Pensando a desinformação com estudantes das áreas de informação e comunicação: um estudo comparado no Brasil e na Espanha à luz das competências infocomunicacionais e da competência crítica em informação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/265445 |
Resumo: | A desinformação é um fenômeno tão complexo quanto pervasivo na atualidade, influenciando até mesmo os destinos políticos e sanitários de populações ao redor do mundo. A Ciência da Informação é uma das áreas que têm se debruçado sobre o tema e, nesta pesquisa, recorremos às discussões sobre competências infocomunicacionais e sobre competência crítica em informação como guias teóricos e para análise de nossos estudos empíricos. Com o objetivo de investigar a percepção de alunos de cursos das áreas de Informação e Comunicação sobre o fenômeno da desinformação, realizamos entrevistas semiestruturadas com estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, e da Universidad Carlos III de Madrid (UC3M), em Getafe (Espanha). Os participantes cursavam as graduações de Biblioteconomia e Jornalismo, na UFRGS, e Gestión de la Información y Contenidos Digitales e Periodismo (ou Periodismo y Humanidades), na UC3M. Os entrevistados estudam matérias relacionadas com a desinformação, e futuramente devem atuar profissionalmente em áreas afetadas por tal fenômeno, inclusive com potencial de prevenção e combate. No total, 32 estudantes participaram da pesquisa, sendo oito de cada curso. Os depoimentos foram objeto de análise de conteúdo e análise de discurso. As informações e dados da pesquisa estimularam reflexões e confrontos com o referencial teórico. Entre os resultados, encontramos nas falas tanto uma percepção de possibilidade de protagonismo profissional como de limitações frente à complexidade e às forças motrizes da desinformação. A educação foi apontada, com diferentes enfoques, como um caminho para prevenir, enfrentar ou resistir a dinâmicas desinformacionais, em acordo com o defendido pelas duas vertentes teóricas basilares para esta pesquisa. Percebemos ainda uma abordagem mais focada na atuação individual, especialmente nos entrevistados em Getafe, do que as defendidas pelas referidas vertentes teóricas, influenciadas pela pedagogia crítica. O funcionamento das mídias sociais e os algoritmos foram pouco referidos, principalmente em Porto Alegre, como objetos relevantes para a análise do fenômeno. A maioria (91%) das pessoas que se identificaram como do gênero masculino se considerou preparada para lidar com a desinformação, em contraste com 33% das pessoas identificadas com o gênero feminino. De maneira geral, a atuação profissional independente, com recursos adequados, respaldo e segurança no emprego, foi mencionada como preocupação dos estudantes, especialmente para um trabalho adequado no que se refere à checagem, ao rigor e ao enfrentamento à desinformação. Além disso, profissionais das áreas de Comunicação, Informação e Educação, em atuação coletiva ou individual, foram amplamente referidos como atores sociais com papel chave para pensar e agir sobre a desinformação e assuntos relacionados. Conclui-se que os estudantes estão atentos à desinformação como um desafio social e profissional, propondo abordagens envolvendo principalmente as mídias sociais e a atuação profissional rigorosa. Poucas vezes essa abordagem apontou para questões estruturais (políticas ou econômicas) do ecossistema desinformativo viabilizado nessas mídias, o que pode indicar a necessidade de maior consciência crítica nesse aspecto. |
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Dedavid, Daniel AguiarBorges, Jussara2023-09-28T03:38:32Z2023http://hdl.handle.net/10183/265445001176946A desinformação é um fenômeno tão complexo quanto pervasivo na atualidade, influenciando até mesmo os destinos políticos e sanitários de populações ao redor do mundo. A Ciência da Informação é uma das áreas que têm se debruçado sobre o tema e, nesta pesquisa, recorremos às discussões sobre competências infocomunicacionais e sobre competência crítica em informação como guias teóricos e para análise de nossos estudos empíricos. Com o objetivo de investigar a percepção de alunos de cursos das áreas de Informação e Comunicação sobre o fenômeno da desinformação, realizamos entrevistas semiestruturadas com estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, e da Universidad Carlos III de Madrid (UC3M), em Getafe (Espanha). Os participantes cursavam as graduações de Biblioteconomia e Jornalismo, na UFRGS, e Gestión de la Información y Contenidos Digitales e Periodismo (ou Periodismo y Humanidades), na UC3M. Os entrevistados estudam matérias relacionadas com a desinformação, e futuramente devem atuar profissionalmente em áreas afetadas por tal fenômeno, inclusive com potencial de prevenção e combate. No total, 32 estudantes participaram da pesquisa, sendo oito de cada curso. Os depoimentos foram objeto de análise de conteúdo e análise de discurso. As informações e dados da pesquisa estimularam reflexões e confrontos com o referencial teórico. Entre os resultados, encontramos nas falas tanto uma percepção de possibilidade de protagonismo profissional como de limitações frente à complexidade e às forças motrizes da desinformação. A educação foi apontada, com diferentes enfoques, como um caminho para prevenir, enfrentar ou resistir a dinâmicas desinformacionais, em acordo com o defendido pelas duas vertentes teóricas basilares para esta pesquisa. Percebemos ainda uma abordagem mais focada na atuação individual, especialmente nos entrevistados em Getafe, do que as defendidas pelas referidas vertentes teóricas, influenciadas pela pedagogia crítica. O funcionamento das mídias sociais e os algoritmos foram pouco referidos, principalmente em Porto Alegre, como objetos relevantes para a análise do fenômeno. A maioria (91%) das pessoas que se identificaram como do gênero masculino se considerou preparada para lidar com a desinformação, em contraste com 33% das pessoas identificadas com o gênero feminino. De maneira geral, a atuação profissional independente, com recursos adequados, respaldo e segurança no emprego, foi mencionada como preocupação dos estudantes, especialmente para um trabalho adequado no que se refere à checagem, ao rigor e ao enfrentamento à desinformação. Além disso, profissionais das áreas de Comunicação, Informação e Educação, em atuação coletiva ou individual, foram amplamente referidos como atores sociais com papel chave para pensar e agir sobre a desinformação e assuntos relacionados. Conclui-se que os estudantes estão atentos à desinformação como um desafio social e profissional, propondo abordagens envolvendo principalmente as mídias sociais e a atuação profissional rigorosa. Poucas vezes essa abordagem apontou para questões estruturais (políticas ou econômicas) do ecossistema desinformativo viabilizado nessas mídias, o que pode indicar a necessidade de maior consciência crítica nesse aspecto.Disinformation is a phenomenon as complex as it is pervasive nowadays, influencing even the political and health destinies of populations around the world. Information Science is one of the areas that have addressed this issue and, in this research, we resorted to the discussions on infocommunicative literacy and critical information literacy as theoretical guides and for the analysis of our empirical studies. In order to investigate the perception of students from Information and Communication degrees about the phenomenon of mis/disinformation, we conducted semi-structured interviews with students from the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), in Porto Alegre, and the Universidad Carlos III de Madrid (UC3M), in Getafe (Spain). The participants were majoring in Librarianship and Journalism at UFRGS, and in Management of Information and Digital Contents and Journalism (or Journalism and Humanities) at UC3M. The interviewees are studying subjects related to mis/disinformation, and in the future should work professionally in areas affected by this phenomenon, including the potential to prevent and combat it. In total, 32 students participated in the survey, eight from each course. The statements were subject to content analysis and discourse analysis. The information and data from the research stimulated reflections and confrontations with the theoretical referential. Among the results, we found in the statements both a perception of the possibility of professional protagonism and of the limitations in face of the complexity and the driving forces of mis/disinformation. Education was pointed out, with different approaches, as a way to prevent, confront or resist the dynamics of misinformation, in agreement with what is defended by the two basic theoretical aspects of this research. We also noticed an approach more focused on individual action, especially in the interviewees in Getafe, than those defended by the aforementioned theoretical strands, influenced by critical pedagogy. The functioning of social media and algorithms were hardly mentioned, especially in Porto Alegre, as relevant objects for the analysis of the phenomenon. The majority (91%) of the people who identified themselves as male considered themselves prepared to deal with mis/disinformation, in contrast with 33% of the people who identified themselves as female. In general, the independent professional performance, with adequate resources, support and job security, was mentioned as a concern by the students, especially for an adequate work regarding checking, rigor and confrontation of mis/disinformation. In addition, professionals in the fields of Communication, Information and Education, acting collectively or individually, were widely mentioned as social actors with a key role in thinking and acting on mis/disinformation and related issues. In conclusion, students are aware of mis/disinformation as a social and professional challenge, proposing approaches mainly involving social media and rigorous professional practice. Few times this approach pointed to structural issues (political or economic) of the mis/disinformation ecosystem made possible in these media, which may indicate the need for greater critical awareness in this aspect.La desinformación es un fenómeno tan complejo como generalizado en la actualidad, influyendo incluso en el destino político y sanitario de poblaciones en todo el mundo. La Ciencia de la Información es una de las áreas que han abordado este tema y, en esta investigación, recurrimos a debates sobre competencias infocomunicacionales y sobre competencia crítica en información como guías teóricas y para analizar nuestros estudios empíricos. Con el objetivo de investigar la percepción de los alumnos de los cursos de Información y Comunicación sobre el fenómeno de la desinformación, realizamos entrevistas semiestructuradas a estudiantes de la Universidad Federal de Rio Grande do Sul (UFRGS), en Porto Alegre, y de la Universidad Carlos III de Madrid (UC3M), en Getafe (España). Los participantes estudian Biblioteconomía y Periodismo en la UFRGS, y Gestión de la Información y Contenidos Digitales y Periodismo (o Periodismo y Humanidades) en la UC3M. Los entrevistados estudian materias relacionadas con la desinformación, y en el futuro deberán dedicarse profesionalmente a áreas afectadas por este fenómeno, incluso con posibilidades de prevenirlo y combatirlo. Un total de 32 estudiantes participaron en la encuesta, ocho de cada grado. Las respuestas se sometieron a análisis de contenido y análisis del discurso. Las informaciones y datos de la investigación estimularon reflexiones y confrontaciones con el marco teórico. Entre los resultados, encontramos tanto la percepción de la posibilidad de protagonismo profesional como las limitaciones frente a la complejidad y los motores de la desinformación. La educación fue identificada, con diferentes enfoques, como una forma de prevenir, enfrentar o resistir a las dinámicas de desinformación, en consonancia con lo defendido por las dos vertientes teóricas que fundamentan esta investigación. También observamos un enfoque más centrado en la acción individual, especialmente entre los entrevistados en Getafe, que en los defendidos por las corrientes teóricas mencionadas, influidas por la pedagogía crítica. El funcionamiento de las redes sociales y los algoritmos apenas fueron mencionados, especialmente en Porto Alegre, como objetos relevantes para analizar el fenómeno. La mayoría (91%) de los que se identificaron como hombres se consideraron preparados para hacer frente a la desinformación, en contraste con el 33% de los que se identificaron como mujeres. En general, la actuación profesional independiente, con recursos adecuados, respaldo y seguridad laboral, fue mencionada como una preocupación por los estudiantes, especialmente para un trabajo adecuado en términos de comprobación, rigor y confrontación de la desinformación. Además, los profesionales de las áreas de Comunicación, Información y Educación, actuando colectiva o individualmente, fueron ampliamente mencionados como actores sociales con un papel clave a la hora de reflexionar y actuar sobre la desinformación y temas relacionados. Se puede concluir que los estudiantes son conscientes de la desinformación como un desafío social y profesional, proponiendo enfoques que implican principalmente a las redes sociales y a una práctica profesional rigurosa. Pocas veces este enfoque apuntó a cuestiones estructurales (políticas o económicas) en el ecosistema de desinformación posibilitado por estos medios, lo que puede indicar la necesidad de una mayor conciencia crítica al respecto.application/pdfporDesinformaçãoCompetência informacionalEnsino superiorDesinformaciónCompetencias infocomunicacionalesDisinformationMisinformationInfocommunicative literacyCritical information literacyStudents BrazilStudents SpainCompetencia crítica en informaciónEstudiantes BrasilEstudiantes EspañaPensando a desinformação com estudantes das áreas de informação e comunicação: um estudo comparado no Brasil e na Espanha à luz das competências infocomunicacionais e da competência crítica em informaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Biblioteconomia e ComunicaçãoPrograma de Pós-Graduação em Ciência da InformaçãoPorto Alegre, BR-RS2023mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001176946.pdf.txt001176946.pdf.txtExtracted Texttext/plain457602http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/265445/2/001176946.pdf.txtf7cae0d023639cb74b8fb8d450450800MD52ORIGINAL001176946.pdfTexto completoapplication/pdf2011354http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/265445/1/001176946.pdfa9173a860c0912b3a38c80657162b446MD5110183/2654452023-09-29 03:38:49.209746oai:www.lume.ufrgs.br:10183/265445Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-09-29T06:38:49Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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