Na esteira do galpão: catando leituras no território cotidiano da reciclagem do lixo de Porto Alegre/RS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rosado, Rosa Maris
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/17408
Resumo: O estudo das leituras acerca do galpão de reciclagem do Loteamento Cavalhada-Porto Alegre- RS, interpretado a partir das narrativas compostas da experiência vivida junto às catadoras de materiais recicláveis neste espaço, é o desafio proposto na pesquisa. O cotidiano assume centralidade no diálogo entre os conceitos empregados nas distintas leituras que surgem na "esteira" da experiência do galpão: rede, território, jogo e representações. Partindo de um olhar para as redes sociais que dele emergem, percebe-se a complexa teia de relações que se estabelece a partir deste espaço. A leitura da rede revela que os significados do galpão não estão restritos a sua funcionalidade instrumental, enquanto "equipamento público de geração de renda". A articulação com nós externos da rede apontam para o estabelecimento de um território dinâmico e fluido. Assim, catando as diferentes abordagens do território extrai-se a leitura do galpão como "território cotidiano da reciclagem do lixo", espaço apropriado pelas catadoras e catalisador de identidades. A dinamicidade desse território é percebida no jogo, que possibilita aos atores ampliar informações e conhecimentos acerca do campo do lixo e seguirem sua luta por reconhecimento social. Na leitura das representações sociais de ambiente, percebe-se a adoção de táticas com relação aos constrangimentos e pressões a que são submetidas as catadoras nas suas práticas cotidianas na catação de lixo. A conotação pejorativa que o termo lixo carrega adverte para a ressignificação desse, no espaço do galpão, que é relevante no fortalecimento da identidade territorial (ou o habitus catador) do grupo. As representações de lixo são, assim, vistas como via de acesso ao habitus catador e, por conseguinte, ao campo do lixo. Por meio das leituras realizadas, considera-se que as identidades são transformadas nesta experiência, afinal ao buscar novas articulações, novas redes, constituindo novas territorialidades, "no reciclar das relações", esse grupo social se mantém vivo e ativo no jogo do lixo.
id URGS_536dcab72e7be0173dc30fa2b8aac3e7
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/17408
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Rosado, Rosa MarisHeidrich, Álvaro LuizReigota, Marcos Antonio do Santos2009-10-02T04:17:27Z2009http://hdl.handle.net/10183/17408000716714O estudo das leituras acerca do galpão de reciclagem do Loteamento Cavalhada-Porto Alegre- RS, interpretado a partir das narrativas compostas da experiência vivida junto às catadoras de materiais recicláveis neste espaço, é o desafio proposto na pesquisa. O cotidiano assume centralidade no diálogo entre os conceitos empregados nas distintas leituras que surgem na "esteira" da experiência do galpão: rede, território, jogo e representações. Partindo de um olhar para as redes sociais que dele emergem, percebe-se a complexa teia de relações que se estabelece a partir deste espaço. A leitura da rede revela que os significados do galpão não estão restritos a sua funcionalidade instrumental, enquanto "equipamento público de geração de renda". A articulação com nós externos da rede apontam para o estabelecimento de um território dinâmico e fluido. Assim, catando as diferentes abordagens do território extrai-se a leitura do galpão como "território cotidiano da reciclagem do lixo", espaço apropriado pelas catadoras e catalisador de identidades. A dinamicidade desse território é percebida no jogo, que possibilita aos atores ampliar informações e conhecimentos acerca do campo do lixo e seguirem sua luta por reconhecimento social. Na leitura das representações sociais de ambiente, percebe-se a adoção de táticas com relação aos constrangimentos e pressões a que são submetidas as catadoras nas suas práticas cotidianas na catação de lixo. A conotação pejorativa que o termo lixo carrega adverte para a ressignificação desse, no espaço do galpão, que é relevante no fortalecimento da identidade territorial (ou o habitus catador) do grupo. As representações de lixo são, assim, vistas como via de acesso ao habitus catador e, por conseguinte, ao campo do lixo. Por meio das leituras realizadas, considera-se que as identidades são transformadas nesta experiência, afinal ao buscar novas articulações, novas redes, constituindo novas territorialidades, "no reciclar das relações", esse grupo social se mantém vivo e ativo no jogo do lixo.El estudio de las distintas lecturas de un galpón de reciclaje de basura del Loteo Cavalhada- Porto Alegre-RS, interpretado a partir de las narraciones de la experiencia compartida con las cartoneras en este espacio, es el desafío propuesto en esta investigación. La cotidianeidad asume posición central en el diálogo entre los conceptos empleados en las diferentes lecturas que emanan de esa experiencia: red, territorio, juego y representaciones. A partir de una mirada a las redes sociales que emergen en el galpón, se percibe la compleja trama de relaciones que se establece en este espacio. La lectura de la red revela que las significaciones del galpón no se limita a su funcionalidad instrumental como "equipamiento público de generación de ingresos". La articulación con nexos fuera del galpón hace este territorio más dinámico y fluído. "Hurgando" en los diferentes enfoques del territorio surge una lectura de ese espacio como "territorio cotidiano del reciclaje de basura", espacio apropiado por las cartoneras y catalizador de identidades. La dinámica de este territorio es percibida en el juego que hace posible a los atores involucrados aumentar la información y los conocimientos con respecto a el campo de la basura y seguir su lucha por reconocimiento social. En la lectura de las representaciones sociales sobre medio ambiente se percibe la adopción de tácticas en relación a los condicionamentos y presiones a que están sujetas las cartoneras en sus prácticas diarias con la basura. La connotación peyorativa de la palabra basura advierte sobre su resignificación en el espacio del galpón, relavante en el fortalecimiento de la identidad territoral de las cartoneras. Las representaciones sociales de la basura son vistas pues, como vía de acceso a habitus cartonero y, por lo tanto, al campo de la basura. A partir de las lecturas realizadas, se considera que las identidades se transforman en esta experiencia, a fin de buscar nuevas articulaciones y nuevas redes, constituyendo nuevas territorialidades, "para reciclar relaciones", haciendo que el grupo social siga vivo y activo en el juego de la basura.application/pdfporEspaço socialGeografia físicaTerritorialidadeResíduos sólidosPorto Alegre (RS)TerritorioCotidianoRedHabitusRepresentacionesCartonerasBasuraNa esteira do galpão: catando leituras no território cotidiano da reciclagem do lixo de Porto Alegre/RSinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de GeociênciasPrograma de Pós-Graduação em GeografiaPorto Alegre, BR-RS2009doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000716714.pdf.txt000716714.pdf.txtExtracted Texttext/plain942039http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/17408/2/000716714.pdf.txt2ab634cab63f616d83e5ec3fd9e23ad2MD52ORIGINAL000716714.pdf000716714.pdfTexto completoapplication/pdf8329157http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/17408/1/000716714.pdfcdf24b2e055d0024a105aad3f38bcc38MD51THUMBNAIL000716714.pdf.jpg000716714.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1206http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/17408/3/000716714.pdf.jpga7669acfd50b406df69090eb6e2ee710MD5310183/174082018-10-05 08:27:52.6oai:www.lume.ufrgs.br:10183/17408Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-05T11:27:52Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Na esteira do galpão: catando leituras no território cotidiano da reciclagem do lixo de Porto Alegre/RS
title Na esteira do galpão: catando leituras no território cotidiano da reciclagem do lixo de Porto Alegre/RS
spellingShingle Na esteira do galpão: catando leituras no território cotidiano da reciclagem do lixo de Porto Alegre/RS
Rosado, Rosa Maris
Espaço social
Geografia física
Territorialidade
Resíduos sólidos
Porto Alegre (RS)
Territorio
Cotidiano
Red
Habitus
Representaciones
Cartoneras
Basura
title_short Na esteira do galpão: catando leituras no território cotidiano da reciclagem do lixo de Porto Alegre/RS
title_full Na esteira do galpão: catando leituras no território cotidiano da reciclagem do lixo de Porto Alegre/RS
title_fullStr Na esteira do galpão: catando leituras no território cotidiano da reciclagem do lixo de Porto Alegre/RS
title_full_unstemmed Na esteira do galpão: catando leituras no território cotidiano da reciclagem do lixo de Porto Alegre/RS
title_sort Na esteira do galpão: catando leituras no território cotidiano da reciclagem do lixo de Porto Alegre/RS
author Rosado, Rosa Maris
author_facet Rosado, Rosa Maris
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Rosado, Rosa Maris
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Heidrich, Álvaro Luiz
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Reigota, Marcos Antonio do Santos
contributor_str_mv Heidrich, Álvaro Luiz
Reigota, Marcos Antonio do Santos
dc.subject.por.fl_str_mv Espaço social
Geografia física
Territorialidade
Resíduos sólidos
Porto Alegre (RS)
topic Espaço social
Geografia física
Territorialidade
Resíduos sólidos
Porto Alegre (RS)
Territorio
Cotidiano
Red
Habitus
Representaciones
Cartoneras
Basura
dc.subject.spa.fl_str_mv Territorio
Cotidiano
Red
Habitus
Representaciones
Cartoneras
Basura
description O estudo das leituras acerca do galpão de reciclagem do Loteamento Cavalhada-Porto Alegre- RS, interpretado a partir das narrativas compostas da experiência vivida junto às catadoras de materiais recicláveis neste espaço, é o desafio proposto na pesquisa. O cotidiano assume centralidade no diálogo entre os conceitos empregados nas distintas leituras que surgem na "esteira" da experiência do galpão: rede, território, jogo e representações. Partindo de um olhar para as redes sociais que dele emergem, percebe-se a complexa teia de relações que se estabelece a partir deste espaço. A leitura da rede revela que os significados do galpão não estão restritos a sua funcionalidade instrumental, enquanto "equipamento público de geração de renda". A articulação com nós externos da rede apontam para o estabelecimento de um território dinâmico e fluido. Assim, catando as diferentes abordagens do território extrai-se a leitura do galpão como "território cotidiano da reciclagem do lixo", espaço apropriado pelas catadoras e catalisador de identidades. A dinamicidade desse território é percebida no jogo, que possibilita aos atores ampliar informações e conhecimentos acerca do campo do lixo e seguirem sua luta por reconhecimento social. Na leitura das representações sociais de ambiente, percebe-se a adoção de táticas com relação aos constrangimentos e pressões a que são submetidas as catadoras nas suas práticas cotidianas na catação de lixo. A conotação pejorativa que o termo lixo carrega adverte para a ressignificação desse, no espaço do galpão, que é relevante no fortalecimento da identidade territorial (ou o habitus catador) do grupo. As representações de lixo são, assim, vistas como via de acesso ao habitus catador e, por conseguinte, ao campo do lixo. Por meio das leituras realizadas, considera-se que as identidades são transformadas nesta experiência, afinal ao buscar novas articulações, novas redes, constituindo novas territorialidades, "no reciclar das relações", esse grupo social se mantém vivo e ativo no jogo do lixo.
publishDate 2009
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2009-10-02T04:17:27Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2009
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/17408
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000716714
url http://hdl.handle.net/10183/17408
identifier_str_mv 000716714
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/17408/2/000716714.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/17408/1/000716714.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/17408/3/000716714.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 2ab634cab63f616d83e5ec3fd9e23ad2
cdf24b2e055d0024a105aad3f38bcc38
a7669acfd50b406df69090eb6e2ee710
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1810085156060397568