“O YouTube não liga pra gente” : agenciamentos sociotécnicos na percepção de criadores de conteúdo brasileiros para o YouTube.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matos, Ludimila Santos
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/212469
Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo discutir os modos comos os agenciamentos sociotécnicos afetam a percepção dos criadores de conteúdo sobre suas práticas de criação e produção para o YouTube. A investigação foi orientada pela seguinte pergunta de pesquisa: como os agenciamentos sociotécnicos do YouTube são percebidos e afetam as práticas dos criadores para a plataforma? Os objetivos específicos foram: 1) Examinar como agenciamentos sociotécnicos afetam a percepção dos criadores de conteúdo sobre suas práticas de produção e criação para o YouTube; 2) Avaliar a interpretação de criadores de conteúdo brasileiros sobre a agência do YouTube em suas práticas de criação e produção para a plataforma; 3) Discutir os efeitos das potencialidades e limitações do YouTube por meio das affordances percebidas pelos criadores na interação com os agenciamentos sociotécnicos nesta plataforma. A base teórica parte de críticas à noção de Cultura da Participação (BURGESS; GREEN, 2009; JENKINS, 2013), do excedente cognitivo (SHIRKY, 2011) e à Teoria da Cauda Longa (ANDERSON, 2006). Discute-se o momento atual da criação de conteúdo online pela perspectiva do Trabalho Gratuito na Era Digital (TERRANOVA, 2013; ROSS, 2013; KOSNIK, 2013); do Beta Eterno (REYES, 2012; MONTAÑO, 2015) e da Sociedade do Cansaço e Desempenho (HAN, 2017). A base conceitual é direcionada à crítica da noção de neutralidade técnica a partir dos conceitos de agência/agenciamentos (DANT, 2005; LATOUR, 2012; SAYES, 2014; DELEUZE; PARNET, 1998) e affordances (GIBSON, 2015; NORMAN, 2013; HARTSON, 2003; FRAGOSO; REBS; BARTH, 2012) dos ambientes e artefatos (GELL, 2016; ARONI, 2010). A amostra foi constituída de 13 vídeosdesabafo de criadores de conteúdo brasileiros, publicados entre janeiro de 2016 e setembro de 2019. O método utilizado foi a Análise de Conteúdo (AC), conjunto de técnicas de análise que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens (BARDIN, 2011; KRIPPERNDORFF, 2004). Os resultados da observação da amostra a partir da AC revelaram 9 pólos de agenciamentos relacionados às affordances percebidas do YouTube pelos criadores. A partir dos pólos conteúdo, audiência e engajamento, patrimônio, plataforma, sensações, práticas de criação e produção, estrutura técnica, monetização, trabalho, publicidade e anunciantes e controle observa-se que os agenciamentos sociotécnicos entrelaçam-se, inevitavelmente, afetando uns aos outros de forma aberta, constante e ininterrupta.
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spelling Matos, Ludimila SantosPrimo, Alessandra Teixeira2020-07-29T03:41:26Z2020http://hdl.handle.net/10183/212469001116571A presente pesquisa teve como objetivo discutir os modos comos os agenciamentos sociotécnicos afetam a percepção dos criadores de conteúdo sobre suas práticas de criação e produção para o YouTube. A investigação foi orientada pela seguinte pergunta de pesquisa: como os agenciamentos sociotécnicos do YouTube são percebidos e afetam as práticas dos criadores para a plataforma? Os objetivos específicos foram: 1) Examinar como agenciamentos sociotécnicos afetam a percepção dos criadores de conteúdo sobre suas práticas de produção e criação para o YouTube; 2) Avaliar a interpretação de criadores de conteúdo brasileiros sobre a agência do YouTube em suas práticas de criação e produção para a plataforma; 3) Discutir os efeitos das potencialidades e limitações do YouTube por meio das affordances percebidas pelos criadores na interação com os agenciamentos sociotécnicos nesta plataforma. A base teórica parte de críticas à noção de Cultura da Participação (BURGESS; GREEN, 2009; JENKINS, 2013), do excedente cognitivo (SHIRKY, 2011) e à Teoria da Cauda Longa (ANDERSON, 2006). Discute-se o momento atual da criação de conteúdo online pela perspectiva do Trabalho Gratuito na Era Digital (TERRANOVA, 2013; ROSS, 2013; KOSNIK, 2013); do Beta Eterno (REYES, 2012; MONTAÑO, 2015) e da Sociedade do Cansaço e Desempenho (HAN, 2017). A base conceitual é direcionada à crítica da noção de neutralidade técnica a partir dos conceitos de agência/agenciamentos (DANT, 2005; LATOUR, 2012; SAYES, 2014; DELEUZE; PARNET, 1998) e affordances (GIBSON, 2015; NORMAN, 2013; HARTSON, 2003; FRAGOSO; REBS; BARTH, 2012) dos ambientes e artefatos (GELL, 2016; ARONI, 2010). A amostra foi constituída de 13 vídeosdesabafo de criadores de conteúdo brasileiros, publicados entre janeiro de 2016 e setembro de 2019. O método utilizado foi a Análise de Conteúdo (AC), conjunto de técnicas de análise que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens (BARDIN, 2011; KRIPPERNDORFF, 2004). Os resultados da observação da amostra a partir da AC revelaram 9 pólos de agenciamentos relacionados às affordances percebidas do YouTube pelos criadores. A partir dos pólos conteúdo, audiência e engajamento, patrimônio, plataforma, sensações, práticas de criação e produção, estrutura técnica, monetização, trabalho, publicidade e anunciantes e controle observa-se que os agenciamentos sociotécnicos entrelaçam-se, inevitavelmente, afetando uns aos outros de forma aberta, constante e ininterrupta.This research aimed to discuss the ways in which socio-technical agencies affect the perception of content creators about their creation and production practices for YouTube. The investigation carried out was guided by the following research question: how are YouTube's socio-technical agencies perceived and affect the practices of content creators for the platform? The specific objectives were: 1) To examine how socio-technical agencies affect the content creators' perception of their production and creation practices for YouTube; 2) Assess the interpretation of Brazilian content creators about the YouTube agency in their creation and production practices for the platform; 3) Discuss the effects of YouTube's potentials and limitations through the affordances perceived by content creators in the interaction with socio-technical agencies in the environment of this platform. The theoretical basis comes from criticisms of the notion of Participation Culture (BURGESS; GREEN, 2009; JENKINS, 2013), of the Cognitive Surplus (SHIRKY, 2011) and the Long Tail Theory (ANDERSON, 2006). It discuss the current moment of creating online content from the perspective of Free Lagor in the Digital Age (TERRANOVA, 2013; ROSS, 2013; KOSNIK, 2013); the eternal beta (REYES, 2012; MONTAÑO, 2015) and Burnout Society and Performance Society (HAN, 2017). The conceptual basis of the analysis is guided by a critique of the notion of technical neutrality from the concepts of agency (DANT, 2005; LATOUR, 2012; SAYES, 2014; DELEUZE; PARNET, 1998) and affordances (GIBSON, 2015; NORMAN , 2013; HARTSON, 2003; FRAGOSO; REBS; BARTH, 2012) of objects, artifacts (GELL, 2016; ARONI, 2010). The sample consisted of 13 unburden videos by Brazilian content creators, published between January 2016 and September 2019. The method of analysis used was Content Analysis (CA) set of analysis techniques that uses systematic and objective procedures to describe the content of messages (BARDIN, 2011; KRIPPERNDORFF, 2004). The results of observing the sample from the CA revealed 9 agency poles related to the affordances perceived by YouTube by the creators. From the agency poles content audience and engagement, heritage, platform, sensations, practices of creation and production, technical structure, monetization, work, advertising and advertisers and control, it is observed that the socio-technical agencies inevitably intertwine, affecting some to others in an open, constant and uninterrupted manner.application/pdfporYouTube (Site)Influenciador digitalAnálise de conteúdoSociedade da informaçãoYouTubeContent creators.Socio-technical agenciesAffordancesContent analysis“O YouTube não liga pra gente” : agenciamentos sociotécnicos na percepção de criadores de conteúdo brasileiros para o YouTube.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Biblioteconomia e ComunicaçãoPrograma de Pós-Graduação em ComunicaçãoPorto Alegre, BR-RS2020doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001116571.pdf.txt001116571.pdf.txtExtracted Texttext/plain812043http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/212469/2/001116571.pdf.txtf1c7fb46e5c01cc741f211355fbce093MD52ORIGINAL001116571.pdfTexto completoapplication/pdf10365774http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/212469/1/001116571.pdf51cb5e8106f224fcfaa7747755118748MD5110183/2124692024-04-14 06:46:41.612711oai:www.lume.ufrgs.br:10183/212469Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-04-14T09:46:41Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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