Fatores de risco para falha virológica primária em pacientes com HIV e genotipagem pré-TARV : um estudo de coorte retrospectivo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/188749 |
Resumo: | Base Teórica: Porto Alegre é a capital brasileira com as maiores taxas de incidência e mortalidade por HIV/AIDS. A resposta adequada à TARV é pré-requisito para o controle desta epidemia. A avaliação dos fatores clínicos, laboratoriais e sociais que podem interferir no tratamento e seu impacto na falha virológica primária é fundamental para a compreensão deste cenário. Objetivo: avaliar os fatores de risco para a falha virológica primária em pacientes infectados pelo HIV e com genotipagem pré-TARV. Métodos: Foram analisadas, nesta coorte retrospectiva, as genotipagens pré-TARV coletadas entre 2013 e 2017 e revisados os prontuários de pacientes em dois hospitais escola de Porto Alegre. Os critérios de inclusão foram: idade ≥18 anos, coleta de genotipagem pré-TARV, prescrição e uso de TARV após a coleta da genotipagem. Foram excluídos os pacientes sem coleta de carga viral plasmática do HIV-1 em até 12 meses após o início da TARV. O impacto das mutações de resistência transmitidas às drogas e variáveis como dados demográficos, características relacionadas à infecção, modo de exposição ao HIV, abuso de álcool ou drogas e coinfecções também foram analisados. Variáveis com valor P ≤0,2 nas análises bivariadas foram incluídas em um modelo de regressão de Cox e mantidas se valor P ≤0,05. Resultados: Cento e noventa e dois pacientes foram incluídos nas análises. Destes, 74 (38,5%) apresentaram falha virológica (FV) primária. Mutações de resistência primária às drogas foram encontradas em 13,5% dos indivíduos e não foram associadas à FV. O subtipo C do HIV-1 foi o mais prevalente, mas não no subgrupo 7 de homens que fazem sexo com homens (HSH), onde prevaleceu o subtipo B. Os fatores de risco para a FV primária na análise univariada foram idade mais jovem (P = 0,02), menor nível educacional (P = 0,03), abuso de álcool (P <0,01) e abuso de drogas (P <0,01). No Modelo de Regressão de Cox, idade (Hazard Ratio ajustada, HRa, 0,96, intervalo de confiança de 95%, IC95% 0,93-0,99, P = 0,01), abuso de drogas (HRa 3,10, IC95% 1,19-8,07, P = 0,02) e escolaridade (HRa 0,52, IC95% 0,29-0,93, P = 0,03) permaneceram como fatores de risco independentes para a FV. Conclusão: As características sociodemográficas tiveram o maior impacto na falha virológica primária. Embora mutações de resistência primária às drogas tenham sido detectadas em uma taxa moderada de pacientes e possam ser consideradas uma ameaça potencial ao controle virológico, elas não representaram um fator de risco significativo para a FV neste estudo. |
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Moro, Ana Lúcia DidonetRigatto, Maria Helena da Silva Pitombeira2019-02-13T02:34:01Z2018http://hdl.handle.net/10183/188749001084783Base Teórica: Porto Alegre é a capital brasileira com as maiores taxas de incidência e mortalidade por HIV/AIDS. A resposta adequada à TARV é pré-requisito para o controle desta epidemia. A avaliação dos fatores clínicos, laboratoriais e sociais que podem interferir no tratamento e seu impacto na falha virológica primária é fundamental para a compreensão deste cenário. Objetivo: avaliar os fatores de risco para a falha virológica primária em pacientes infectados pelo HIV e com genotipagem pré-TARV. Métodos: Foram analisadas, nesta coorte retrospectiva, as genotipagens pré-TARV coletadas entre 2013 e 2017 e revisados os prontuários de pacientes em dois hospitais escola de Porto Alegre. Os critérios de inclusão foram: idade ≥18 anos, coleta de genotipagem pré-TARV, prescrição e uso de TARV após a coleta da genotipagem. Foram excluídos os pacientes sem coleta de carga viral plasmática do HIV-1 em até 12 meses após o início da TARV. O impacto das mutações de resistência transmitidas às drogas e variáveis como dados demográficos, características relacionadas à infecção, modo de exposição ao HIV, abuso de álcool ou drogas e coinfecções também foram analisados. Variáveis com valor P ≤0,2 nas análises bivariadas foram incluídas em um modelo de regressão de Cox e mantidas se valor P ≤0,05. Resultados: Cento e noventa e dois pacientes foram incluídos nas análises. Destes, 74 (38,5%) apresentaram falha virológica (FV) primária. Mutações de resistência primária às drogas foram encontradas em 13,5% dos indivíduos e não foram associadas à FV. O subtipo C do HIV-1 foi o mais prevalente, mas não no subgrupo 7 de homens que fazem sexo com homens (HSH), onde prevaleceu o subtipo B. Os fatores de risco para a FV primária na análise univariada foram idade mais jovem (P = 0,02), menor nível educacional (P = 0,03), abuso de álcool (P <0,01) e abuso de drogas (P <0,01). No Modelo de Regressão de Cox, idade (Hazard Ratio ajustada, HRa, 0,96, intervalo de confiança de 95%, IC95% 0,93-0,99, P = 0,01), abuso de drogas (HRa 3,10, IC95% 1,19-8,07, P = 0,02) e escolaridade (HRa 0,52, IC95% 0,29-0,93, P = 0,03) permaneceram como fatores de risco independentes para a FV. Conclusão: As características sociodemográficas tiveram o maior impacto na falha virológica primária. Embora mutações de resistência primária às drogas tenham sido detectadas em uma taxa moderada de pacientes e possam ser consideradas uma ameaça potencial ao controle virológico, elas não representaram um fator de risco significativo para a FV neste estudo.Background: Porto Alegre is a Brazilian capital with the highest rates of HIV/AIDS incidence and mortality. The proper response to ART is a prerequisite for the control of this epidemic. The evaluation of clinical, laboratorial and social factors that may interfere in the treatment and its impact on the primary virological failure is crucial to the understanding of this scenario. Objective: to evaluate risk factors for primary virological failure in HIV patients who collected pre-ART HIV-1 genotyping. Methods: A retrospective cohort was performed to analyze HIV-1 genotyping from naïve patients wich were collected between 2013 to 2017 and to review their medical records from two teaching hospitals in Porto Alegre. The inclusion criteria were: age ≥18 years, pre-ART HIV-1 genotyping, ART prescription and its use after such assay has been collected. Patients who did not have HIV-1 plasma viral load collected within 12 months after ART prescription were excluded. The impact of transmitted drug resistance (TDR) mutations and other variables, such as demographic data, features related to HIV infection, exposure to HIV, alcohol/drugs abuse and coinfections were analyzed. Variables with a P value ≤0.2 in the bivariate analyses were included in a forward stepwise model in Cox regression analysis. Variables with P ≤0.05 were considered statistically significant and remained in the final model. All tests were two-tailed and P values ≤0.05 were considered statistically significant. Results: One hundred and ninety-two patients were included for analyses. Of these, 74 (38.5%) had VF in the first year. TDR mutations were found in 26 (13.5%) and it was not associated to VF. HIV-1 subtype C was the most prevalent in the cohort, but 9 not in MSM subgroup, whom was subtype B. Risk factors for VF in univariate analysis were younger age (P=0.02), lower levels of education (P=0.03), alcohol abuse (P<0.01) and drugs abuse (P<0.01). In the final Cox Regression Model, age (adjusted Hazard Ratio, HRa, 0.96, 95% confidence interval, 95%CI 0.93-0.99, P = 0.01), drug abuse (HRa 3.10, 95%CI 1.19-8.07, P = 0.02) and educational levels (HRa 0.52, 95%CI 0.29-0.93, P = 0.03) remained as independent factors for VF. Conclusion: Social and demographic characteristics presented the greatest impact on primary virological failure. Although TDR mutations were detected in a moderate rate of patients and can be considered a potential threat to virological control, they did not represent a significant risk factor for VF in this study.application/pdfporHIVTerapia antirretroviral de alta atividadeTécnicas de genotipagemSíndrome da imunodeficiência adquiridaCarga viralGenotypingARTResistancePrimary virological failureFatores de risco para falha virológica primária em pacientes com HIV e genotipagem pré-TARV : um estudo de coorte retrospectivoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2018mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001084783.pdf.txt001084783.pdf.txtExtracted Texttext/plain102327http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188749/2/001084783.pdf.txt0eed23b0547a18dd007d821c6bedddd3MD52ORIGINAL001084783.pdfTexto completoapplication/pdf778709http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/188749/1/001084783.pdf27c0a78f314579f9207c05c598a27282MD5110183/1887492024-08-07 06:16:09.985235oai:www.lume.ufrgs.br:10183/188749Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-08-07T09:16:09Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Base Teórica: Porto Alegre é a capital brasileira com as maiores taxas de incidência e mortalidade por HIV/AIDS. A resposta adequada à TARV é pré-requisito para o controle desta epidemia. A avaliação dos fatores clínicos, laboratoriais e sociais que podem interferir no tratamento e seu impacto na falha virológica primária é fundamental para a compreensão deste cenário. Objetivo: avaliar os fatores de risco para a falha virológica primária em pacientes infectados pelo HIV e com genotipagem pré-TARV. Métodos: Foram analisadas, nesta coorte retrospectiva, as genotipagens pré-TARV coletadas entre 2013 e 2017 e revisados os prontuários de pacientes em dois hospitais escola de Porto Alegre. Os critérios de inclusão foram: idade ≥18 anos, coleta de genotipagem pré-TARV, prescrição e uso de TARV após a coleta da genotipagem. Foram excluídos os pacientes sem coleta de carga viral plasmática do HIV-1 em até 12 meses após o início da TARV. O impacto das mutações de resistência transmitidas às drogas e variáveis como dados demográficos, características relacionadas à infecção, modo de exposição ao HIV, abuso de álcool ou drogas e coinfecções também foram analisados. Variáveis com valor P ≤0,2 nas análises bivariadas foram incluídas em um modelo de regressão de Cox e mantidas se valor P ≤0,05. Resultados: Cento e noventa e dois pacientes foram incluídos nas análises. Destes, 74 (38,5%) apresentaram falha virológica (FV) primária. Mutações de resistência primária às drogas foram encontradas em 13,5% dos indivíduos e não foram associadas à FV. O subtipo C do HIV-1 foi o mais prevalente, mas não no subgrupo 7 de homens que fazem sexo com homens (HSH), onde prevaleceu o subtipo B. Os fatores de risco para a FV primária na análise univariada foram idade mais jovem (P = 0,02), menor nível educacional (P = 0,03), abuso de álcool (P <0,01) e abuso de drogas (P <0,01). No Modelo de Regressão de Cox, idade (Hazard Ratio ajustada, HRa, 0,96, intervalo de confiança de 95%, IC95% 0,93-0,99, P = 0,01), abuso de drogas (HRa 3,10, IC95% 1,19-8,07, P = 0,02) e escolaridade (HRa 0,52, IC95% 0,29-0,93, P = 0,03) permaneceram como fatores de risco independentes para a FV. Conclusão: As características sociodemográficas tiveram o maior impacto na falha virológica primária. Embora mutações de resistência primária às drogas tenham sido detectadas em uma taxa moderada de pacientes e possam ser consideradas uma ameaça potencial ao controle virológico, elas não representaram um fator de risco significativo para a FV neste estudo. |
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