Associação entre índice de massa corporal e mortalidade em pacientes críticos com sepse : analisando o paradoxo da obesidade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/196686 |
Resumo: | Introdução: A obesidade está associada ao risco de desenvolvimento de doenças crônicas, sugerindo que estes pacientes poderiam apresentar piores resultados em um ambiente de terapia intensiva. No entanto, a partir de resultados contrários a esta hipótese, surgiu o termo ―paradoxo da obesidade‖. Avaliar o paradoxo da obesidade em populações específicas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pode ser uma forma de entendermos melhor este fenômeno, especialmente em pacientes com elevada morbimortalidade como os pacientes com sepse. A relação entre índice de massa corporal e mortalidade neste grupo de pacientes é controversa. Objetivo: Avaliar a associação do Índice de Massa Corporal (IMC) com a mortalidade hospitalar dos pacientes críticos com sepse e choque séptico na Unidade de Terapia Intensiva. Métodos: Estudo de coorte prospectivo, realizado entre dezembro de 2017 a setembro de 2018 na UTI do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Incluídos pacientes com sepse ou choque séptico, maiores de 18 anos e permanência mínima de 24 horas na unidade. Os pacientes foram classificados em peso normal, com IMC de 18,5 a 24,9 kg/m2, ou excesso de peso, IMC ≥ 25 kg/m2. Além de variáveis sociodemográficas e clínicas, foram coletadas doses de fluidos de ressuscitação, de vasopressores e de antibióticos. Os pacientes foram seguidos para determinar tempo de internação e mortalidade na UTI e hospitalar. Resultados: Foram incluídos 238 pacientes com idade média de 60,5 ± 15,9 anos, onde 56,3% eram do sexo masculino e 94,5% apresentaram choque séptico. Do total de pacientes, 111 (46,6%) foram classificados no grupo de peso normal e 127 (53,4%) no grupo com excesso de peso. Em análise univariada, não houve diferença de mortalidade e tempo de permanência na UTI e hospitalar. Na análise multivariada, em modelo ajustado para SAPS 3, índice de Charlson, SOFA e sítio de infecção, excesso de peso associou-se independentemente com menor mortalidade na UTI e hospitalar (p=0,047 e p=0,035, respectivamente). Pacientes com excesso de peso receberam menos cristaloides para ressuscitação volêmica do que os pacientes com IMC normal (p=0,04). A dose de noradrenalina foi significativamente menor no grupo com excesso de peso (p = 0,003). Conclusão: Pacientes sépticos com excesso de peso apresentaram menor mortalidade em relação aos pacientes com IMC normal, após ajuste para variáveis confundidoras. Além disso, os pacientes com excesso de peso receberam menores doses de fluido de reposição volêmica e de noradrenalina. |
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Marcarini, MonalisaFaulhaber, Gustavo Adolpho Moreira2019-07-09T02:38:37Z2018http://hdl.handle.net/10183/196686001091756Introdução: A obesidade está associada ao risco de desenvolvimento de doenças crônicas, sugerindo que estes pacientes poderiam apresentar piores resultados em um ambiente de terapia intensiva. No entanto, a partir de resultados contrários a esta hipótese, surgiu o termo ―paradoxo da obesidade‖. Avaliar o paradoxo da obesidade em populações específicas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pode ser uma forma de entendermos melhor este fenômeno, especialmente em pacientes com elevada morbimortalidade como os pacientes com sepse. A relação entre índice de massa corporal e mortalidade neste grupo de pacientes é controversa. Objetivo: Avaliar a associação do Índice de Massa Corporal (IMC) com a mortalidade hospitalar dos pacientes críticos com sepse e choque séptico na Unidade de Terapia Intensiva. Métodos: Estudo de coorte prospectivo, realizado entre dezembro de 2017 a setembro de 2018 na UTI do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Incluídos pacientes com sepse ou choque séptico, maiores de 18 anos e permanência mínima de 24 horas na unidade. Os pacientes foram classificados em peso normal, com IMC de 18,5 a 24,9 kg/m2, ou excesso de peso, IMC ≥ 25 kg/m2. Além de variáveis sociodemográficas e clínicas, foram coletadas doses de fluidos de ressuscitação, de vasopressores e de antibióticos. Os pacientes foram seguidos para determinar tempo de internação e mortalidade na UTI e hospitalar. Resultados: Foram incluídos 238 pacientes com idade média de 60,5 ± 15,9 anos, onde 56,3% eram do sexo masculino e 94,5% apresentaram choque séptico. Do total de pacientes, 111 (46,6%) foram classificados no grupo de peso normal e 127 (53,4%) no grupo com excesso de peso. Em análise univariada, não houve diferença de mortalidade e tempo de permanência na UTI e hospitalar. Na análise multivariada, em modelo ajustado para SAPS 3, índice de Charlson, SOFA e sítio de infecção, excesso de peso associou-se independentemente com menor mortalidade na UTI e hospitalar (p=0,047 e p=0,035, respectivamente). Pacientes com excesso de peso receberam menos cristaloides para ressuscitação volêmica do que os pacientes com IMC normal (p=0,04). A dose de noradrenalina foi significativamente menor no grupo com excesso de peso (p = 0,003). Conclusão: Pacientes sépticos com excesso de peso apresentaram menor mortalidade em relação aos pacientes com IMC normal, após ajuste para variáveis confundidoras. Além disso, os pacientes com excesso de peso receberam menores doses de fluido de reposição volêmica e de noradrenalina.Introduction: Obesity is associated with the risk of developing chronic diseases, suggesting that these patients could present worse results in an intensive care setting. However, from the contrary results to this hypothesis, the term "obesity paradox" has appeared. Evaluating the obesity paradox in specific populations in the Intensive Care Unit (ICU) it may be a better way to understand this phenomenon, especially in patients with high morbidity and mortality, such as patients with sepsis. The relationship between body mass index and mortality in this group of patients is controversial. Objective: To evaluate the association of the Body Mass Index (BMI) with the hospital mortality of critically ill patients with sepsis and septic shock in the Intensive Care Unit. Methods: Prospective cohort study, conducted between December 2017 and September 2018 in the ICU of the Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Including patients with sepsis or septic shock, older than 18 years and minimum stay of 24 hours in the unit. Patients were classified as normal weight, with BMI of 18.5 to 24.9 kg / m2, or overweight, BMI ≥ 25 kg / m2. In addition to sociodemographic and clinical variables, doses of resuscitation fluids, vasopressors and antibiotics were collected. The patients were followed to determine length of hospital stay and mortality in the ICU and hospital. Results: 238 patients with a mean age of 60.5 ± 15.9 years were included, where 56.3% were male and 94.5% presented septic shock. Of all patients, 111 (46.6%) were classified in the normal weight group and 127 (53.4%) in the overweight group. In univariate analysis, there was no difference in mortality and length of stay in the ICU and hospital. In the multivariate analysis, in the model adjusted for SAPS 3, Charlson index, SOFA and infection site, excess weight was independently associated with lower ICU and hospital mortality (p = 0.047 and p = 0.035, respectively). Overweight patients have received fewer crystalloids for volume resuscitation than patients with normal BMI (p = 0.04). The noradrenaline dose was significantly lower in the overweight group (p = 0.003). Conclusion: Overweight septic patients have presented lower mortality compared to patients with normal BMI, after adjusting for confounding variables. In addition, overweight patients have received lower doses of fluid replacement fluid and noradrenaline.application/pdfporÍndice de massa corporalMortalidadeSepseObesidadeCuidados críticosSepsisHospital mortalityCritical illnessObesityOverweightSeptic shockAssociação entre índice de massa corporal e mortalidade em pacientes críticos com sepse : analisando o paradoxo da obesidadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2018mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001091756.pdf.txt001091756.pdf.txtExtracted Texttext/plain94007http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/196686/2/001091756.pdf.txta9dc0f55e501b1d902aff4ac31dd86b0MD52ORIGINAL001091756.pdfTexto completoapplication/pdf727697http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/196686/1/001091756.pdf44b1bb9d512c2376639aa0f7dfe8a688MD5110183/1966862022-09-01 05:00:00.514133oai:www.lume.ufrgs.br:10183/196686Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-09-01T08:00Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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