Avaliação funcional de uma manoproteína predita de Cryptococcus gattii na arquitetura capsular e na interação com o hospedeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Reuwsaat, Júlia Catarina Vieira
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/210001
Resumo: O principal fator de virulência das leveduras do gênero Cryptococcus é a produção de uma cápsula polissacarídica composta por glucuronoxilomanana (GXM), galactoxilomanana (GalXM) e manoproteínas. Os polissacarídeos GXM e GalXM já foram e continuam sendo extensivamente caracterizados em relação a suas estruturação, produção e participação na virulência, mas não existem relatos sobre a função das manoproteínas nas estruturação/montagem da cápsula de Cryptococcus spp. e pouco se sabe sobre seu papel na virulência da levedura. Considerando isso, o presente estudo teve como objetivo caracterizar a função de uma manoproteína predita de C. gattii, codificada pelo gene CNBG4278, através de perda e ganho de função de mutantes nulo e de superexpressão, respectivamente. A partir de análises por microscopia eletrônica de varredura (MEV), foi verificado que a montagem da cápsula do mutante nulo é distinta daquela da linhagem selvagem, porém não há diferença no tamanho da cápsula sintetizada por ambas. Células do mutante nulo são mais sensíveis ao agente estressor de parede Congo Red e apresentam aumento de secreção de GXM ao sobrenadante de cultivo em relação à linhagem selvagem, podendo indicar um possível defeito no ancoramento do polissacarídeo à parede celular. Testes de fagocitose in vitro demonstraram que a deleção do gene codificador da manoproteína predita diminui a eficiência com a qual as células são fagocitadas por macrófagos J774.A1 nas primeiras horas de interação e aumenta a taxa de replicação intracelular do fungo. Entretanto, os mutantes nulo e de superexpressão não apresentaram diferença de virulência em modelo murino de criptococose. Além disso, a manoproteína recombinante expressa em Escherichia coli é reconhecida por soro de pacientes infectados com Cryptococcus spp. Nossos resultados indicam que a manoproteína predita CNBG4278 de C. gattii afeta a estrutura da parede celular e consequentemente a montagem da cápsula, mas não é essencial para virulência do fungo in vivo.
id URGS_49cb50bf4cef74a2ab602285e564559f
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/210001
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Reuwsaat, Júlia Catarina VieiraSilva, Lívia Kmetzsch Rosa eVainstein, Marilene Henning2020-06-03T03:45:11Z2016http://hdl.handle.net/10183/210001001017353O principal fator de virulência das leveduras do gênero Cryptococcus é a produção de uma cápsula polissacarídica composta por glucuronoxilomanana (GXM), galactoxilomanana (GalXM) e manoproteínas. Os polissacarídeos GXM e GalXM já foram e continuam sendo extensivamente caracterizados em relação a suas estruturação, produção e participação na virulência, mas não existem relatos sobre a função das manoproteínas nas estruturação/montagem da cápsula de Cryptococcus spp. e pouco se sabe sobre seu papel na virulência da levedura. Considerando isso, o presente estudo teve como objetivo caracterizar a função de uma manoproteína predita de C. gattii, codificada pelo gene CNBG4278, através de perda e ganho de função de mutantes nulo e de superexpressão, respectivamente. A partir de análises por microscopia eletrônica de varredura (MEV), foi verificado que a montagem da cápsula do mutante nulo é distinta daquela da linhagem selvagem, porém não há diferença no tamanho da cápsula sintetizada por ambas. Células do mutante nulo são mais sensíveis ao agente estressor de parede Congo Red e apresentam aumento de secreção de GXM ao sobrenadante de cultivo em relação à linhagem selvagem, podendo indicar um possível defeito no ancoramento do polissacarídeo à parede celular. Testes de fagocitose in vitro demonstraram que a deleção do gene codificador da manoproteína predita diminui a eficiência com a qual as células são fagocitadas por macrófagos J774.A1 nas primeiras horas de interação e aumenta a taxa de replicação intracelular do fungo. Entretanto, os mutantes nulo e de superexpressão não apresentaram diferença de virulência em modelo murino de criptococose. Além disso, a manoproteína recombinante expressa em Escherichia coli é reconhecida por soro de pacientes infectados com Cryptococcus spp. Nossos resultados indicam que a manoproteína predita CNBG4278 de C. gattii afeta a estrutura da parede celular e consequentemente a montagem da cápsula, mas não é essencial para virulência do fungo in vivo.The major Cryptococcus virulence factor is the production of a polysaccharide capsule composed by glucuronoxylomannan (GXM), galactoxylomannan (GalXM) and mannoproteins (MPs). The GXM and GalXM polysaccharides were and still are extensively characterized in aspects related to its structuration, production, and virulence participation, however there is no data on mannoproteins role in capsule structure/assembly and little is known about its participation in the yeast virulence. Considering this, the present study aimed to characterize the function of a predicted mannoprotein from C. gattii, coded by CNBG4278 gene, through the loss and gain of function of null and overexpression mutants, respectively. Analysis of Scanning Electron Microscopy (SEM) demonstrated that the capsule assembly in the null mutant strain is distinct from that observed in WT cells, but there is no difference in the size of the synthesized capsule among the strains. Also, null mutant cells are more sensitive to the cell wall stressor Congo Red and have increased GXM secretion to the culture supernatant compared to wild type, indicating a possible defect in the polysaccharide anchoring to the cell wall. In vitro phagocytosis tests showed that the deletion of the predicted mannoprotein coding gene affects phagocytosis by J774.A1 macrophages in the early hours of interaction and increases the yeast intracellular replication rate. However, the null and overexpression mutants showed no difference in virulence in a murine model of cryptococcosis. Furthermore, sera from patients with cryptococcosis recognized the recombinant mannoprotein expressed in Escherichia coli. Together, our results indicate that the predicted mannoprotein CNBG4278 from C. gattii affects the cell wall structure and therefore the capsule assembly, but is not essential for virulence in vivo.application/pdfporCryptococcus gattiiCriptococoseAvaliação funcional de uma manoproteína predita de Cryptococcus gattii na arquitetura capsular e na interação com o hospedeiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulCentro de Biotecnologia do Estado do Rio Grande do SulPrograma de Pós-Graduação em Biologia Celular e MolecularPorto Alegre, BR-RS2016mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001017353.pdf.txt001017353.pdf.txtExtracted Texttext/plain162952http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/210001/2/001017353.pdf.txt51b68e2ffb7f131079e5b76eaf0316fbMD52ORIGINAL001017353.pdfTexto completoapplication/pdf5645988http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/210001/1/001017353.pdf7169baf35d4bd7dd9035ab5e7b02a43bMD5110183/2100012020-06-04 03:46:03.15676oai:www.lume.ufrgs.br:10183/210001Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532020-06-04T06:46:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Avaliação funcional de uma manoproteína predita de Cryptococcus gattii na arquitetura capsular e na interação com o hospedeiro
title Avaliação funcional de uma manoproteína predita de Cryptococcus gattii na arquitetura capsular e na interação com o hospedeiro
spellingShingle Avaliação funcional de uma manoproteína predita de Cryptococcus gattii na arquitetura capsular e na interação com o hospedeiro
Reuwsaat, Júlia Catarina Vieira
Cryptococcus gattii
Criptococose
title_short Avaliação funcional de uma manoproteína predita de Cryptococcus gattii na arquitetura capsular e na interação com o hospedeiro
title_full Avaliação funcional de uma manoproteína predita de Cryptococcus gattii na arquitetura capsular e na interação com o hospedeiro
title_fullStr Avaliação funcional de uma manoproteína predita de Cryptococcus gattii na arquitetura capsular e na interação com o hospedeiro
title_full_unstemmed Avaliação funcional de uma manoproteína predita de Cryptococcus gattii na arquitetura capsular e na interação com o hospedeiro
title_sort Avaliação funcional de uma manoproteína predita de Cryptococcus gattii na arquitetura capsular e na interação com o hospedeiro
author Reuwsaat, Júlia Catarina Vieira
author_facet Reuwsaat, Júlia Catarina Vieira
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Reuwsaat, Júlia Catarina Vieira
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Silva, Lívia Kmetzsch Rosa e
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Vainstein, Marilene Henning
contributor_str_mv Silva, Lívia Kmetzsch Rosa e
Vainstein, Marilene Henning
dc.subject.por.fl_str_mv Cryptococcus gattii
Criptococose
topic Cryptococcus gattii
Criptococose
description O principal fator de virulência das leveduras do gênero Cryptococcus é a produção de uma cápsula polissacarídica composta por glucuronoxilomanana (GXM), galactoxilomanana (GalXM) e manoproteínas. Os polissacarídeos GXM e GalXM já foram e continuam sendo extensivamente caracterizados em relação a suas estruturação, produção e participação na virulência, mas não existem relatos sobre a função das manoproteínas nas estruturação/montagem da cápsula de Cryptococcus spp. e pouco se sabe sobre seu papel na virulência da levedura. Considerando isso, o presente estudo teve como objetivo caracterizar a função de uma manoproteína predita de C. gattii, codificada pelo gene CNBG4278, através de perda e ganho de função de mutantes nulo e de superexpressão, respectivamente. A partir de análises por microscopia eletrônica de varredura (MEV), foi verificado que a montagem da cápsula do mutante nulo é distinta daquela da linhagem selvagem, porém não há diferença no tamanho da cápsula sintetizada por ambas. Células do mutante nulo são mais sensíveis ao agente estressor de parede Congo Red e apresentam aumento de secreção de GXM ao sobrenadante de cultivo em relação à linhagem selvagem, podendo indicar um possível defeito no ancoramento do polissacarídeo à parede celular. Testes de fagocitose in vitro demonstraram que a deleção do gene codificador da manoproteína predita diminui a eficiência com a qual as células são fagocitadas por macrófagos J774.A1 nas primeiras horas de interação e aumenta a taxa de replicação intracelular do fungo. Entretanto, os mutantes nulo e de superexpressão não apresentaram diferença de virulência em modelo murino de criptococose. Além disso, a manoproteína recombinante expressa em Escherichia coli é reconhecida por soro de pacientes infectados com Cryptococcus spp. Nossos resultados indicam que a manoproteína predita CNBG4278 de C. gattii afeta a estrutura da parede celular e consequentemente a montagem da cápsula, mas não é essencial para virulência do fungo in vivo.
publishDate 2016
dc.date.issued.fl_str_mv 2016
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-06-03T03:45:11Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/210001
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001017353
url http://hdl.handle.net/10183/210001
identifier_str_mv 001017353
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/210001/2/001017353.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/210001/1/001017353.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 51b68e2ffb7f131079e5b76eaf0316fb
7169baf35d4bd7dd9035ab5e7b02a43b
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1800309164454445056