Intervenção educacional à distância em saúde mental para médicos de atenção primária à saúde
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/194534 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: Estudos estimam que a lacuna entre demanda e assistência efetiva em saúde mental varie de 30 a 80% no mundo, sendo que um estudo realizado no Brasil demonstra estimativas de 40 a 60%. Como estratégia de enfrentamento desta questão, a Organização Mundial da Saúde preconiza que o foco do atendimento em saúde mental seja redirecionado para o nível de Atenção Primária à Saúde (APS). A demora no diagnóstico e tratamento de transtornos mentais têm implicações negativas importantes no curso e prognóstico da doença, assim como na resposta aos tratamentos, independente do transtorno. A intervenção educacional para médicos e para os demais profissionais de saúde em APS é fundamental para que sejam de fato implementadas políticas públicas efetivas para o atendimento dos portadores de transtornos mentais neste nível. A telemedicina configura uma poderosa ferramenta para ampliar o atendimento em saúde mental, especialmente em locais remotos. Este projeto tem por objetivo propor um modelo de intervenção educacional à distância em saúde mental para médicos de APS e avaliar sua viabilidade e efetividade em grupo de médicos do Projeto Nacional Telessaúde – Núcleo Rio Grande do Sul. METOLOGIA: o projeto é constituído de duas etapas. Na primeira, realizamos revisão sistemática de intervenção educacional à distância para médicos de APS. Considerando que nenhum estudo foi localizado, revisamos a literatura sobre intervenção educacional à distância em saúde mental para profissionais não-médicos e intervenção educacional em saúde mental na forma presencial para médicos. Com base nos resultados, desenvolvemos uma proposta de intervenção educacional à distância para médicos de APS. Na segunda etapa esta proposta foi testada em grupo de 22 médicos participantes do Projeto Nacional Telessaúde – Núcleo Rio Grande do Sul. Foram aplicados questionários de conhecimentos teóricos em saúde mental e de confiança na abordagem de transtorno mentais antes e após a intervenção, sendo estes os principais desfechos considerados. RESULTADOS: em relação à proposta para intervenção educacional, destacamos: estruturação do conteúdo em colaboração com os participantes, enfatizar patologias mais frequentes em APS, iniciar com sensibilização sobre necessidades em saúde mental, trabalhar técnicas de entrevista e habilidades em comunicação, evitar aulas explanatórias, oportunizar participação constante dos participantes utilizando metodologias interativas e utilizar exercícios práticos a serem realizados no cotidiano de atendimento. Os resultados da segunda etapa mostraram aumento estatisticamente significativo no escore médio de conhecimentos teóricos e no escore médio de confiança na abordagem em saúde mental quando comparamos os escores antes e após a intervenção. Não houve correlação entre mudanças nos dois tipos de questionários. Em relação à satisfação com a intervenção educacional, pelo menos 60% dos participantes consideraram-na “Boa” ou “Muito boa”, independente do critério avaliado, sendo que para alguns critérios esse percentual chegou a 100%. CONCLUSÕES: A proposta apresentada para intervenção educacional em saúde mental à distância para médicos de APS pode ser considerada útil e promissora como forma de ampliar o atendimento em saúde mental, visto que melhorou os conhecimentos teóricos e a confiança na abordagem em saúde mental dos participantes. É necessário articular propostas de incentivo e participação de médicos de APS neste tipo de intervenção educacional, pois dos 156 médicos convidados apenas 30 manifestaram interesse em participar da intervenção. Este estudo pioneiro, apesar dos bons resultados, necessita ser replicado para aprimorar o modelo de intervenção educacional proposto, especialmente na forma de ensaio clínico randomizado para controlar vieses de seleção e aferição. |
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Gonçalves, Daniel MaffasioliCamey, Suzi AlvesHarzheim, Erno2019-05-24T02:36:16Z2012http://hdl.handle.net/10183/194534000857005INTRODUÇÃO: Estudos estimam que a lacuna entre demanda e assistência efetiva em saúde mental varie de 30 a 80% no mundo, sendo que um estudo realizado no Brasil demonstra estimativas de 40 a 60%. Como estratégia de enfrentamento desta questão, a Organização Mundial da Saúde preconiza que o foco do atendimento em saúde mental seja redirecionado para o nível de Atenção Primária à Saúde (APS). A demora no diagnóstico e tratamento de transtornos mentais têm implicações negativas importantes no curso e prognóstico da doença, assim como na resposta aos tratamentos, independente do transtorno. A intervenção educacional para médicos e para os demais profissionais de saúde em APS é fundamental para que sejam de fato implementadas políticas públicas efetivas para o atendimento dos portadores de transtornos mentais neste nível. A telemedicina configura uma poderosa ferramenta para ampliar o atendimento em saúde mental, especialmente em locais remotos. Este projeto tem por objetivo propor um modelo de intervenção educacional à distância em saúde mental para médicos de APS e avaliar sua viabilidade e efetividade em grupo de médicos do Projeto Nacional Telessaúde – Núcleo Rio Grande do Sul. METOLOGIA: o projeto é constituído de duas etapas. Na primeira, realizamos revisão sistemática de intervenção educacional à distância para médicos de APS. Considerando que nenhum estudo foi localizado, revisamos a literatura sobre intervenção educacional à distância em saúde mental para profissionais não-médicos e intervenção educacional em saúde mental na forma presencial para médicos. Com base nos resultados, desenvolvemos uma proposta de intervenção educacional à distância para médicos de APS. Na segunda etapa esta proposta foi testada em grupo de 22 médicos participantes do Projeto Nacional Telessaúde – Núcleo Rio Grande do Sul. Foram aplicados questionários de conhecimentos teóricos em saúde mental e de confiança na abordagem de transtorno mentais antes e após a intervenção, sendo estes os principais desfechos considerados. RESULTADOS: em relação à proposta para intervenção educacional, destacamos: estruturação do conteúdo em colaboração com os participantes, enfatizar patologias mais frequentes em APS, iniciar com sensibilização sobre necessidades em saúde mental, trabalhar técnicas de entrevista e habilidades em comunicação, evitar aulas explanatórias, oportunizar participação constante dos participantes utilizando metodologias interativas e utilizar exercícios práticos a serem realizados no cotidiano de atendimento. Os resultados da segunda etapa mostraram aumento estatisticamente significativo no escore médio de conhecimentos teóricos e no escore médio de confiança na abordagem em saúde mental quando comparamos os escores antes e após a intervenção. Não houve correlação entre mudanças nos dois tipos de questionários. Em relação à satisfação com a intervenção educacional, pelo menos 60% dos participantes consideraram-na “Boa” ou “Muito boa”, independente do critério avaliado, sendo que para alguns critérios esse percentual chegou a 100%. CONCLUSÕES: A proposta apresentada para intervenção educacional em saúde mental à distância para médicos de APS pode ser considerada útil e promissora como forma de ampliar o atendimento em saúde mental, visto que melhorou os conhecimentos teóricos e a confiança na abordagem em saúde mental dos participantes. É necessário articular propostas de incentivo e participação de médicos de APS neste tipo de intervenção educacional, pois dos 156 médicos convidados apenas 30 manifestaram interesse em participar da intervenção. Este estudo pioneiro, apesar dos bons resultados, necessita ser replicado para aprimorar o modelo de intervenção educacional proposto, especialmente na forma de ensaio clínico randomizado para controlar vieses de seleção e aferição.INTRODUCTION: Studies estimate that the gap between demand and effective assistance in mental health varies from 30% to 80% worldwide, whereas a study carried out in Brazil shows estimations of 40% to 60%. As a confrontation strategy, the World Health Organization (WHO) preconizes that the focus of mental health assistance be redirected to Primary Health Care (PHC). The delay in the mental illness diagnosis and treatment has important negative implications for the development and prognosis of the disease, as well as for the treatment feedback regardless the illness. The educational intervention for physicians and other health professionals in PHC is fundamental to implement effective public policies to the assistance of these users. Telemedicine takes the form of a powerful tool to increase the assistance in mental health, especially in remote locations. This project aims to propose a model of internet-based educational intervention in mental health for PHC physicians and evaluate its viability and effectiveness in physician groups from National Project Telessaúde – Rio Grande do Sul core. METODOLOGY: the project is composed by two stages. In the first stage, we have conducted a systematic review of internet-based educational intervention for PHC physicians. Considering that no studies about it were found, we reviewed the literature about internet-based educational intervention in mental health for non-physician professionals and presential educational intervention in mental health for physicians. Based on the results, we developed a proposal of distance educational intervention for PHC physicians. In the second stage, this proposal was tested in a group of twenty-two doctors from National Project Telessaúde – Rio Grande do Sul core. Questionnaires of theoretical knowledge in mental health and confidence in approaching mental health were applied before and after the intervention. RESULTS: regarding the educational education intervention proposal, we highlight: content structuring with participants collaboration, emphasize most common pathologies in PHC, start sensitization of needs in mental health, use interview and communication skills techniques, avoid explanatory classes, give the opportunity to participation using interactive methodologies and practical exercises to be performed during the assistance routine. The second stage results have shown statistically significant increase in the average score of theoretical knowledge and the average score of confidence in mental health approach when compared to before-after intervention score. There has been no correlation between changes in both questionnaires. Regarding the satisfaction towards the educational intervention, at least 60% of the participants considered it “good” or “very good”, regardless the evaluated criterion, while for some criterions this percentage reached 100% of satisfaction. CONCLUSIONS: The presented proposal of internet-based educational intervention in mental health for PHC physicians can be considered useful and promising as a way to extend the assistance in mental health, once it has improved the participants’ theoretical knowledge and confidence in approaching mental health. It is necessary to join proposals of incentive and participation of PHC physicians in this type of educational intervention, since from the one hundred and fifty invited physicians only thirty manifested interest in participating in the intervention. This pioneer study, despite of its good results, needs to be reapplied to perfect the proposed model of educational intervention using randomized clinical trials in order to control measurement and selection biases.Telemedicinaapplication/pdfporSaúde mentalMédicos de atenção primáriaAtenção primária à saúdeIntervenção educacional à distância em saúde mental para médicos de atenção primária à saúdeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaPorto Alegre, BR-RS2012doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000857005.pdf.txt000857005.pdf.txtExtracted Texttext/plain341684http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194534/2/000857005.pdf.txt89b569ab0dffb71a0889e458d1f26e7aMD52ORIGINAL000857005.pdfTexto completoapplication/pdf1221364http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194534/1/000857005.pdf47b171d61727a392aab44c858e7770a6MD5110183/1945342023-09-27 03:36:44.202949oai:www.lume.ufrgs.br:10183/194534Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-09-27T06:36:44Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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