O consumo de alimentos ultraprocessados e a incidência de síndrome metabólica e de diabetes tipo II em adultos : Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/239063 |
Resumo: | Objetivos: O objetivo da tese é investigar a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a incidência de síndrome metabólica e diabetes tipo 2 no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Métodos: Partiu-se da linha de base do estudo de coorte ELSA-Brasil, que arrolou 15105 funcionários de instituições públicas de ensino/pesquisa em seis capitais brasileiras, com idades de 35 a 74 anos, entre agosto de 2008 e dezembro de 2010. Novas ondas de exames e entrevistas foram realizadas entre 2012 a 2014 e 2017 a 2019. Para a amostra analítica foram excluídos os participantes que foram a óbito ou que não retornaram para as ondas. Foram excluídos ainda aqueles com dados faltantes, ou com consumo energético diário <600 ou >6000 kcal. Para investigar os casos novos de síndrome metabólica e de diabetes tipo 2 foram excluídos também aqueles que apresentavam o desfecho específico na linha de base. Além disso, para análises referentes ao diabetes foram excluídos também os que fizeram cirurgia bariátrica entre as ondas. O consumo de alimentos ou bebidas ultraprocessados (em incrementos de 150 gramas/dia e em quartis de gramas/dia) baseou-se em questionário de frequência alimentar. A síndrome metabólica foi definida pela presença de pelo menos três de cinco critérios: glicemia de jejum elevada, triglicerídeos elevados, colesterol HDL baixo, pressão arterial elevada e obesidade abdominal. O diabetes foi definido pelo relato de diagnóstico prévio (auto-relato ou uso de medicamentos para diabetes) ou por exames laboratoriais alterados durante as visitas. Casos incidentes foram definidos como casos novos detectados nas ondas ou, para a incidência de diabetes, também os detectados em duas entrevistas anuais de seguimento após a última visita ao centro de pesquisa. Modelos de regressão de Poisson robusta foram empregados para estimar os riscos relativos (RR) e seus intervalos de confiança de 95% (IC95%). Resultados: Para o desfecho síndrome metabólica, dos 8065 participantes analisados, 59% eram mulheres, 59% tinham ensino superior completo, a média de idade era de 49 anos e a mediana do consumo de ultraprocessados de 366g/d. Após oito anos de seguimento, detectaram-se 2508 (31%) casos incidentes de síndrome metabólica. Em regressão de Poisson robusta, ajustada para idade, sexo, centro, raça/cor, renda, escolaridade, tabagismo, atividade física, álcool, ingestão energética e índice de massa corporal, um incremento de 150g/d no consumo de ultraprocessados associou-se com um aumento de 4% no risco de desenvolvimento de síndrome metabólica (RR=1,04; IC95% 1,02-1,06). Aqueles no quarto quartil de consumo (>552 g/d), comparados aos do primeiro quartil (< 234 g/d), mostraram um risco 19% maior 11 (RR=1,19; IC95% 1,07-1,32). Para o desfecho diabetes, dos 10202 participantes analisados, 57% eram mulheres, 55% eram brancos, a idade média era de 51 anos e a média do consumo de ultraprocessados de 440 g/d. Detectaram-se 1799 (18%) casos incidentes de diabetes. Em regressão de Poisson robusta, com ajuste para idade, sexo, centro, raça/cor, renda, escolaridade, história familiar, ingestão energética, tabagismo, atividade física, álcool, hipertensão, carne vermelha, gorduras saturadas, açúcar, fibras, índice de massa corporal e cintura, um incremento de 150 g/d no consumo de ultraprocessados indicou 5% maior risco de diabetes (RR=1,05; IC95% 1,02-1,08). Participantes do quarto quartil (≥ 566 g/d) de consumo de ultraprocessados, comparados aos do primeiro quartil (< 236 g/d), mostraram um risco 22% maior (RR=1,22; IC95% 1,06-1,40). A adição de ganho de peso no modelo, um potencial mediador da associação, não alterou os resultados. Conclusão: O consumo de ultraprocessados está associado a maior incidência de síndrome metabólica e de diabetes tipo 2, com implicações para prevenção e manejo destas condições. |
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Canhada, Scheine LeiteSchmidt, Maria InêsDuncan, Bruce Bartholow2022-05-24T04:46:04Z2022http://hdl.handle.net/10183/239063001141234Objetivos: O objetivo da tese é investigar a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a incidência de síndrome metabólica e diabetes tipo 2 no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Métodos: Partiu-se da linha de base do estudo de coorte ELSA-Brasil, que arrolou 15105 funcionários de instituições públicas de ensino/pesquisa em seis capitais brasileiras, com idades de 35 a 74 anos, entre agosto de 2008 e dezembro de 2010. Novas ondas de exames e entrevistas foram realizadas entre 2012 a 2014 e 2017 a 2019. Para a amostra analítica foram excluídos os participantes que foram a óbito ou que não retornaram para as ondas. Foram excluídos ainda aqueles com dados faltantes, ou com consumo energético diário <600 ou >6000 kcal. Para investigar os casos novos de síndrome metabólica e de diabetes tipo 2 foram excluídos também aqueles que apresentavam o desfecho específico na linha de base. Além disso, para análises referentes ao diabetes foram excluídos também os que fizeram cirurgia bariátrica entre as ondas. O consumo de alimentos ou bebidas ultraprocessados (em incrementos de 150 gramas/dia e em quartis de gramas/dia) baseou-se em questionário de frequência alimentar. A síndrome metabólica foi definida pela presença de pelo menos três de cinco critérios: glicemia de jejum elevada, triglicerídeos elevados, colesterol HDL baixo, pressão arterial elevada e obesidade abdominal. O diabetes foi definido pelo relato de diagnóstico prévio (auto-relato ou uso de medicamentos para diabetes) ou por exames laboratoriais alterados durante as visitas. Casos incidentes foram definidos como casos novos detectados nas ondas ou, para a incidência de diabetes, também os detectados em duas entrevistas anuais de seguimento após a última visita ao centro de pesquisa. Modelos de regressão de Poisson robusta foram empregados para estimar os riscos relativos (RR) e seus intervalos de confiança de 95% (IC95%). Resultados: Para o desfecho síndrome metabólica, dos 8065 participantes analisados, 59% eram mulheres, 59% tinham ensino superior completo, a média de idade era de 49 anos e a mediana do consumo de ultraprocessados de 366g/d. Após oito anos de seguimento, detectaram-se 2508 (31%) casos incidentes de síndrome metabólica. Em regressão de Poisson robusta, ajustada para idade, sexo, centro, raça/cor, renda, escolaridade, tabagismo, atividade física, álcool, ingestão energética e índice de massa corporal, um incremento de 150g/d no consumo de ultraprocessados associou-se com um aumento de 4% no risco de desenvolvimento de síndrome metabólica (RR=1,04; IC95% 1,02-1,06). Aqueles no quarto quartil de consumo (>552 g/d), comparados aos do primeiro quartil (< 234 g/d), mostraram um risco 19% maior 11 (RR=1,19; IC95% 1,07-1,32). Para o desfecho diabetes, dos 10202 participantes analisados, 57% eram mulheres, 55% eram brancos, a idade média era de 51 anos e a média do consumo de ultraprocessados de 440 g/d. Detectaram-se 1799 (18%) casos incidentes de diabetes. Em regressão de Poisson robusta, com ajuste para idade, sexo, centro, raça/cor, renda, escolaridade, história familiar, ingestão energética, tabagismo, atividade física, álcool, hipertensão, carne vermelha, gorduras saturadas, açúcar, fibras, índice de massa corporal e cintura, um incremento de 150 g/d no consumo de ultraprocessados indicou 5% maior risco de diabetes (RR=1,05; IC95% 1,02-1,08). Participantes do quarto quartil (≥ 566 g/d) de consumo de ultraprocessados, comparados aos do primeiro quartil (< 236 g/d), mostraram um risco 22% maior (RR=1,22; IC95% 1,06-1,40). A adição de ganho de peso no modelo, um potencial mediador da associação, não alterou os resultados. Conclusão: O consumo de ultraprocessados está associado a maior incidência de síndrome metabólica e de diabetes tipo 2, com implicações para prevenção e manejo destas condições.Objectives: The aim of this thesis is to investigate the association between consumption of ultra-processed foods (UPFs) and the incidence of metabolic syndrome and type 2 diabetes in the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (‘Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto’, ELSA-Brasil). Methods: From 2008 to 2010, 15105 adults, aged 35 to 74 years, employees of public education/research institutions in six Brazilian capital cities were enrolled in ELSA-Brasil. New interviews and examinations were carried out between 2012 and 2014 and between 2017 and 2019. Participants who died or were lost to follow-up, those with the condition at baseline or with missing data not permitting its determination, or with daily energy consumption <600 or >6000 kcal were excluded. For the outcome of type 2 diabetes, those who underwent bariatric surgery between visits were also excluded. Consumption of ultra-processed foods or drinks (in increments of 150 grams/day and in quartiles of grams/day) was based on a food frequency questionnaire. The metabolic syndrome was defined by the presence of at least three of five criteria: high fasting glucose, high triglycerides, low HDL cholesterol, high blood pressure, and abdominal obesity. Diabetes was defined by its ascertainment in one of the visits by self-report, use of medication or laboratory tests, or in the annual follow-up interview (on two occasions after the last clinic visit). Results: For the metabolic syndrome analyses, of the 8065 participants investigated, 59% were women, 59% had completed higher education, mean age was 49 years and median UPF consumption 366g/d. After eight years of follow-up, there were 2508 (31%) incident cases of metabolic syndrome. After eight years of follow-up, there were 2508 (31%) incident cases of metabolic syndrome. In robust Poisson regression adjusted for age, sex, center, race/color, income, education, smoking, physical activity, alcohol, energy intake and body mass index (BMI), an increase of 150g/d in UPF consumption was associated with a 4% increase risk of developing metabolic syndrome (RR=1.04; 95%CI 1.02-1.06). Those in the fourth quartile of consumption (>552 g/d), when compared to the first quartile (< 234 g/d), had a 19% increased risk (RR=1.19; 95%CI 1.07-1.32). For the type 2 diabetes analyses of the 10202 participants investigated, 57% were women, 55% were white, mean age was 51 years and mean UPF consumption 440 g/d. There were 1799 (18%) incident cases of type 2 diabetes. In robust Poisson regression with adjustment for age, sex, center, race/color, income, education, family history, energy intake, smoking, physical activity, alcohol, hypertension, red meat, saturated fats, sugar, fiber, BMI and waist circumference, UPF consumption predicted higher risk of incident diabetes (RR 1.05; 95%CI 1.02-1.08), for an increment of 150 g/d. When expressed in 13 quartiles, UPF consumption in the fourth quartile (≥ 566 g/d), compared to the first quartile (< 236 g/d), was associated with a 22% greater risk (RR 1.22; 95% CI 1.06-1.40). The addition of weight gain as a potential mediator did not alter the associations. Conclusion: The consumption of ultra-processed foods predicts a greater incidence of metabolic syndrome and type 2 diabetes, with implications for strategies for the prevention and management of these conditions.application/pdfporAlimento processadoDiabetes mellitus tipo 2Síndrome metabólicaAdultoUltra-processedMetabolic syndromeType 2 diabetesO consumo de alimentos ultraprocessados e a incidência de síndrome metabólica e de diabetes tipo II em adultos : Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaPorto Alegre, BR-RS2022doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001141234.pdf.txt001141234.pdf.txtExtracted Texttext/plain228347http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/239063/2/001141234.pdf.txt09077768b59420cbd6884c294ec9f2a3MD52ORIGINAL001141234.pdfTexto completoapplication/pdf2476048http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/239063/1/001141234.pdfcfa95c49444d7851de84c4734eed3b82MD5110183/2390632024-08-22 06:44:50.939045oai:www.lume.ufrgs.br:10183/239063Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-08-22T09:44:50Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Objetivos: O objetivo da tese é investigar a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a incidência de síndrome metabólica e diabetes tipo 2 no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Métodos: Partiu-se da linha de base do estudo de coorte ELSA-Brasil, que arrolou 15105 funcionários de instituições públicas de ensino/pesquisa em seis capitais brasileiras, com idades de 35 a 74 anos, entre agosto de 2008 e dezembro de 2010. Novas ondas de exames e entrevistas foram realizadas entre 2012 a 2014 e 2017 a 2019. Para a amostra analítica foram excluídos os participantes que foram a óbito ou que não retornaram para as ondas. Foram excluídos ainda aqueles com dados faltantes, ou com consumo energético diário <600 ou >6000 kcal. Para investigar os casos novos de síndrome metabólica e de diabetes tipo 2 foram excluídos também aqueles que apresentavam o desfecho específico na linha de base. Além disso, para análises referentes ao diabetes foram excluídos também os que fizeram cirurgia bariátrica entre as ondas. O consumo de alimentos ou bebidas ultraprocessados (em incrementos de 150 gramas/dia e em quartis de gramas/dia) baseou-se em questionário de frequência alimentar. A síndrome metabólica foi definida pela presença de pelo menos três de cinco critérios: glicemia de jejum elevada, triglicerídeos elevados, colesterol HDL baixo, pressão arterial elevada e obesidade abdominal. O diabetes foi definido pelo relato de diagnóstico prévio (auto-relato ou uso de medicamentos para diabetes) ou por exames laboratoriais alterados durante as visitas. Casos incidentes foram definidos como casos novos detectados nas ondas ou, para a incidência de diabetes, também os detectados em duas entrevistas anuais de seguimento após a última visita ao centro de pesquisa. Modelos de regressão de Poisson robusta foram empregados para estimar os riscos relativos (RR) e seus intervalos de confiança de 95% (IC95%). Resultados: Para o desfecho síndrome metabólica, dos 8065 participantes analisados, 59% eram mulheres, 59% tinham ensino superior completo, a média de idade era de 49 anos e a mediana do consumo de ultraprocessados de 366g/d. Após oito anos de seguimento, detectaram-se 2508 (31%) casos incidentes de síndrome metabólica. Em regressão de Poisson robusta, ajustada para idade, sexo, centro, raça/cor, renda, escolaridade, tabagismo, atividade física, álcool, ingestão energética e índice de massa corporal, um incremento de 150g/d no consumo de ultraprocessados associou-se com um aumento de 4% no risco de desenvolvimento de síndrome metabólica (RR=1,04; IC95% 1,02-1,06). Aqueles no quarto quartil de consumo (>552 g/d), comparados aos do primeiro quartil (< 234 g/d), mostraram um risco 19% maior 11 (RR=1,19; IC95% 1,07-1,32). Para o desfecho diabetes, dos 10202 participantes analisados, 57% eram mulheres, 55% eram brancos, a idade média era de 51 anos e a média do consumo de ultraprocessados de 440 g/d. Detectaram-se 1799 (18%) casos incidentes de diabetes. Em regressão de Poisson robusta, com ajuste para idade, sexo, centro, raça/cor, renda, escolaridade, história familiar, ingestão energética, tabagismo, atividade física, álcool, hipertensão, carne vermelha, gorduras saturadas, açúcar, fibras, índice de massa corporal e cintura, um incremento de 150 g/d no consumo de ultraprocessados indicou 5% maior risco de diabetes (RR=1,05; IC95% 1,02-1,08). Participantes do quarto quartil (≥ 566 g/d) de consumo de ultraprocessados, comparados aos do primeiro quartil (< 236 g/d), mostraram um risco 22% maior (RR=1,22; IC95% 1,06-1,40). A adição de ganho de peso no modelo, um potencial mediador da associação, não alterou os resultados. Conclusão: O consumo de ultraprocessados está associado a maior incidência de síndrome metabólica e de diabetes tipo 2, com implicações para prevenção e manejo destas condições. |
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