Estratégias e identidades : relações entre governo estadual, patrões e trabalhadores nas grandes greves da primeira república em Porto Alegre (1917/1919)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/61184 |
Resumo: | Esta tese tem por objetivo analisar as relações entre o governo estadual, o patronato e o operariado no decorrer das principais greves ocorridas em Porto Alegre entre os anos de 1917 e 1919. Buscou-se compreender as estratégias e identidades construídas e utilizadas por esses diferentes agentes em tais ocasiões. No primeiro capítulo, foram averiguadas as greves deflagradas na cidade durante os “anos vermelhos” – 1917 a 1919 –, um período de particular importância para os estudos relativos ao mundo do trabalho. Procurou-se enfatizar, especialmente, as greves de 1918 e 1919 em virtude da escassez de trabalhos acadêmicos dedicados a seu estudo. Pretendeu-se descrever os eventos ocorridos nos anos citados a fim de proporcionar uma visão abrangente dos referidos movimentos paredistas. O segundo capítulo buscou avaliar as estratégias adotadas e as identidades construídas pelo Partido Republicano Rio-Grandense (PRR), instituído em governo no Rio Grande do Sul, durante estes movimentos. Observou-se a postura do governo deste estado em cada um dos movimentos estudados, problematizando-se a questão do chamado “paternalismo borgista” (referência ao governador do estado, Borges de Medeiros). Foram analisadas, ainda, as identidades construídas pelo e para o Estado através do jornal A Federação bem como de outros periódicos, operários ou não. No terceiro capítulo, as estratégias utilizadas pelos operários em suas lutas sindicais foram o objeto de análise. Portanto, foram abordadas as ações desenvolvidas por esses agentes com o intuito de obter o atendimento de suas reivindicações frente ao patronato e ao Estado, enfatizando-se, ainda, as relações dos operários grevistas com os trabalhadores que não aderiam aos movimentos. Do mesmo modo, foram enfocadas as identidades construídas e veiculadas pela imprensa operária para instrumentalizar os trabalhadores na disputa simbólica envolvida nas mobilizações paredistas, assim como as representações divulgadas pela grande imprensa sobre os operários grevistas. No último capítulo, foram estudadas as estratégias adotadas pelo patronato da capital com o intuito de confrontar o movimento operário organizado e suas associações. Tratava-se de uma disputa entre interesses evidentemente antagônicos, durante a qual os patrões foram, gradativamente, estruturando-se como classe a fim de enfrentarem o repertório de ações coletivas do operariado informado por uma longa tradição militante. Foram analisadas, ainda, as representações construídas pela imprensa – tanto a operária quanto a burguesa – sobre os patrões e sua relação com as greves. |
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Queirós, César Augusto BubolzSchmidt, Benito Bisso2012-11-21T01:50:47Z2012http://hdl.handle.net/10183/61184000863460Esta tese tem por objetivo analisar as relações entre o governo estadual, o patronato e o operariado no decorrer das principais greves ocorridas em Porto Alegre entre os anos de 1917 e 1919. Buscou-se compreender as estratégias e identidades construídas e utilizadas por esses diferentes agentes em tais ocasiões. No primeiro capítulo, foram averiguadas as greves deflagradas na cidade durante os “anos vermelhos” – 1917 a 1919 –, um período de particular importância para os estudos relativos ao mundo do trabalho. Procurou-se enfatizar, especialmente, as greves de 1918 e 1919 em virtude da escassez de trabalhos acadêmicos dedicados a seu estudo. Pretendeu-se descrever os eventos ocorridos nos anos citados a fim de proporcionar uma visão abrangente dos referidos movimentos paredistas. O segundo capítulo buscou avaliar as estratégias adotadas e as identidades construídas pelo Partido Republicano Rio-Grandense (PRR), instituído em governo no Rio Grande do Sul, durante estes movimentos. Observou-se a postura do governo deste estado em cada um dos movimentos estudados, problematizando-se a questão do chamado “paternalismo borgista” (referência ao governador do estado, Borges de Medeiros). Foram analisadas, ainda, as identidades construídas pelo e para o Estado através do jornal A Federação bem como de outros periódicos, operários ou não. No terceiro capítulo, as estratégias utilizadas pelos operários em suas lutas sindicais foram o objeto de análise. Portanto, foram abordadas as ações desenvolvidas por esses agentes com o intuito de obter o atendimento de suas reivindicações frente ao patronato e ao Estado, enfatizando-se, ainda, as relações dos operários grevistas com os trabalhadores que não aderiam aos movimentos. Do mesmo modo, foram enfocadas as identidades construídas e veiculadas pela imprensa operária para instrumentalizar os trabalhadores na disputa simbólica envolvida nas mobilizações paredistas, assim como as representações divulgadas pela grande imprensa sobre os operários grevistas. No último capítulo, foram estudadas as estratégias adotadas pelo patronato da capital com o intuito de confrontar o movimento operário organizado e suas associações. Tratava-se de uma disputa entre interesses evidentemente antagônicos, durante a qual os patrões foram, gradativamente, estruturando-se como classe a fim de enfrentarem o repertório de ações coletivas do operariado informado por uma longa tradição militante. Foram analisadas, ainda, as representações construídas pela imprensa – tanto a operária quanto a burguesa – sobre os patrões e sua relação com as greves.This thesis aims at analysing the relations among state government, patronage and workers during the strikes in Porto Alegre from 1917 to 1919. The objective is to understand the strategies and identities built and used by these different agents in such occasions. In the first chapter, the strikes which occurred in the city of Porto Alegre during the “red years” – 1917 to 1919 – were analysed, a period of particular importance to the studies on the world of work. This work will try to emphasize, especially, the strikes of 1918 and 1919 due to the already mentioned lack of academic work dedicated to their study up to the moment. The events that happened in the mentioned years were described in order to present a comprehensive view of the reported striking movements. The second chapter tried to analyse the adopted strategies and the identities built by the Partido Republicano Rio-Grandense (Rio-Grandense Republican Party – PRR) constituted in government in Rio Grande do Sul state during these movements. The state government posture in each of the studied movements was analysed, putting in doubt the “borgista paternalism” matter. The identities built by and for the State through the newspaper A Federação (The Federation) as well as other periodicals were also analysed. In the third chapter, the strategies used by the workers in their union fights were the focus of the analysis. Therefore the actions developed by these agents aiming at having their claims fulfilled in relation to the patronage and the State were discussed, emphasizing, yet, the relationship between the workers on strike and the ones who did not follow the movements. In the same way, the identities built and transmitted by the labour press to enable the workers in the symbolic dispute involved in the striking mobilizations were focused, as well as the representations published by the large press about the workers on strike. In the last chapter, the strategies adopted by the patronage of the state capital in order to face the organized working movement and its associations were analysed. It was a matter of dispute between evidently opposite interests, along which the employers organized themselves as a class gradually, in order to be able to face the number of the workers’ collective lawsuits, being the workers informed by a long militant tradition. The representations built by the press – both the working one and the bourgeois one –about the employers and their relation with the strikes were also analysed.application/pdfporHistória do Rio Grande do SulHistória do trabalhoDireito do trabalhoGreveIdentidade socialMovimentos sociaisMovimento operárioPatrões e operáriosRelações de trabalhoTrabalhadoresMundo do trabalhoPorto Alegre (RS)Estratégias e identidades : relações entre governo estadual, patrões e trabalhadores nas grandes greves da primeira república em Porto Alegre (1917/1919)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em HistóriaPorto Alegre, BR-RS2012doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000863460.pdf.txt000863460.pdf.txtExtracted Texttext/plain717058http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/61184/2/000863460.pdf.txt65d37c1d79bfddab8e5e87e2dba89a8dMD52ORIGINAL000863460.pdf000863460.pdfTexto completoapplication/pdf2336086http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/61184/1/000863460.pdf4e217ba3f6319cb0b74361d003fa36a7MD51THUMBNAIL000863460.pdf.jpg000863460.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1169http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/61184/3/000863460.pdf.jpgedaab647190d5f22e4275515e436fd7aMD5310183/611842018-10-15 09:27:54.329oai:www.lume.ufrgs.br:10183/61184Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-15T12:27:54Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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