Variação na aquisição fonológica : análise da produção da nasal velar em inglês (L2)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/142958 |
Resumo: | Esta tese investiga a aquisição fonológica variável da nasal velar em coda silábica final (como em living ‘vivendo’ e singing ‘cantando’, por exemplo) por aprendizes brasileiros de inglês como segunda língua. O estudo é motivado pela diferença de status da nasal velar em português (L1, primeira língua) e inglês (L2, segunda língua): enquanto na L1 o segmento é realização fonética resultante de assimilação de ponto de articulação (como em atum, em que a nasal bilabial assimila o traço [+dorsal] da vogal precedente realizando-se como velar), na L2 a nasal velar é fonema (como em sin ‘pecado’ x sing ‘cantar’, realizados com a nasal alveolar e velar, respectivamente). Em algumas comunidades de falantes nativos de inglês, palavras derivadas pelo sufixo {ing} (como read.ing ‘lendo’ e study.ing ‘estudando’, por exemplo) constituem um fenômeno de variação linguística estável, em que os falantes alternam a produção das nasais velar e alveolar no final das palavras. Essa variação é estrutural e socialmente condicionada (LABOV, 1994; 2001). Os dados empíricos deste estudo provêm da fala coletada através de gravações com aprendizes de inglês, que pertecem a dois níveis de proficiência: básico e pré-intermediário. São realizadas duas análises formais: uma que explica a variação sistemática na interlíngua, observável no desempenho dos aprendizes, através do software Goldvarb (SANKOFF, TAGLIAMONTE e SMITH, 2015), e outra que formaliza a organização interna dessa gramática variável, através de algoritmos de aprendizagem vinculados à Teoria da Otimidade Estocástica, o Algoritmo de Aprendizagem Gradual (GLA) (BOERSMA e HAYES, 2001) e o ORTO Ajuste Paramétrico (DORNELLES FILHO, 2014). A Análise de Regra Variável demonstrou que a interlíngua é um sistema linguístico sujeito à variação ordenada como as demais línguas naturais, condicionada por aspectos linguísticos (classe morfológica) e extralinguísticos (nível de proficiência). A variação é verificada pela produção oral dos aprendizes, examinada de oitiva, que alterna as nasais palatal (63,6%) e velar (36,4%) em coda silábica final. A análise estocástica revelou um sistema de interlíngua dominado por restrições de Marcação, cuja variação é decorrente do aumento dos valores de ponto de seleção de restrições de Fidelidade. As restrições diretamente envolvidas na aquisição fonológica variável da nasal velar são AGREEplaceVN#, que exige que a sequência Vogal+Nasal em coda final partilhem ponto de articulação, e IDENTnasal, que requer identidade de traço nasal entre as formas presentes no input e no output. As análises realizadas, que representam a língua dos aprendizes em seus aspectos interno e externo, ou, conforme a terminologia de Chomsky ([1965]1 1975), a competência e o desempenho linguísticos, comprovaram a natureza variável da interlíngua e proporcionaram uma reflexão teórica acerca da possibilidade de diálogo entre o estrutural e o social para a explicação de fenômenos linguísticos variáveis. |
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Gutierres, AthanyBattisti, Elisa2016-06-23T02:13:31Z2016http://hdl.handle.net/10183/142958000994498Esta tese investiga a aquisição fonológica variável da nasal velar em coda silábica final (como em living ‘vivendo’ e singing ‘cantando’, por exemplo) por aprendizes brasileiros de inglês como segunda língua. O estudo é motivado pela diferença de status da nasal velar em português (L1, primeira língua) e inglês (L2, segunda língua): enquanto na L1 o segmento é realização fonética resultante de assimilação de ponto de articulação (como em atum, em que a nasal bilabial assimila o traço [+dorsal] da vogal precedente realizando-se como velar), na L2 a nasal velar é fonema (como em sin ‘pecado’ x sing ‘cantar’, realizados com a nasal alveolar e velar, respectivamente). Em algumas comunidades de falantes nativos de inglês, palavras derivadas pelo sufixo {ing} (como read.ing ‘lendo’ e study.ing ‘estudando’, por exemplo) constituem um fenômeno de variação linguística estável, em que os falantes alternam a produção das nasais velar e alveolar no final das palavras. Essa variação é estrutural e socialmente condicionada (LABOV, 1994; 2001). Os dados empíricos deste estudo provêm da fala coletada através de gravações com aprendizes de inglês, que pertecem a dois níveis de proficiência: básico e pré-intermediário. São realizadas duas análises formais: uma que explica a variação sistemática na interlíngua, observável no desempenho dos aprendizes, através do software Goldvarb (SANKOFF, TAGLIAMONTE e SMITH, 2015), e outra que formaliza a organização interna dessa gramática variável, através de algoritmos de aprendizagem vinculados à Teoria da Otimidade Estocástica, o Algoritmo de Aprendizagem Gradual (GLA) (BOERSMA e HAYES, 2001) e o ORTO Ajuste Paramétrico (DORNELLES FILHO, 2014). A Análise de Regra Variável demonstrou que a interlíngua é um sistema linguístico sujeito à variação ordenada como as demais línguas naturais, condicionada por aspectos linguísticos (classe morfológica) e extralinguísticos (nível de proficiência). A variação é verificada pela produção oral dos aprendizes, examinada de oitiva, que alterna as nasais palatal (63,6%) e velar (36,4%) em coda silábica final. A análise estocástica revelou um sistema de interlíngua dominado por restrições de Marcação, cuja variação é decorrente do aumento dos valores de ponto de seleção de restrições de Fidelidade. As restrições diretamente envolvidas na aquisição fonológica variável da nasal velar são AGREEplaceVN#, que exige que a sequência Vogal+Nasal em coda final partilhem ponto de articulação, e IDENTnasal, que requer identidade de traço nasal entre as formas presentes no input e no output. As análises realizadas, que representam a língua dos aprendizes em seus aspectos interno e externo, ou, conforme a terminologia de Chomsky ([1965]1 1975), a competência e o desempenho linguísticos, comprovaram a natureza variável da interlíngua e proporcionaram uma reflexão teórica acerca da possibilidade de diálogo entre o estrutural e o social para a explicação de fenômenos linguísticos variáveis.This thesis investigates the variable phonological acquisition of the velar nasal in final syllabic coda (such as in living ‘vivendo’ and singing ‘cantando’, for example) by Brazilian learners of English as a second language. The study is motivated by the different status of the velar nasal in Portuguese (L1, first language) and in English (L2, second language): while the segment is a phonetic realization of assimilation of place of articulation in the L1 (‘atum’, where the bilabial nasal assimilates the feature [+dorsal] of the preceding vowel, being realized as velar), the velar nasal is a phoneme in the L2 (sin ‘pecado’ x sing ‘cantar’, realized as the alveolar and velar nasal, respectively). In some native English-speaking communities, words derived from the suffix {ing} (such as read.ing ‘lendo’, study.ing ‘estudando’, for example) are in linguistic stable variation, in which the speakers alternate the production of the alveolar and velar nasal the velar nasal at the end of words. This variation is both structurally and socially conditioned (LABOV, 1994; 2001). The empirical data of this study were collected through recordings with the informants, who belong to two levels of proficiency: basic and pre-intermediate. Two formal analysis are made: one that explains the observable systematic variation in the Interlanguage, through the software Goldvarb (SANKOFF, TAGLIAMONTE and SMITH, 2015) and another that formalizes the internal organization of this variable grammar, through gradual learning algorithms associated to the Stochastic Optimality Theory, the Gradual Learning Algorithm (GLA) (BOERSMA and HAYES, 2001) and the ORTO Ajuste Paramétrico (DORNELLES FILHO, 2014). The Variable Rule Analysis has demonstrated that interlanguage is a linguistic system subject to ordered variation as in all the other natural languages, conditioned by linguistic aspects (morphological class) and extralinguistic ones (level of proficiency). The variation is verified by the oral production of the learners, examined by hearing analysis, which alternates the palatal nasal (63,6%) The stochastic analysis has revealed an Interlanguage system dominated by Markedness constraints, where variation is due to the increase on the values of selection points for Faithfulness constraints. The constraints directly involved in the variable phonological acquisition of the velar nasal are AGREEplaceVN#, which demands the sequence Vowel+Nasal in final coda to share place of articulation, and IDENTnasal, which demands feature identity [+nasal] between input and output forms. The analyses made, which represent the learners’ language in its internal and external aspects, or, according to Chomsky’s terminology ([1965] 1975), the linguistic competence and performance, have proved the variable nature of the Interlanguage and have enabled a theoretical reflection upon the possibility of dialogue between the structural and the social to the explanation of variable linguistic phenomena.application/pdfporFonologiaAquisição fonológica do inglêsAquisição de segunda línguaVariação lingüísticaVariação fonológicaNasalidadeTeoria da otimidadeLíngua adicionalLíngua inglesaVelar nasalPhonological acquisitionSecond languageVariationStochastic optimality theoryVariação na aquisição fonológica : análise da produção da nasal velar em inglês (L2)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em LetrasPorto Alegre, BR-RS2016doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000994498.pdf000994498.pdfTexto completoapplication/pdf2079251http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/142958/1/000994498.pdfa2e59782f61f7809e5bd26b8ace33accMD51TEXT000994498.pdf.txt000994498.pdf.txtExtracted Texttext/plain390038http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/142958/2/000994498.pdf.txt0a48c5dc1edad287d9d59b6874929db0MD52THUMBNAIL000994498.pdf.jpg000994498.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg886http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/142958/3/000994498.pdf.jpg2d01deb61a2216e03d555f9b5b0c219bMD5310183/1429582018-10-26 10:03:57.36oai:www.lume.ufrgs.br:10183/142958Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-26T13:03:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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