O desenvolvimento da autonomia dos bebês a partir do movimento livre : diálogos com a Abordagem Pikler
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/264333 |
Resumo: | A partir das contribuições do campo de estudos da Pedagogia da Infância, em diálogo com a Abordagem Pikler, a pesquisa teve como objetivo discutir a motricidade livre como uma das condições fundamentais para os bebês desenvolverem a autonomia na creche. Na Abordagem Pikler, a autonomia é entendida como a possibilidade de o indivíduo, movido pelo desejo, realizar algo por iniciativa própria. Desse modo, a opção por deixar os bebês disfrutarem de seus movimentos de forma livre, sem intervenção direta do adulto, auxilia na construção dessa autonomia. Ou seja, a motricidade livre possibilita aprendizagens socioculturais. Em tal direção, a pesquisa teve como objetivo observar os bebês no cotidiano da creche, acompanhando como ocorre o desenvolvimento da autonomia deles por meio da motricidade livre. Ademais, a investigação teve como objetivos específicos: observar os deslocamentos dos bebês nos espaços da creche; identificar as posturas de transição dos bebês; observar e descrever as reverberações da organização dos tempos, espaços, materiais no desenvolvimento da autonomia dos bebês; descrever como ocorriam as relações entre os bebês, entre os bebês e os materiais e entre os bebês e as professoras; e estabelecer um diálogo entre a Abordagem Pikler e a Pedagogia da Infância. A pesquisa foi desenvolvida com oito bebês com idades entre 4 meses e 1 ano e 5 meses, por um período de seis meses em uma turma de berçário de uma Escola de Educação Infantil da rede privada do município de Porto Alegre (RS). Metodologicamente, foram utilizadas como estratégias de geração de dados a observação pikleriana, o diário de campo, o registro fotográfico e fílmico. A partir do material, foram definidas as seguintes unidades analíticas: a) movimento livre e autonomia dos bebês: mimese e aprendizagem cultural; b) movimento livre e autonomia dos bebês na interação com objetos, espaços e mobiliários; c) movimento livre e autonomia dos bebês em seus deslocamentos pelos espaços; e d) movimento livre e autonomia dos bebês nas interações com os pares. Em relação a mimese e a aprendizagem cultural, foi possível observar que o movimento livre possibilita aos bebês aprenderem com seus pares, realizando ações semelhantes ou ainda novas ações decorrentes de tal processo. Por sua vez, quanto aos objetos, também foi perceptível que os espaços e mobiliários auxiliam na construção da autonomia, viabilizando interações dos bebês consigo mesmos, com os outros e com o contexto do qual fazem parte. No que diz respeito aos deslocamentos, permitir que os bebês possam se deslocar livremente nos espaços internos/externos da creche também influencia a constituição de sua autonomia. Com respeito às relações, foi possível evidenciar que estas não só influenciam a autonomia dos bebês como também proporcionam a aprendizagem. Ademais, foi possível descrever as diferentes posturas que os bebês alcançam através da liberdade de movimentos. Por fim, pode-se inferir que o movimento livre possibilita a mimese, os processos de aprendizagem cultural e a atenção conjunta a partir das relações estabelecidas pelos bebês. |
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Kelleter, Rafael FerreiraCarvalho, Rodrigo Saballa de2023-09-07T03:34:12Z2020http://hdl.handle.net/10183/264333001123060A partir das contribuições do campo de estudos da Pedagogia da Infância, em diálogo com a Abordagem Pikler, a pesquisa teve como objetivo discutir a motricidade livre como uma das condições fundamentais para os bebês desenvolverem a autonomia na creche. Na Abordagem Pikler, a autonomia é entendida como a possibilidade de o indivíduo, movido pelo desejo, realizar algo por iniciativa própria. Desse modo, a opção por deixar os bebês disfrutarem de seus movimentos de forma livre, sem intervenção direta do adulto, auxilia na construção dessa autonomia. Ou seja, a motricidade livre possibilita aprendizagens socioculturais. Em tal direção, a pesquisa teve como objetivo observar os bebês no cotidiano da creche, acompanhando como ocorre o desenvolvimento da autonomia deles por meio da motricidade livre. Ademais, a investigação teve como objetivos específicos: observar os deslocamentos dos bebês nos espaços da creche; identificar as posturas de transição dos bebês; observar e descrever as reverberações da organização dos tempos, espaços, materiais no desenvolvimento da autonomia dos bebês; descrever como ocorriam as relações entre os bebês, entre os bebês e os materiais e entre os bebês e as professoras; e estabelecer um diálogo entre a Abordagem Pikler e a Pedagogia da Infância. A pesquisa foi desenvolvida com oito bebês com idades entre 4 meses e 1 ano e 5 meses, por um período de seis meses em uma turma de berçário de uma Escola de Educação Infantil da rede privada do município de Porto Alegre (RS). Metodologicamente, foram utilizadas como estratégias de geração de dados a observação pikleriana, o diário de campo, o registro fotográfico e fílmico. A partir do material, foram definidas as seguintes unidades analíticas: a) movimento livre e autonomia dos bebês: mimese e aprendizagem cultural; b) movimento livre e autonomia dos bebês na interação com objetos, espaços e mobiliários; c) movimento livre e autonomia dos bebês em seus deslocamentos pelos espaços; e d) movimento livre e autonomia dos bebês nas interações com os pares. Em relação a mimese e a aprendizagem cultural, foi possível observar que o movimento livre possibilita aos bebês aprenderem com seus pares, realizando ações semelhantes ou ainda novas ações decorrentes de tal processo. Por sua vez, quanto aos objetos, também foi perceptível que os espaços e mobiliários auxiliam na construção da autonomia, viabilizando interações dos bebês consigo mesmos, com os outros e com o contexto do qual fazem parte. No que diz respeito aos deslocamentos, permitir que os bebês possam se deslocar livremente nos espaços internos/externos da creche também influencia a constituição de sua autonomia. Com respeito às relações, foi possível evidenciar que estas não só influenciam a autonomia dos bebês como também proporcionam a aprendizagem. Ademais, foi possível descrever as diferentes posturas que os bebês alcançam através da liberdade de movimentos. Por fim, pode-se inferir que o movimento livre possibilita a mimese, os processos de aprendizagem cultural e a atenção conjunta a partir das relações estabelecidas pelos bebês.Based on the contributions from the Early Childhood Pedagogy study field, in dialogue with the Pikler Approach, the research aimed to discuss free motricity as one of the fundamental conditions for babies to develop autonomy in nursery school. In the Pikler Approach, autonomy is understood as the possibility for the individual, driven by desire, to accomplish something on his own initiative. Therefore, the option to let babies enjoy their movements freely, without direct adult intervention, helps in building this autonomy. In other words, free motricity enables socio-cultural learning. In this direction, the research aimed to observe babies in the day-to-day care of the nursery school, monitoring how their autonomy develops through free motricity. In addition, the investigation had as specific objectives: observe the movements of babies in the nursery school spaces; identify the babies’ transition postures; observe and describe the reverberations of the organization of times, spaces, materials in the development of babies’ autonomy; describe how the relationships between babies, between babies and materials, and between babies and teachers occurred; and establish a dialogue between the Pikler Approach and Early Childhood Pedagogy. The research was carried out with eight babies between 4 and 17 months old, for a period of six months at a private early childhood school in the city of Porto Alegre (Brazil). Methodologically, the data generation strategies used were Piklerian observation, field diary, photographic and film record. Based on the material, the following analytical units were defined: a) free movement and autonomy of babies: mimesis and cultural learning; b) free movement and autonomy of babies when interacting with objects, spaces and furniture; c) free movement and autonomy of babies in their displacement through spaces; and d) free movement and autonomy of babies in interactions with peers. In relation to mimesis and cultural learning, it was possible to observe that the free movement allows babies to learn from their peers, performing similar actions or even new actions resulting from this process. With regard to objects, it was also noticeable that spaces and furniture help in the construction of autonomy, enabling interactions of babies with themselves, with others and with the context of which they are part. Concerning displacements, allowing babies to move freely in the indoor/outdoor spaces of the nursery school also influences the constitution of their autonomy. With respect to relationships, it was possible to show that these not only influence the autonomy of babies, but also provide learning. In addition, it was possible to describe the different postures that babies achieve through freedom of movement. Finally, one can infer that free movement enables mimesis, cultural learning processes and joint attention based on the relationships established by babies.application/pdfporEducação infantilCrecheBebêsDesenvolvimento motorAutonomiaPedagogiaEarly Childhood EducationNursery schoolPikler approachAutonomyFree movementO desenvolvimento da autonomia dos bebês a partir do movimento livre : diálogos com a Abordagem Piklerinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoPorto Alegre, BR-RS2020mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001123060.pdf.txt001123060.pdf.txtExtracted Texttext/plain640003http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/264333/2/001123060.pdf.txt395c44cc5444cafa3efb55a8595953c8MD52ORIGINAL001123060.pdfTexto completoapplication/pdf8934714http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/264333/1/001123060.pdf56f4a3b6e513d030a97eeba141bf2127MD5110183/2643332023-09-08 03:31:45.034221oai:www.lume.ufrgs.br:10183/264333Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-09-08T06:31:45Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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