O rebanho infectado : inquisição e clérigos praticantes de magia no século XIV
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/211536 |
Resumo: | Cette thèse vise à analyser comment les relations entre persécuteurs et persécutés se sont déroulées au regard de la magie savante ou cléricale au XIVe siècle. Pour cela, nous avons utilisé l'étude des témoignages des persécuteurs, notamment sous forme de traités théologiques et normatifs et ainsi qu’un ensemble de processus inquisitoires de la première moitié du 14e siècle, réalisés dans le sud de la France. Ces documents ont été analysés sous les approches de l'histoire intellectuelle de l'histoire du droit et de l'anthropologie scolastique. Quant aux témoignages des persécutés, les discussions qui visaient à légitimer, d'une part, la magie naturelle ou, d'autre part, les pratiques à caractère dévotionnel ou spirituel appelées «magie» par leurs adversaires - et finalement également appelées ainsi par elles-mêmes, ont été analysées. Une part importante de ces documents a circulé en même temps et dans le même espace que les processus inquisitoriaux évoqués plus haut. Il a été conclu que l'existence de prêtres pratiquant la magie était un problème pour l'Église, de manière récurrente, au Moyen Âge. Quant aux inquisiteurs, ils traitent le problème des magiciens du clergé avant tout comme un problème interne, d'ordre ecclésiastique. Et en ce qui concerne les persécutés, ils voyaient souvent ce qui était appelé «magie» de manière péjorative, par l'orthodoxie, comme quelque chose de légitime et de conciliable avec leurs expressions de dévotion et leurs ambitions spirituelles. Cette thèse vise à contribuer aux études médiévales en pointant du doigt, d'une part, la complexité des relations internes entre l'Église et ses représentants. D'autre part, il souhaite mettre en évidence la diversité des expressions considérées (du moins pour ses praticiens) comme des formes légitimes de christianisme. |
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Fontoura, Odir Mauro da CunhaTeixeira, Igor Salomão2020-07-08T03:43:01Z2020http://hdl.handle.net/10183/211536001115535Cette thèse vise à analyser comment les relations entre persécuteurs et persécutés se sont déroulées au regard de la magie savante ou cléricale au XIVe siècle. Pour cela, nous avons utilisé l'étude des témoignages des persécuteurs, notamment sous forme de traités théologiques et normatifs et ainsi qu’un ensemble de processus inquisitoires de la première moitié du 14e siècle, réalisés dans le sud de la France. Ces documents ont été analysés sous les approches de l'histoire intellectuelle de l'histoire du droit et de l'anthropologie scolastique. Quant aux témoignages des persécutés, les discussions qui visaient à légitimer, d'une part, la magie naturelle ou, d'autre part, les pratiques à caractère dévotionnel ou spirituel appelées «magie» par leurs adversaires - et finalement également appelées ainsi par elles-mêmes, ont été analysées. Une part importante de ces documents a circulé en même temps et dans le même espace que les processus inquisitoriaux évoqués plus haut. Il a été conclu que l'existence de prêtres pratiquant la magie était un problème pour l'Église, de manière récurrente, au Moyen Âge. Quant aux inquisiteurs, ils traitent le problème des magiciens du clergé avant tout comme un problème interne, d'ordre ecclésiastique. Et en ce qui concerne les persécutés, ils voyaient souvent ce qui était appelé «magie» de manière péjorative, par l'orthodoxie, comme quelque chose de légitime et de conciliable avec leurs expressions de dévotion et leurs ambitions spirituelles. Cette thèse vise à contribuer aux études médiévales en pointant du doigt, d'une part, la complexité des relations internes entre l'Église et ses représentants. D'autre part, il souhaite mettre en évidence la diversité des expressions considérées (du moins pour ses praticiens) comme des formes légitimes de christianisme.Esta tese tem por objetivo analisar como se deram as relações entre perseguidores e perseguidos no que diz respeito a magia erudita ou clerical no século XIV. Para isso, recorreu-se ao estudo dos testemunhos dos perseguidores, sobretudo na forma de tratados de cunho teológico e normativo e também a um conjunto de processos inquisitoriais da primeira metade do século XIV, realizados no sul da França. Estes documentos foram analisados sob os pressupostos da história intelectual e da história do direito e da antropologia escolástica. Quanto aos testemunhos dos perseguidos, foram analisadas as discussões que pretenderam legitimar, por um lado, a magia natural ou, por outro, as práticas de caráter devocional ou espiritual chamadas de “magia” pelos seus oponentes — e eventualmente também chamadas dessa forma pelos próprios praticantes. Uma parte significativa desses documentos circulou na mesma época espaço dos processos inquisitoriais. Concluiu-se que a existência de sacerdotes praticantes de magia foi um problema para a Igreja, de forma recorrente, na Idade Média. Quanto aos inquisidores, estes tratatam o problema dos clérigos magos sobretudo como um problema interno, de ordem eclesiástica. E no que diz respeito aos perseguidos, estes viram frequentemente aquilo que foi chamado de “magia” de forma pejorativa, pela ortodoxia, como algo legitimo e conciliável às suas expressões devocionais e ambições espirituais. Esta tese pretende contribuir com os estudos medievais ao apontar, por um lado, para a complexidade das relações internas entre a Igreja e seus representantes. Por outro, ao tentar evidenciar a diversidade das expressões consideradas (ao menos para os seus praticantes) formas legítimas de cristianismo.Esta tese tem por objetivo analisar como se deram as relações entre perseguidores e perseguidos no que diz respeito a magia erudita ou clerical no século XIV. Para isso, recorreu-se ao estudo dos testemunhos dos perseguidores, sobretudo na forma de tratados de cunho teológico e normativo e também a um conjunto de processos inquisitoriais da primeira metade do século XIV, realizados no sul da França. Estes documentos foram analisados sob os pressupostos da história intelectual e da história do direito e da antropologia escolástica. Quanto aos testemunhos dos perseguidos, foram analisadas as discussões que pretenderam legitimar, por um lado, a magia natural ou, por outro, as práticas de caráter devocional ou espiritual chamadas de “magia” pelos seus oponentes — e eventualmente também chamadas dessa forma pelos próprios praticantes. Uma parte significativa desses documentos circulou na mesma época espaço dos processos inquisitoriais. Concluiu-se que a existência de sacerdotes praticantes de magia foi um problema para a Igreja, de forma recorrente, na Idade Média. Quanto aos inquisidores, estes tratatam o problema dos clérigos magos sobretudo como um problema interno, de ordem eclesiástica. E no que diz respeito aos perseguidos, estes viram frequentemente aquilo que foi chamado de “magia” de forma pejorativa, pela ortodoxia, como algo legitimo e conciliável às suas expressões devocionais e ambições espirituais. Esta tese pretende contribuir com os estudos medievais ao apontar, por um lado, para a complexidade das relações internas entre a Igreja e seus representantes. Por outro, ao tentar evidenciar a diversidade das expressões consideradas (ao menos para os seus praticantes) formas legítimas de cristianismo.Esta tesis tiene como objetivo analizar cómo las relaciones entre perseguidores y perseguidos tuvieron lugar con respecto a la magia erudita o clerical en el siglo XIV. Para ello, estudiamos los testimonios de los perseguidores, especialmente en forma de tratados teológicos y normativos, además de un conjunto de procesos inquisitorios de la primera mitad del siglo XIV, realizados en el sur de Francia. Estos documentos fueron analizados bajo los supuestos de la historia intelectual, de la historia del derecho y de la antropología escolástica. En cuanto a los testimonios de los perseguidos, fueron analizadas las discusiones que buscaban legitimar, por un lado, la magia natural o, por el otro, las prácticas de un carácter devocional o espiritual, llamadas de “magia” por sus perseguidores — y eventualmente también llamadas de esa manera por los practicantes. Una parte importante de estos documentos circuló durante la misma época y en el mismo espacio que los procesos inquisitoriales mencionados anteriormente. Se concluyó que la existencia de sacerdotes que practicaban magia era un problema para la Iglesia, de manera recurrente, en la Edad Media. En cuanto a los inquisidores, tratan el problema de los magos del clero sobre todo como un problema interno, de un orden eclesiástico. Y con respecto a los perseguidos, a menudo vieron lo que se llamaba “magia” de una manera peyorativa por la ortodoxia, por su vez, como algo legítimo y reconciliable con sus expresiones devocionales y ambiciones espirituales. Esta tesis pretende contribuir a los estudios medievales señalando, por una parte, la complejidad de las relaciones internas entre la Iglesia y sus representantes. Por otra parte, trata de resaltar la diversidad de expresiones consideradas (al menos para sus practicantes) formas legítimas de cristianismo.application/pdfporEgliseInquisitionMagieMagie cléricaleInquisiçãoMagiaReligião e históriaChurchInquisitionMagicClerical magicIglesiaInquisiciónMagiaMagia clericalO rebanho infectado : inquisição e clérigos praticantes de magia no século XIVinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em HistóriaPorto Alegre, BR-RS2020doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001115535.pdf.txt001115535.pdf.txtExtracted Texttext/plain873184http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/211536/2/001115535.pdf.txt1a2e782be836edf648392a0166ce92acMD52ORIGINAL001115535.pdfTexto completoapplication/pdf3702952http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/211536/1/001115535.pdf3220922e87c2463ef61b85a076d98869MD5110183/2115362020-07-09 03:41:22.541317oai:www.lume.ufrgs.br:10183/211536Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532020-07-09T06:41:22Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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