Hipovitaminose D em pacientes pediátricos com doença hepática crônica : prevalência, fatores associados e resposta terapêutica

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Autor(a) principal: Rocha, Carolina Roos Mariano da
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/230646
Resumo: Introdução: a doença hepática crônica na infância cursa com manifestações multissistêmicas, incluindo o déficit nutricional. A prevalência de deficiência de vitaminas lipossolúveis é elevada e é um dos distúrbios associados à nutrição mais conhecidos neste grupo de pacientes. A deficiência de vitamina D pode estar relacionada ao prejuízo na saúde óssea com consequências na qualidade de vida e no aumento da morbidade. Ainda não há consenso sobre qual o melhor esquema de tratamento para a hipovitaminose D em pacientes pediátricos com doença hepática crônica. Objetivos: estudar a prevalência de deficiência de vitamina D, definida como 25(OH)D < 20ng/mL, em crianças hepatopatas crônicas, os fatores clínicolaboratoriais a ela associados e a resposta ao tratamento com 6000UI/dia de colecalciferol oral por um período mínimo de sessenta dias. Métodos: estudo de coorte histórica. Incluídos pacientes menores de 18 anos de ambos os sexos em acompanhamento na Unidade de Gastroenterologia e Hepatologia Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre de janeiro de 2015 a novembro de 2020, que tenham tido ao menos uma dosagem de 25(OH)D prétransplante hepático neste período. Foi realizada comparação dos dados laboratoriais pré e póstratamento com dose de 6000UI/dia de colecalciferol e comparação entre os grupos respondedores e não respondedores. Os dados foram adquiridos através da revisão de registros em prontuários eletrônicos de todos os pacientes. Resultados: dos 140 pacientes incluídos, 96 foram elegíveis para o estudo. A prevalência de hipovitaminose D foi de 67,7%. O grupo com deficiência de vitamina D apresentou idade mais baixa (p<0,001), escores PELD/MELD e Child-Pugh mais elevados (p=0,002 e p<0,001 respectivamente), valores de bilirrubina total, gama-glutamil transferase e fosfatase alcalina mais elevados (p<0,001, p<0,001 e p=0,002 respectivamente) e concentração de fósforo sérico mais baixa (p=0,009) quando comparado ao grupo sem deficiência. Trinta e um pacientes realizaram tratamento com 6000UI/dia de colecalciferol oral por pelo menos 60 dias. Destes, 29% responderam ao tratamento, com normalização da concentração sérica de 25(OH)D. Ao final do tratamento, a mediana de 25(OH)D foi significativamente mais elevada (p<0,001) e a de PTH significativamente mais baixa (p=0,023). Os pacientes respondedores apresentavam escore de Child-Pugh mais baixo (p=0,001), nível de bilirrubina total mais baixo no momento da segunda dosagem de 25(OH)D (p=0,001) e nível de fósforo mais elevado (p=0,003). Conclusão: a prevalência de hipovitaminose D nos pacientes pediátricos com doença hepática crônica é elevada e está relacionada com a gravidade da doença de base e com o grau de colestase. A taxa de resposta ao tratamento com colecalciferol oral é baixa. A normalização do nível de 25(OH)D está relacionada com a melhora da colestase.
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spelling Rocha, Carolina Roos Mariano daVieira, Sandra Maria GonçalvesGuaragna Filho, Guilherme2021-10-09T05:00:46Z2021http://hdl.handle.net/10183/230646001131755Introdução: a doença hepática crônica na infância cursa com manifestações multissistêmicas, incluindo o déficit nutricional. A prevalência de deficiência de vitaminas lipossolúveis é elevada e é um dos distúrbios associados à nutrição mais conhecidos neste grupo de pacientes. A deficiência de vitamina D pode estar relacionada ao prejuízo na saúde óssea com consequências na qualidade de vida e no aumento da morbidade. Ainda não há consenso sobre qual o melhor esquema de tratamento para a hipovitaminose D em pacientes pediátricos com doença hepática crônica. Objetivos: estudar a prevalência de deficiência de vitamina D, definida como 25(OH)D < 20ng/mL, em crianças hepatopatas crônicas, os fatores clínicolaboratoriais a ela associados e a resposta ao tratamento com 6000UI/dia de colecalciferol oral por um período mínimo de sessenta dias. Métodos: estudo de coorte histórica. Incluídos pacientes menores de 18 anos de ambos os sexos em acompanhamento na Unidade de Gastroenterologia e Hepatologia Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre de janeiro de 2015 a novembro de 2020, que tenham tido ao menos uma dosagem de 25(OH)D prétransplante hepático neste período. Foi realizada comparação dos dados laboratoriais pré e póstratamento com dose de 6000UI/dia de colecalciferol e comparação entre os grupos respondedores e não respondedores. Os dados foram adquiridos através da revisão de registros em prontuários eletrônicos de todos os pacientes. Resultados: dos 140 pacientes incluídos, 96 foram elegíveis para o estudo. A prevalência de hipovitaminose D foi de 67,7%. O grupo com deficiência de vitamina D apresentou idade mais baixa (p<0,001), escores PELD/MELD e Child-Pugh mais elevados (p=0,002 e p<0,001 respectivamente), valores de bilirrubina total, gama-glutamil transferase e fosfatase alcalina mais elevados (p<0,001, p<0,001 e p=0,002 respectivamente) e concentração de fósforo sérico mais baixa (p=0,009) quando comparado ao grupo sem deficiência. Trinta e um pacientes realizaram tratamento com 6000UI/dia de colecalciferol oral por pelo menos 60 dias. Destes, 29% responderam ao tratamento, com normalização da concentração sérica de 25(OH)D. Ao final do tratamento, a mediana de 25(OH)D foi significativamente mais elevada (p<0,001) e a de PTH significativamente mais baixa (p=0,023). Os pacientes respondedores apresentavam escore de Child-Pugh mais baixo (p=0,001), nível de bilirrubina total mais baixo no momento da segunda dosagem de 25(OH)D (p=0,001) e nível de fósforo mais elevado (p=0,003). Conclusão: a prevalência de hipovitaminose D nos pacientes pediátricos com doença hepática crônica é elevada e está relacionada com a gravidade da doença de base e com o grau de colestase. A taxa de resposta ao tratamento com colecalciferol oral é baixa. A normalização do nível de 25(OH)D está relacionada com a melhora da colestase.Background: chronic liver disease in children is associated with multisystemic manifestations, including nutritional deficit. The prevalence of fat-soluble vitamins deficiency is high and is known as one of the most common nutritional problems among these children. Vitamin D deficiency is related to bone disease and can induce high morbidity and impaired quality of life. There is no consensus about the best treatment for vitamin D deficiency in pediatric patients with chronic liver disease. Objective: to study the prevalence of vitamin D deficiency, defined as 25(OH)D < 20ng/mL, in children with chronic liver disease, to identify clinical and laboratory features associated to it and to evaluate the response of vitamin D deficiency treatment with 6000IU per day of oral cholecalciferol for at least 60 days. Methods: historical cohort that included patients younger than 18 years old of both sexes that were followed in Pediatric Gastroenterology and Hepatology Unit of Hospital de Clínicas de Porto Alegre from January 2015 to November 2020, who had at least one dosage of 25(OH)D before liver transplantation. Laboratorial data were evaluated before and after treatment with cholecalciferol 6000IU/day. Clinical and laboratorial features of the group that responded to treatment was compared with the ones of the group that did not respond. Results: ninety-six out of 140 included patients were eligible to the study. The prevalence of vitamin D deficiency was 67.7%. Patients with vitamin D deficiency were younger than patients without deficiency (p<0.001), had higher PELD/MELD and Child-Pugh scores (p=0.002 e p<0.001 respectively), higher levels of total bilirubin (p<0.001), gamma glutamyl transferase (p<0.001) and alkaline phosphatase (p=0.002) and lowers levels of phosphorus (p=0.009). Thirty-one patients were treated with 6000IU of cholecalciferol per day for 60 days or more. Only 29% of them responded to treatment, achieving levels of 25(OH)D of 20ng/ml or higher. By the end of treatment, patients had higher concentrations of serum 25(OH)D (p<0.001) and lower of parathormone (p=0.023). Patients that responded to treatment had lower level of total bilirubin at the moment of the second 25(OH)D dosage (p=0.001), lower Child-Pugh score (p=0.001) and higher level of phosphorus (p=0.003). Conclusion: vitamin D deficiency prevalence is high in pediatric patients with chronic liver disease and is associated with severity of the liver disease and cholestasis. The treatment response rate is low, even with high dose of oral cholecalciferol. Normalization of 25(OH)D levels is relates with cholestasis improvement.application/pdfporColestaseCirrose hepáticaDeficiência de vitamina DDoenças ósseas metabólicasCriançaAdolescentePrevalênciaFatores de riscoResultado do tratamentoCholestasisLiver cirrhosisVitamin D deficiencyMetabolic bone diseasesHipovitaminose D em pacientes pediátricos com doença hepática crônica : prevalência, fatores associados e resposta terapêuticainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do AdolescentePorto Alegre, BR-RS2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001131755.pdf.txt001131755.pdf.txtExtracted Texttext/plain96792http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/230646/2/001131755.pdf.txt9006d53821113731e74d8a6e965bb624MD52ORIGINAL001131755.pdfTexto completoapplication/pdf1348469http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/230646/1/001131755.pdfc8c70f6b6798a12ace457770c96fdc20MD5110183/2306462021-11-20 06:06:57.544643oai:www.lume.ufrgs.br:10183/230646Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-11-20T08:06:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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