Determinação de fontes de contaminação e vias de disseminação de Salmonella sp. em linhas de abate de suínos no sul do Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/36866 |
Resumo: | Elevadas prevalências de Salmonella têm sido identificadas na cadeia de produção de suínos brasileira. Dessa forma, pode haver um maior risco de contaminação dos produtos e, portanto, maior risco ao consumidor. Diferentes estudos têm sido conduzidos abordando os efeitos dos estágios do abate sobre a contaminação por patógenos em carcaças. O presente estudo objetivou verificar a presença de Salmonella na superfície da carcaça avaliando-se a influência de diferentes etapas do processo de abate de suínos, do recebimento dos animais à lavagem final das carcaças, caracterizando os isolados por técnicas fenotípicas e genotípicas para detectar grupos clonais de Salmonella no processo de abate, em três frigoríficos (A, B, C) sob inspeção federal no sul do Brasil. Foi estudada a soroprevalência de cada lote abatido no turno de amostragem, não havendo correlação entre a sorologia dos lotes e a contaminação das carcaças após o chuveiro final (P= 0.42941). A análise dos dados permitiu verificar que houve mais chance de isolar Salmonella a partir do conteúdo intestinal dos animais no Frigorífico C (Odds Ratio, OR=6,5, P<0,001), demonstrando que nesse matadouro são abatidos lotes com maior prevalência de portadores. Considerando todas as etapas analisadas, a análise de Qui-quadrado da independência indicou que houve uma frequência estatisticamente significativa maior (P=0,004) de isolamento de Salmonella após a depilação. Não houve isolamento de Salmonella das amostras de água da escalda, que manteve a temperatura sempre acima dos 61ºC durante o abate. Em comparação com o Frigorífico A, no Frigorífico B observou-se maior chance de isolamento de Salmonella após a depilação (OR=4,18), após flambagem (OR=11,17) e após o chuveiro final (OR=14,66). Na comparação do Frigorífico C com A não houve diferença estatística significativa. Somente no Frigorífico B o número de animais com conteúdo intestinal positivo foi preditivo da contaminação das carcaças após o chuveiro final (Coeficiente= 0,57), demonstrando que as práticas adotadas na linha de abate não foram capazes de contribuir para o controle de Salmonella. A sorotipificação revelou oito diferentes sorovares, dentre os quais os sorovares Derby (n= 47; 35,6%), Typhimurium (n=46; 34,8%) e Panama (n=21; 15,9%) foram os mais frequentes e apresentaram, respectivamente, seis, oito e três pulsotipos após a digestão de DNA com as enzimas XBaI e BlnI. A análise dos pulsotipos identificados nas carcaças após o chuveiro final demonstrou a sua relação com isolados das baias de espera, do conteúdo intestinal e de outras carcaças. As etapas até a depilação demonstraram ser as mais críticas para a disseminação de grupos clonais de Salmonella e a flambagem para o seu controle. Os resultados demonstraram a influência das práticas de higiene e processos de abate executados pelos matadouros no controle da contaminação da carcaça, mesmo quando lotes com elevado número de portadores de Salmonella são recebidos. |
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Silva, Luís Eduardo daCardoso, Marisa Ribeiro de ItapemaCorbellini, Luis Gustavo2012-01-25T01:20:15Z2011http://hdl.handle.net/10183/36866000819174Elevadas prevalências de Salmonella têm sido identificadas na cadeia de produção de suínos brasileira. Dessa forma, pode haver um maior risco de contaminação dos produtos e, portanto, maior risco ao consumidor. Diferentes estudos têm sido conduzidos abordando os efeitos dos estágios do abate sobre a contaminação por patógenos em carcaças. O presente estudo objetivou verificar a presença de Salmonella na superfície da carcaça avaliando-se a influência de diferentes etapas do processo de abate de suínos, do recebimento dos animais à lavagem final das carcaças, caracterizando os isolados por técnicas fenotípicas e genotípicas para detectar grupos clonais de Salmonella no processo de abate, em três frigoríficos (A, B, C) sob inspeção federal no sul do Brasil. Foi estudada a soroprevalência de cada lote abatido no turno de amostragem, não havendo correlação entre a sorologia dos lotes e a contaminação das carcaças após o chuveiro final (P= 0.42941). A análise dos dados permitiu verificar que houve mais chance de isolar Salmonella a partir do conteúdo intestinal dos animais no Frigorífico C (Odds Ratio, OR=6,5, P<0,001), demonstrando que nesse matadouro são abatidos lotes com maior prevalência de portadores. Considerando todas as etapas analisadas, a análise de Qui-quadrado da independência indicou que houve uma frequência estatisticamente significativa maior (P=0,004) de isolamento de Salmonella após a depilação. Não houve isolamento de Salmonella das amostras de água da escalda, que manteve a temperatura sempre acima dos 61ºC durante o abate. Em comparação com o Frigorífico A, no Frigorífico B observou-se maior chance de isolamento de Salmonella após a depilação (OR=4,18), após flambagem (OR=11,17) e após o chuveiro final (OR=14,66). Na comparação do Frigorífico C com A não houve diferença estatística significativa. Somente no Frigorífico B o número de animais com conteúdo intestinal positivo foi preditivo da contaminação das carcaças após o chuveiro final (Coeficiente= 0,57), demonstrando que as práticas adotadas na linha de abate não foram capazes de contribuir para o controle de Salmonella. A sorotipificação revelou oito diferentes sorovares, dentre os quais os sorovares Derby (n= 47; 35,6%), Typhimurium (n=46; 34,8%) e Panama (n=21; 15,9%) foram os mais frequentes e apresentaram, respectivamente, seis, oito e três pulsotipos após a digestão de DNA com as enzimas XBaI e BlnI. A análise dos pulsotipos identificados nas carcaças após o chuveiro final demonstrou a sua relação com isolados das baias de espera, do conteúdo intestinal e de outras carcaças. As etapas até a depilação demonstraram ser as mais críticas para a disseminação de grupos clonais de Salmonella e a flambagem para o seu controle. Os resultados demonstraram a influência das práticas de higiene e processos de abate executados pelos matadouros no controle da contaminação da carcaça, mesmo quando lotes com elevado número de portadores de Salmonella são recebidos.High prevalence of Salmonella have been identified in the Brazilian swine production chain. In this way, there may be a greater hazard of product contamination and higher risk to consumers. Different studies have been conducted addressing the effects of the stages of slaughter on the contamination by pathogens on carcasses. This study aimed to evaluate the presence of Salmonella on the surface of the carcass after different stages of slaughtering process of pigs, from the animals receiving to the final wash of the carcasses, characterizing the isolates by phenotypic and genotypic techniques in order to detect clonal groups of Salmonella in the process of slaughter in three abattoirs (A, B, C) under federal inspection in southern Brazil. The prevalence of each batch slaughtered on the sampled shift was studied, there was no correlation between serology of batch and the contamination of carcasses after the Final Wash (P = 0.42941). Data analysis showed that there was a higher chance of Salmonella isolation from the intestinal content of animals in Abattoir C (odds ratio, OR = 6.5, P< 0.001), demonstrating that in this abattoir batches are slaughtered with higher prevalence of carriers. Considering all the stages analyzed, the chi-square analysis of independence indicated that there was a significant statistically higher frequency (P=0.004) of Salmonella isolation after dehairing. There was no Salmonella isolation from the scalding water samples, which always kept the temperature above 61 ºC during slaughter. Compared to Abattoir A, Abattoir B had a higher chance of Salmonella isolation after dehairing (OR = 4.18), after singeing (OR = 11.17) and after the final wash (OR = 14.66 ). Comparing Abattoir C to Abattoir A there was no significant statistically difference. Only in the Abattoir B the number of animals with positive intestinal contents was predictive for contamination of carcasses final wash (coefficient = 0.57), demonstrating that the practices adopted in the slaughter line were not able to control contamination by Salmonella. The serotyping revealed eight different serovars, of which the serovars Derby (n = 47, 35.6%), Typhimurium (n = 46, 34.8%) and Panama (n = 21, 15.9%) were the most frequent and showed, respectively, six, eight and tree pulsotypes of DNA after digestion with enzynes XbaI and BlnI. The analysis of pulsotypes identified in the carcasses after the Final Wash demonstrated their relationship with the isolates from lairage, intestinal contents and other cacasses. The stages up to dehairing were the most critical to the spread of clonal groups of Salmonella, while the flamming is crucial for their control. The results showed the influence of hygiene practices and slaughter processes implemented by abattoirs on the control of carcass contamination, even when batches of high numbers of Salmonella carriers are slaughtered.application/pdfporSalmonella sp. : SuínosContaminacao alimentarAbateControleBacteriologia veterinaria : SuinosSalmonellaSwineStages of slaughterControlDeterminação de fontes de contaminação e vias de disseminação de Salmonella sp. em linhas de abate de suínos no sul do Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de VeterináriaPrograma de Pós-Graduação em Ciências VeterináriasPorto Alegre, BR-RS2011doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000819174.pdf000819174.pdfTexto completoapplication/pdf3943246http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/36866/1/000819174.pdf2384b0a4358922e3f035a8f97518011aMD51TEXT000819174.pdf.txt000819174.pdf.txtExtracted Texttext/plain188453http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/36866/2/000819174.pdf.txt26ed4282614ba0061b143cd7197f5bf2MD52THUMBNAIL000819174.pdf.jpg000819174.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1056http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/36866/3/000819174.pdf.jpg409eb73509a7af8914600e32040d0730MD5310183/368662018-10-11 08:54:26.263oai:www.lume.ufrgs.br:10183/36866Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-11T11:54:26Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Elevadas prevalências de Salmonella têm sido identificadas na cadeia de produção de suínos brasileira. Dessa forma, pode haver um maior risco de contaminação dos produtos e, portanto, maior risco ao consumidor. Diferentes estudos têm sido conduzidos abordando os efeitos dos estágios do abate sobre a contaminação por patógenos em carcaças. O presente estudo objetivou verificar a presença de Salmonella na superfície da carcaça avaliando-se a influência de diferentes etapas do processo de abate de suínos, do recebimento dos animais à lavagem final das carcaças, caracterizando os isolados por técnicas fenotípicas e genotípicas para detectar grupos clonais de Salmonella no processo de abate, em três frigoríficos (A, B, C) sob inspeção federal no sul do Brasil. Foi estudada a soroprevalência de cada lote abatido no turno de amostragem, não havendo correlação entre a sorologia dos lotes e a contaminação das carcaças após o chuveiro final (P= 0.42941). A análise dos dados permitiu verificar que houve mais chance de isolar Salmonella a partir do conteúdo intestinal dos animais no Frigorífico C (Odds Ratio, OR=6,5, P<0,001), demonstrando que nesse matadouro são abatidos lotes com maior prevalência de portadores. Considerando todas as etapas analisadas, a análise de Qui-quadrado da independência indicou que houve uma frequência estatisticamente significativa maior (P=0,004) de isolamento de Salmonella após a depilação. Não houve isolamento de Salmonella das amostras de água da escalda, que manteve a temperatura sempre acima dos 61ºC durante o abate. Em comparação com o Frigorífico A, no Frigorífico B observou-se maior chance de isolamento de Salmonella após a depilação (OR=4,18), após flambagem (OR=11,17) e após o chuveiro final (OR=14,66). Na comparação do Frigorífico C com A não houve diferença estatística significativa. Somente no Frigorífico B o número de animais com conteúdo intestinal positivo foi preditivo da contaminação das carcaças após o chuveiro final (Coeficiente= 0,57), demonstrando que as práticas adotadas na linha de abate não foram capazes de contribuir para o controle de Salmonella. A sorotipificação revelou oito diferentes sorovares, dentre os quais os sorovares Derby (n= 47; 35,6%), Typhimurium (n=46; 34,8%) e Panama (n=21; 15,9%) foram os mais frequentes e apresentaram, respectivamente, seis, oito e três pulsotipos após a digestão de DNA com as enzimas XBaI e BlnI. A análise dos pulsotipos identificados nas carcaças após o chuveiro final demonstrou a sua relação com isolados das baias de espera, do conteúdo intestinal e de outras carcaças. As etapas até a depilação demonstraram ser as mais críticas para a disseminação de grupos clonais de Salmonella e a flambagem para o seu controle. Os resultados demonstraram a influência das práticas de higiene e processos de abate executados pelos matadouros no controle da contaminação da carcaça, mesmo quando lotes com elevado número de portadores de Salmonella são recebidos. |
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