A Escrita em TransVersal : tempo, errância e experimentações no escrever

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Zucolotto, Marcele Pereira da Rosa
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/102337
Resumo: Neste trabalho, comunicamos aquilo que pode ser comunicado, o que pode ser representado. No entanto, nossa escrita buscou pensar para além disso e escrever com aquilo que não pode ser representado: escrever em meio aos fluxos em passagem, às intensidades em errância, às transversalidades à deriva. E poderiam, afinal, esses elementos que não se prestam à representação instigarem alguma escrita? Que escrita seria esta que se desprende das marcas do tempo e daquilo que é sempre variante? Entendendo não ser mais possível explicar esse inexplicável, nem nomear esse inominável, sem que estancássemos seu próprio movimento, seu próprio modo de ser, tratou-se então de experimentá-los. Experimentar o indizível em fragmentação, as tortuosas conexões com o incessante, os evasivos traços que vão sendo feitos em bordaduras penduradas pelos fios dos encontros, fazendo trama com o que deles vai ficando escrito. Experimentar, aqui, como a tentativa de manter em variação aquilo que apenas sabe variar. Escrever como experimentação implica um modo híbrido de escrita, um modo transformado e equivocado pelo próprio gesto do escrever. Requer que não sigamos modalidades de escrita já consagradas por sua perfeição e objetividade. Requer que deixemos de lado os modos de escrita propagados pela razão, que buscam sempre suprimir aquelas formas de escrita estranhamente impuras, que alargam certa reserva de irracionalidade ou acolhem algum grau de insensatez. A escrita em transversal acaba confundindo as fronteiras, desvanecendo-as ou redimensionando-as, pois ela se afasta dos compartimentos hierarquizados da razão, tão bem fixados na comunidade acadêmica. Neste texto, a escrita não funciona apenas como seu meio de trabalho, mas como seu próprio problema, já que é ela que se torna um lugar de experiência: sempre colocada em questão, a cada linha que se escreve. E, afinal, para todos os inquietos, a escrita é sempre problema: Como não problematizar junto a um conteúdo, seu modo de exposição? Como não interessar-se pelas maneiras pelas quais esse modo de exposição não prejudique qualquer conteúdo? E, eis aqui, seu conteúdo como sua própria forma de exposição: por escrito.
id URGS_22877ba7e8c55d7406eeb2db43a29bd0
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/102337
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Zucolotto, Marcele Pereira da RosaFonseca, Tania Mara Galli2014-09-03T02:20:35Z2014http://hdl.handle.net/10183/102337000933786Neste trabalho, comunicamos aquilo que pode ser comunicado, o que pode ser representado. No entanto, nossa escrita buscou pensar para além disso e escrever com aquilo que não pode ser representado: escrever em meio aos fluxos em passagem, às intensidades em errância, às transversalidades à deriva. E poderiam, afinal, esses elementos que não se prestam à representação instigarem alguma escrita? Que escrita seria esta que se desprende das marcas do tempo e daquilo que é sempre variante? Entendendo não ser mais possível explicar esse inexplicável, nem nomear esse inominável, sem que estancássemos seu próprio movimento, seu próprio modo de ser, tratou-se então de experimentá-los. Experimentar o indizível em fragmentação, as tortuosas conexões com o incessante, os evasivos traços que vão sendo feitos em bordaduras penduradas pelos fios dos encontros, fazendo trama com o que deles vai ficando escrito. Experimentar, aqui, como a tentativa de manter em variação aquilo que apenas sabe variar. Escrever como experimentação implica um modo híbrido de escrita, um modo transformado e equivocado pelo próprio gesto do escrever. Requer que não sigamos modalidades de escrita já consagradas por sua perfeição e objetividade. Requer que deixemos de lado os modos de escrita propagados pela razão, que buscam sempre suprimir aquelas formas de escrita estranhamente impuras, que alargam certa reserva de irracionalidade ou acolhem algum grau de insensatez. A escrita em transversal acaba confundindo as fronteiras, desvanecendo-as ou redimensionando-as, pois ela se afasta dos compartimentos hierarquizados da razão, tão bem fixados na comunidade acadêmica. Neste texto, a escrita não funciona apenas como seu meio de trabalho, mas como seu próprio problema, já que é ela que se torna um lugar de experiência: sempre colocada em questão, a cada linha que se escreve. E, afinal, para todos os inquietos, a escrita é sempre problema: Como não problematizar junto a um conteúdo, seu modo de exposição? Como não interessar-se pelas maneiras pelas quais esse modo de exposição não prejudique qualquer conteúdo? E, eis aqui, seu conteúdo como sua própria forma de exposição: por escrito.In this work, we communicate what can be communicated, which can be represented. However, our writing sought to think beyond that and write what can not be represented: write in the midst of fluxes in passing, wandering in the intensities at transversalities adrift. They could, after all, these elements do not lend themselves to representation instigate some writing? What would be written that gives off the marks of time and what is always variant? Understanding no longer possible to explain this inexplicable, even naming this unnameable, without we stopped its own movement, its own way of being, then treated to try out them. Try out the unspeakable in fragmentation, the tortuous connections with the incessant, evasive traces that are being made in borders hanging by the wires of the meetings, making them plot with what gets written. Try out here as an attempt to bring in change only knows what vary. Write as experimentation involves a hybrid writing mode, and mistaken by a transformed gesture write own way. Requires that let us follow no written arrangements already established by their perfection and objectivity. Requires us to put off writing modes propagated by reason, always seeking to suppress those forms of impure strangely written, which extend certain reserve of irrationality and hosting some degree of folly. Writing cross ends up confusing borders, fading away them or resizing them, as it moves away from hierarchical compartments of reason, so well established in the academic community. In this text, the writing does not work just like your working environment, but as your own problem, since it is becoming a place of experience: always called into question, every line you write. And, after all, for all the restless, the writing is always a problem: How not to discuss next to an item, your exposure mode? How not to become interested in ways in which this mode of exposure is not detrimental to any content? How not to become interested in ways in which this mode of exposure is not detrimental to any content? And, here are, their contents as its own form of exposure: writing.application/pdfporExperimentaçãoEscritaWritingWanderingTimeTo try outA Escrita em TransVersal : tempo, errância e experimentações no escreverinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de PsicologiaPrograma de Pós-Graduação em Psicologia Social e InstitucionalPorto Alegre, BR-RS2014doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000933786.pdf000933786.pdfTexto completoapplication/pdf495568http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/102337/1/000933786.pdf1daa8e6886844fe54a43db9fc10b86daMD51TEXT000933786.pdf.txt000933786.pdf.txtExtracted Texttext/plain174010http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/102337/2/000933786.pdf.txte56f3ec7ca408221008a5b8da59833dcMD52THUMBNAIL000933786.pdf.jpg000933786.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg898http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/102337/3/000933786.pdf.jpg656542e26f51f77e14b6b4af26830109MD5310183/1023372018-10-23 09:02:14.631oai:www.lume.ufrgs.br:10183/102337Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-23T12:02:14Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A Escrita em TransVersal : tempo, errância e experimentações no escrever
title A Escrita em TransVersal : tempo, errância e experimentações no escrever
spellingShingle A Escrita em TransVersal : tempo, errância e experimentações no escrever
Zucolotto, Marcele Pereira da Rosa
Experimentação
Escrita
Writing
Wandering
Time
To try out
title_short A Escrita em TransVersal : tempo, errância e experimentações no escrever
title_full A Escrita em TransVersal : tempo, errância e experimentações no escrever
title_fullStr A Escrita em TransVersal : tempo, errância e experimentações no escrever
title_full_unstemmed A Escrita em TransVersal : tempo, errância e experimentações no escrever
title_sort A Escrita em TransVersal : tempo, errância e experimentações no escrever
author Zucolotto, Marcele Pereira da Rosa
author_facet Zucolotto, Marcele Pereira da Rosa
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Zucolotto, Marcele Pereira da Rosa
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Fonseca, Tania Mara Galli
contributor_str_mv Fonseca, Tania Mara Galli
dc.subject.por.fl_str_mv Experimentação
Escrita
topic Experimentação
Escrita
Writing
Wandering
Time
To try out
dc.subject.eng.fl_str_mv Writing
Wandering
Time
To try out
description Neste trabalho, comunicamos aquilo que pode ser comunicado, o que pode ser representado. No entanto, nossa escrita buscou pensar para além disso e escrever com aquilo que não pode ser representado: escrever em meio aos fluxos em passagem, às intensidades em errância, às transversalidades à deriva. E poderiam, afinal, esses elementos que não se prestam à representação instigarem alguma escrita? Que escrita seria esta que se desprende das marcas do tempo e daquilo que é sempre variante? Entendendo não ser mais possível explicar esse inexplicável, nem nomear esse inominável, sem que estancássemos seu próprio movimento, seu próprio modo de ser, tratou-se então de experimentá-los. Experimentar o indizível em fragmentação, as tortuosas conexões com o incessante, os evasivos traços que vão sendo feitos em bordaduras penduradas pelos fios dos encontros, fazendo trama com o que deles vai ficando escrito. Experimentar, aqui, como a tentativa de manter em variação aquilo que apenas sabe variar. Escrever como experimentação implica um modo híbrido de escrita, um modo transformado e equivocado pelo próprio gesto do escrever. Requer que não sigamos modalidades de escrita já consagradas por sua perfeição e objetividade. Requer que deixemos de lado os modos de escrita propagados pela razão, que buscam sempre suprimir aquelas formas de escrita estranhamente impuras, que alargam certa reserva de irracionalidade ou acolhem algum grau de insensatez. A escrita em transversal acaba confundindo as fronteiras, desvanecendo-as ou redimensionando-as, pois ela se afasta dos compartimentos hierarquizados da razão, tão bem fixados na comunidade acadêmica. Neste texto, a escrita não funciona apenas como seu meio de trabalho, mas como seu próprio problema, já que é ela que se torna um lugar de experiência: sempre colocada em questão, a cada linha que se escreve. E, afinal, para todos os inquietos, a escrita é sempre problema: Como não problematizar junto a um conteúdo, seu modo de exposição? Como não interessar-se pelas maneiras pelas quais esse modo de exposição não prejudique qualquer conteúdo? E, eis aqui, seu conteúdo como sua própria forma de exposição: por escrito.
publishDate 2014
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2014-09-03T02:20:35Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2014
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/102337
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000933786
url http://hdl.handle.net/10183/102337
identifier_str_mv 000933786
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/102337/1/000933786.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/102337/2/000933786.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/102337/3/000933786.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 1daa8e6886844fe54a43db9fc10b86da
e56f3ec7ca408221008a5b8da59833dc
656542e26f51f77e14b6b4af26830109
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1810085298050170880