A Comunidade de quirópteros, sua biologia e ecologia no Parque Natural Municipal Nascentes do Garcia, Estado de Santa Catarina, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Althoff, Sérgio Luiz
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/12000
Resumo: A comunidade de morcegos em uma Unidade de Conservação (Parque Natural Nascentes do Garcia, Santa Catarina) foi estudada quanto sua composição, variações temporais e atividades horárias. Esta UC está localizada no Bioma Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica), possuindo em sua área diversos estágios de sucessão vegetal, mas em sua maioria apresenta-se como secundária avançada. As campanhas foram realizadas mensalmente de abril de 2004 a junho de 2006, com duração de três noites, em duas áreas distintas, sempre na fase de lua nova. Para as capturas foram utilizadas oito redes-de-neblina, sendo quatro de 12 x 3 m (com sua primeira bolsa a uma altura de 0,5 m) e quatro de 7 x 2,5 m (com sua primeira bolsa a uma altura de 4,5 m). As redes foram armadas nos diversos ambientes existentes nas áreas, sendo dispostas sempre nos mesmos lugares ao longo de todo o trabalho. Eram abertas ao anoitecer, revisadas em intervalos de 30 minutos e fechadas após seis horas de amostragem.Os morcegos capturados foram identificados em campo, sexados, medidos, marcados e liberados no local de captura. Poucos exemplares foram sacrificados para formação de uma coleção de referência e depositados na coleção da Universidade Regional de Blumenau. Ao longo de 27 meses de coleta (162 dias e nove estações do ano), obteve-se um total de 2252 capturas, distribuídas em 23 espécies, 15 gêneros e três famílias. Existiu uma predominância da família Phyllostomidae, especialmente da subfamília Sternodermatinae. Com exceção da espécie Sturnira tildae, todas as outras estavam em suas conhecidas áreas de distribuição, esta espécie teve na área uma ampliação de sua distribuição austral de 200 km. A maioria das espécies (65%) foram classificadas, sazonalmente, como Acessórias ou Acidentais, sendo que todas as classificadas como Constantes (35%) pertenciam a família Phyllostomidae. Existiram diferenças marcantes na densidade das espécies ao longo das estações do ano, bem como de um ano para o outro, o que demonstrou que a densidade das espécies na comunidade tem uma variação supra-anual. O mesmo foi encontrado para a diversidade e para riqueza. Foi constatada uma correlação positiva da diversidade com apluviosidade e da riqueza com a temperatura, a densidade não apresentou correlação com nenhum fator abiótico. Espécies de frugívoros com nichos potencialmente sobrepostos (tamanho, peso similares e mesmo tipo de alimentação) e com densidade populacional alta, apresentaram, entre elas, diferenças estatisticamente significantes em seus padrões de atividade horária diária, o que não ocorreu com espécies de baixa densidade, o que indicou aparentemente que esta disjunção nas atividades está mais relacionada ao comportamento que a competição alimentar. Tentou-se apresentar de uma forma abrangente que aspectos biológicos e ecológicos, da fauna de morcegos podem apresentar variações sazonais e anuais, mesmo em áreas com o mínimo de perturbação antrópica. Os resultados disponibilizam um suporte teórico para trabalhos que venham a utilizar os morcegos como bio-indicadores.
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