As pacientes sem disfunção orgásmica tem 23% mais chances de melhorar o DSH do que as mulheres que relataram esta disfunção (125/175 (71,42%) vs. 105/181 (58%) RR 1,23 IC 95% 1,05-1,43/ P=0,008). As mulheres com disfunção de excitação têm 19% menos chances de referir melhora do DSH em relação às mulheres com excitação preservada (119/202 (58,91%) vs. 110/152 (72,36%); RR 0,81 IC 95% 0,69-0,94/ P= 0,008). Quem não fez fisioterapia tem 22% menos chances de melhora do DSH em relação a quem fez (41/52 (78,84%) vs. 190/306 (62%); RR 0,78 IC 95% 0,66-0,92/ p= 0,01). A análise univariada evidenciou relevância estatística em: dor pélvica crônica, depressão, excitação, disfunção orgásmica e fisioterapia, porém este efeito não se confirmou no modelo multivariado.
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spelling Efeito da abordagem do desejo sexual hipoativo feminino pelo ginecologista em um serviço especializado de cuidado à saúde sexual da mulherEffect of the approach of female hypoactive sexual desire by the gynecologist in a specialized service of women\'s sexual health careDesejo sexual hipoativoDisfunção sexualHypoactive sexual desireSexual dysfunctionIntrodução: O Desejo Sexual Hipoativo (DSH) é a disfunção sexual mais prevalente entre as mulheres. Está associado ao sofrimento psicológico significativo e à baixa qualidade de vida. No Brasil, uma revisão sistemática mostrou prevalência de 11 a 75%. Apesar da alta prevalência, os médicos, raramente, avaliam a função sexual de suas pacientes decorrente da inabilidade em abordar tal assunto devido à educação médica sobre sexualidade humana ser incompleta na graduação. Assim, é fundamental ensino sobre sexualidade humana desde a graduação médica e, para os Ginecologistas e Obstetras, um treinamento para prepara-los para a abordagem da queixa sexual feminina. Objetivo: verificar os resultados das estratégias utilizadas pelo Ginecologista e Obstetra no tratamento do desejo sexual hipoativo feminino e caracterizar o perfil das mulheres atendidas com DSH em serviço especializado. Método: coorte retrospectiva com revisão de prontuários e coleta de dados dos casos de DSH do ambulatório de Estudos em Sexualidade Humana do Centro de Reprodução Humana, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia FMRPUSP de 2005 a 2019. Foi realizada análise exploratória e as variáveis foram resumidas em frequências absolutas e relativas e o teste qui-quadrado foi aplicado. Em seguida, estimado o risco relativo bruto e o risco relativo ajustado. No modelo multivariado, foram incluídas as variáveis que apresentaram uma relevância estatística na análise univariada. Resultados: Das 437 (100%) mulheres com DSH incluídas no estudo, 361(82,60%) responderam ao questionamento sobre o efeito do protocolo ao qual foram submetidas. Destas, 234 (64,82%) mulheres referiram melhora do desejo sexual. O modelo univariado (Tabela 4) evidenciou que pacientes sem dor pélvica crônica têm 19% menos chances de referir melhora do DSH em relação a quem tem dor pélvica crônica (188/301 (62,45%) vs. 46/60 (76,66%); RR 0,81 IC 95% 0,69-0,96/ p= 0,03). As pacientes sem depressão têm 32% mais chances de melhorar o DSH em relação àquelas que tem (176/252 (69,84%) vs. 57/108 (52,77%); RR 1,32 IC 95% 1,08-1,6/ p= 0,001). As pacientes sem disfunção orgásmica tem 23% mais chances de melhorar o DSH do que as mulheres que relataram esta disfunção (125/175 (71,42%) vs. 105/181 (58%) RR 1,23 IC 95% 1,05-1,43/ P=0,008). As mulheres com disfunção de excitação têm 19% menos chances de referir melhora do DSH em relação às mulheres com excitação preservada (119/202 (58,91%) vs. 110/152 (72,36%); RR 0,81 IC 95% 0,69-0,94/ P= 0,008). Quem não fez fisioterapia tem 22% menos chances de melhora do DSH em relação a quem fez (41/52 (78,84%) vs. 190/306 (62%); RR 0,78 IC 95% 0,66-0,92/ p= 0,01). A análise univariada evidenciou relevância estatística em: dor pélvica crônica, depressão, excitação, disfunção orgásmica e fisioterapia, porém este efeito não se confirmou no modelo multivariado.Introduction: Hypoactive Sexual Desire (HSD) is the most prevalent sexual dysfunction among women. It is associated with significant psychological distress and poor quality of life. In Brazil, a systematic review showed a prevalence of 11 to 75%. Despite the high prevalence, doctors rarely assess the sexual function of their patients due to the inability to address this issue due to incomplete medical education on human sexuality at undergraduate level. Thus, it is essential to teach human sexuality from medical school and, for Gynecologists and Obstetricians, training to prepare them to approach female sexual complaints. Objective: to verify the results of the strategies used by Gynecologists and Obstetricians in the treatment of female hypoactive sexual desire and to characterize the profile of women assisted with DSH in a specialized service. Method: retrospective cohort with review of medical records and data collection of DSH cases from the Human Sexuality Studies outpatient clinic of the Human Reproduction Center, Department of Gynecology and Obstetrics FMRPUSP from 2005 to 2019. An exploratory analysis was performed and the variables were summarized in absolute and relative frequencies and the chi-square test was applied. Then, estimated the gross relative risk and the adjusted relative risk. In the multivariate model, variables that were statistically relevant in the univariate analysis were included. Results: Of the 437 (100%) women with DSH included in the study, 361 (82.60%) answered the question about the effect of the protocol to which they were submitted. Of these, 234 (64.82%) women reported improvement in sexual desire. The univariate model (Table 4) showed that patients without chronic pelvic pain are 19% less likely to report improvement in DSH compared to those with chronic pelvic pain (188/301 (62.45%) vs. 46/60 (76, 66%); RR 0.81 CI 95% 0.69-0.96/ p= 0.03). Patients without depression are 32% more likely to improve their DSH than those who do (176/252 (69.84%) vs. 57/108 (52.77%); RR 1.32 95% CI 1.08 -1.6/p=0.001). Patients without orgasmic dysfunction are 23% more likely to improve DSH than women who report this dysfunction (125/175 (71.42%) vs. 105/181 (58%) RR 1.23 CI 95% 1, 05-1.43/ P=0.008). Women with arousal dysfunction are 19% less likely to report improvement in DSH than women with preserved arousal (119/202 (58.91%) vs. 110/152 (72.36%); RR 0.81 CI 95% 0.69-0.94/ P=0.008). Those who did not undergo physiotherapy are 22% less likely to improve their DSH compared to those who did (41/52 (78.84%) vs. 190/306 (62%); RR 0.78 CI 95% 0.66-0 .92/p=0.01). 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