Brincadeiras populares como práticas pedagógico-performativas de desfolclorização : um estudo entre brincantes, professoras e crianças na educação infantil em Alagoas, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Bruno Rogério Duarte da
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/239043
Resumo: Esta tese apresenta um estudo com brincantes da cultura popular, professoras e crianças da educação infantil em Alagoas – Brasil. Estudou-se três brincadeiras populares como práticas pedagógico-performativas de desfolclorização, a partir de campos como os Estudos da Performance na Educação, a pesquisa com crianças e os Estudos Sociais da Infância. Por intermédio da pesquisa de campo em três instituições de educação infantil nas cidades alagoanas de Porto de Pedras, Quebrangulo e Viçosa, acompanhou-se o trabalho de professoras com três brincadeiras populares: Cambindas, Negas da Costa e Guerreiro Alagoano, respectivamente. Tomou-se, como inspiração metodológica, elementos da etnografia, especialmente a observação participante, para realizar o acompanhamento de práticas pedagógico-performativas realizadas entre os brincantes adultos, as professoras e as crianças de cinco anos. Tais descrições se concentraram na participação do pesquisador em aulas, práticas corporais, ensaios e apresentações espetaculares das brincadeiras, nas quais as crianças foram brincantes-personagens. A tese procura demonstrar que as práticas pedagógico-performativas das professoras e das crianças podem ser compreendidas como formas de desconstrução dos elementos do folclore: antiguidade, anonimato, divulgação e persistência. Para isso, a tese propõe a substituição desses elementos por outros quatro: historicidade, autoria, existência e resistência, respectivamente. Assim, as operações de desfolclorização foram descritas a partir de quatro proposições, que formam as quatro partes do trabalho escrito. Primeiro, a compreensão das práticas pedagógico-performativas de historicidade como narrativas de um tempo não linear, como reatualização do repertório e como um fazer performativo dos brincantes-personagens. Em segundo lugar, a ideia de tomar as práticas pedagógico-performativas em suas autorias ou assinaturas, mostrando como mestres, brincantes, professoras e crianças são autoras das brincadeiras, por intermédio de suas ações com os versos, as composições musicais, as produções de artefatos e as coreográficas. Em terceiro, a noção de práticas pedagógico-performativas de existência, descritas como as formas de planejar, ensinar-formar, ensaiar, performar e apresentar ao público, desdobradas em modos de existências pessoais, coletivos, pedagógicos e performativos. Por fim, em quarto, as práticas pedagógico-performativas de resistência, nas quais se mostra a relação de crianças e professoras com embates com questões de gênero e de religiosidade. Esses quatro grupos de práticas são entendidos como processos de desfolclorização, cuja implicação cultural e pedagógica está, entre outras coisas, na visibilidade, no empoderamento e na validação dos saberes afro-indígenas, tradicionais, originários e ancestrais.
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Tomou-se, como inspiração metodológica, elementos da etnografia, especialmente a observação participante, para realizar o acompanhamento de práticas pedagógico-performativas realizadas entre os brincantes adultos, as professoras e as crianças de cinco anos. Tais descrições se concentraram na participação do pesquisador em aulas, práticas corporais, ensaios e apresentações espetaculares das brincadeiras, nas quais as crianças foram brincantes-personagens. A tese procura demonstrar que as práticas pedagógico-performativas das professoras e das crianças podem ser compreendidas como formas de desconstrução dos elementos do folclore: antiguidade, anonimato, divulgação e persistência. Para isso, a tese propõe a substituição desses elementos por outros quatro: historicidade, autoria, existência e resistência, respectivamente. Assim, as operações de desfolclorização foram descritas a partir de quatro proposições, que formam as quatro partes do trabalho escrito. Primeiro, a compreensão das práticas pedagógico-performativas de historicidade como narrativas de um tempo não linear, como reatualização do repertório e como um fazer performativo dos brincantes-personagens. Em segundo lugar, a ideia de tomar as práticas pedagógico-performativas em suas autorias ou assinaturas, mostrando como mestres, brincantes, professoras e crianças são autoras das brincadeiras, por intermédio de suas ações com os versos, as composições musicais, as produções de artefatos e as coreográficas. Em terceiro, a noção de práticas pedagógico-performativas de existência, descritas como as formas de planejar, ensinar-formar, ensaiar, performar e apresentar ao público, desdobradas em modos de existências pessoais, coletivos, pedagógicos e performativos. Por fim, em quarto, as práticas pedagógico-performativas de resistência, nas quais se mostra a relação de crianças e professoras com embates com questões de gênero e de religiosidade. Esses quatro grupos de práticas são entendidos como processos de desfolclorização, cuja implicação cultural e pedagógica está, entre outras coisas, na visibilidade, no empoderamento e na validação dos saberes afro-indígenas, tradicionais, originários e ancestrais.This doctoral dissertation presents a study with popular culture players, teachers and children from kindergarten in Alagoas – Brazil. Three popular plays were studied as pedagogical-performative practices of defolklorization, from fields such as Performance Studies in Education, research with children and Childhood Social Studies. Through field research in three early childhood education institutions in the Alagoas cities of Porto de Pedras, Quebrangulo and Viçosa, the work of the teachers with three popular plays: Cambindas, Negas da Costa and Guerreiro Alagoano, respectively, was monitored. Elements of ethnography were taken as the methodological support, especially the participant observation to monitor the pedagogical-performative practices carried out among adult players, teachers and 5-year-old children. Such descriptions focused on the researcher's participation in classes, corporal practices, rehearsals and performances in which the children performed players/characters. The dissertation seeks to demonstrate that the pedagogical-performative practices of teachers and children can be understood as ways of deconstructing the elements of folklore: antiquity, anonymity, dissemination and persistence. For this, the research proposes the replacement of these elements by four others: historicity, authorship, existence and resistance, respectively. Thus, the defolklorization operations were described from four propositions which build up the four parts of the written work. Firstly, the understanding of the pedagogical-performative practices of historicity as narratives of a non-linear time, as a re-updating of the repertoire and as a performative action of the players/characters. Secondly, the idea of taking the pedagogical-performative practices in their authorship or signatures showing how masters, players, teachers and children are the authors of the plays through their actions with verses, musical compositions, the production of artifacts and choreography. Thirdly, the notion of pedagogical-performative practices of existence, described as ways of planning, teaching-training, rehearsing, performing and presenting to the public, unfolded in personal, collective, pedagogical and performative modes of existence. Finally, the pedagogical-performative practices of resistance in which the relationship of children and teachers clashing over issues of gender and religiosity is shown. These four groups of practices are understood as defolklorization processes, whose cultural and pedagogical implications are, among other things, the visibility, empowerment and validation of Afro-indigenous, traditional, original and ancestral knowledge.application/pdfporPerformanceEducação infantilCultura popularBrincadeiras infantisPopular playPerformanceDefolklorizationChild educationPopular cultureBrincadeiras populares como práticas pedagógico-performativas de desfolclorização : um estudo entre brincantes, professoras e crianças na educação infantil em Alagoas, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoPorto Alegre, BR-RS2021doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001140467.pdf.txt001140467.pdf.txtExtracted Texttext/plain668797http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/239043/2/001140467.pdf.txt8c19eb2e4764e6d52b132b894c746bceMD52ORIGINAL001140467.pdfTexto completoapplication/pdf12900206http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/239043/1/001140467.pdf2a58094952501632db72b016d394e475MD5110183/2390432022-05-24 05:01:16.683oai:www.lume.ufrgs.br:10183/239043Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-05-24T08:01:16Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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