Estudo do lactato plasmático no hipercortisolismo canino e correlações com hipertrofia de ventrículo esquerdo, pressão arterial sistólica e proteinúria
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/259605 |
Resumo: | O hipercortisolismo (HC) ou síndrome de Cushing (SC) é uma das endocrinopatias de maior incidência em cães, havendo escassez de estudos que determinem parâmetros indicadores de prognóstico. Hiperlactatemia do tipo B é relatada em cães expostos à glicocorticoideterapia e em humanos com SC, porém há poucos dados na literatura sobre avaliação de lactatemia em cães com HC e relação entre elevação da lactatemia e prognóstico não foi determinada nestes animais. Os objetivos deste estudo foram determinar se cães com HC têm alterações na lactatemia e se os valores de lactato estão relacionados à presença de hipertrofia ventricular esquerda, aumento da atividade da enzima lactato desidrogenase (LDH), hipoperfusão tecidual ou ao grau de controle da cortisolemia; e determinar se a presença de hiperlactatemia e proteinúria no momento do diagnóstico podem ser utilizados como fatores prognósticos. Foram incluídos no estudo e acompanhados prospectivamente 22 cães com HC, sendo divididos de acordo com lactato sérico > 2,5 mmol/L (n = 15, 68,2%) ou ≤ 2,5 mmol/L (n = 7, 31,8%). Nas revisões antes do início do tratamento e após 30, 60, 120, 180 e 360 dias após o início do tratamento os pacientes foram submetidos a exame físico completo, incluindo parâmetros de perfusão tecidual, além de coletas de sangue para dosagem de lactato e LDH e coleta de urina para mensuração de razão proteína: creatinina urinária. Ao diagnóstico, e após seis e 12 meses de tratamento, os pacientes foram submetidos a ecodopplercardiografia. Os tutores também responderam a questionário sobre a percepção do controle clínico da doença, dando origem a índices clínicos. Concomitantemente, pacientes com HC que já estavam em tratamento e que não participaram do estudo prospectivo tiveram o lactato e demais parâmetros mensurados em seus atendimentos para avaliação comparativa da lactatemia entre cães com diagnóstico recente, e nos grupos de mau ou bom controle da doença. A hiperlactatemia nos cães com HC não demonstrou relação com hipoperfusão tecidual (P>0.99), atividade da LDH (P=0.204) e com nenhum dos parâmetros ecocardiográficos avaliados. Cães com bom controle da cortisolemia avaliados transversalmente tiveram lactatemia mais baixa quando comparados a cães recém diagnosticados (P=0,011). O controle da cortisolemia com o uso do trilostano levou à redução dos valores de lactato plasmático no grupo de cães avaliado prospectivamente (P=0,037). Houve cinco óbitos no grupo hiperlactatêmico e nenhum no grupo normolactatêmico. Apesar de a hiperlactatemia no momento do diagnóstico não ter sido estatisticamente significativa para predizer menor tempo de sobrevida (P=0,095), os pacientes hiperlactatêmicos tinham índice clínico maior ao diagnóstico (P=0,0013) e mais complicações associadas ao quadro (P=0,008) do que os pacientes normolactatêmicos. A proteinúria não foi associada ao prognóstico (P=0,992). Este estudo sugere que a ocorrência de hiperlactatemia nos cães com HC não está associada com perfusão tecidual inadequada, aumento da atividade da LDH e nem hipertrofia cardíaca, sugerindo a ocorrência de hiperlactatemia do tipo B nestes pacientes. A dosagem do lactato plasmático pode ser um parâmetro útil para prever maior chance de complicações durante o tratamento e pode ser incluída como ferramenta adicional no monitoramento desses pacientes. |
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Nogueira, Taís BockPöppl, Alan GomesRabelo, Rodrigo Cardoso2023-06-29T03:29:07Z2023http://hdl.handle.net/10183/259605001171301O hipercortisolismo (HC) ou síndrome de Cushing (SC) é uma das endocrinopatias de maior incidência em cães, havendo escassez de estudos que determinem parâmetros indicadores de prognóstico. Hiperlactatemia do tipo B é relatada em cães expostos à glicocorticoideterapia e em humanos com SC, porém há poucos dados na literatura sobre avaliação de lactatemia em cães com HC e relação entre elevação da lactatemia e prognóstico não foi determinada nestes animais. Os objetivos deste estudo foram determinar se cães com HC têm alterações na lactatemia e se os valores de lactato estão relacionados à presença de hipertrofia ventricular esquerda, aumento da atividade da enzima lactato desidrogenase (LDH), hipoperfusão tecidual ou ao grau de controle da cortisolemia; e determinar se a presença de hiperlactatemia e proteinúria no momento do diagnóstico podem ser utilizados como fatores prognósticos. Foram incluídos no estudo e acompanhados prospectivamente 22 cães com HC, sendo divididos de acordo com lactato sérico > 2,5 mmol/L (n = 15, 68,2%) ou ≤ 2,5 mmol/L (n = 7, 31,8%). Nas revisões antes do início do tratamento e após 30, 60, 120, 180 e 360 dias após o início do tratamento os pacientes foram submetidos a exame físico completo, incluindo parâmetros de perfusão tecidual, além de coletas de sangue para dosagem de lactato e LDH e coleta de urina para mensuração de razão proteína: creatinina urinária. Ao diagnóstico, e após seis e 12 meses de tratamento, os pacientes foram submetidos a ecodopplercardiografia. Os tutores também responderam a questionário sobre a percepção do controle clínico da doença, dando origem a índices clínicos. Concomitantemente, pacientes com HC que já estavam em tratamento e que não participaram do estudo prospectivo tiveram o lactato e demais parâmetros mensurados em seus atendimentos para avaliação comparativa da lactatemia entre cães com diagnóstico recente, e nos grupos de mau ou bom controle da doença. A hiperlactatemia nos cães com HC não demonstrou relação com hipoperfusão tecidual (P>0.99), atividade da LDH (P=0.204) e com nenhum dos parâmetros ecocardiográficos avaliados. Cães com bom controle da cortisolemia avaliados transversalmente tiveram lactatemia mais baixa quando comparados a cães recém diagnosticados (P=0,011). O controle da cortisolemia com o uso do trilostano levou à redução dos valores de lactato plasmático no grupo de cães avaliado prospectivamente (P=0,037). Houve cinco óbitos no grupo hiperlactatêmico e nenhum no grupo normolactatêmico. Apesar de a hiperlactatemia no momento do diagnóstico não ter sido estatisticamente significativa para predizer menor tempo de sobrevida (P=0,095), os pacientes hiperlactatêmicos tinham índice clínico maior ao diagnóstico (P=0,0013) e mais complicações associadas ao quadro (P=0,008) do que os pacientes normolactatêmicos. A proteinúria não foi associada ao prognóstico (P=0,992). Este estudo sugere que a ocorrência de hiperlactatemia nos cães com HC não está associada com perfusão tecidual inadequada, aumento da atividade da LDH e nem hipertrofia cardíaca, sugerindo a ocorrência de hiperlactatemia do tipo B nestes pacientes. A dosagem do lactato plasmático pode ser um parâmetro útil para prever maior chance de complicações durante o tratamento e pode ser incluída como ferramenta adicional no monitoramento desses pacientes.Hypercortisolism (HC), or Cushing's syndrome (CS), is one of the most common endocrinopathies in dogs, which lacks studies determining prognostic factors. Type B hyperlactatemia is reported in dogs exposed to glucocorticoid therapy and in humans with CS, however, there is limited data in the literature on lactate measurement in dogs with HC, and the relationship between elevated lactate levels and prognosis has not been determined in these animals. The objectives of this study were to determine whether dogs with HC undergo alterations in lactate levels and if these variations are related to the presence of left ventricular hypertrophy, increased lactate dehydrogenase (LDH) activity, tissue hypoperfusion, or to the degree of cortisol control; and to determine if the presence of hyperlactatemia and proteinuria at the time of diagnosis may be used as prognostic factors. Twenty-two dogs with HC were prospectively included and followed in this study, divided according to serum lactate > 2.5 mmol/L (n = 15, 68.2%) or ≤ 2.5 mmol/L (n = 7, 31.8%). In every review, patients underwent a complete physical examination, including tissue perfusion parameters, in addition to blood collections for lactate and LDH measurement as well as urine collections for measurement of the urinary protein: creatinine urine test. At diagnosis and after six to 12 months of treatment, patients underwent echocardiography. Owners also completed a questionnaire about their perception of clinical disease control. Concurrently, HC patients who were already undergoing treatment and who did not participate in the prospective study had their lactate and other parameters measured at their appointments for comparative evaluation of lactate levels among dogs with a recent diagnosis and those with poor or good disease control. Hyperlactatemia in dogs with HC did not display a relation to tissue hypoperfusion (P>0.99), LDH activity (P=0.204), or any of the echocardiographic parameters evaluated. Dogs with well-controlled cortisol had lower lactate levels when compared to newly diagnosed dogs (P=0.011). Cortisol control with trilostane led to a reduction in plasma lactate values in the group of prospectively evaluated dogs (P=0.037). There were five deaths in the hyperlactatemic group and none in the normolactatemic group. Although hyperlactatemia at the time of diagnosis was not statistically significant in predicting shorter survival time (P=0.095), hyperlactatemic patients had a higher clinical index at diagnosis (P=0.0013) and more complications associated with the condition (P=0.008) than normolactatemic patients. Proteinuria was not associated with prognosis (P=0.992). This study suggests that the occurrence of hyperlactatemia in dogs with HAC is not associated with inadequate tissue perfusion, increased LDH activity, or cardiac hypertrophy, suggesting the occurrence of type B hyperlactatemia in these patients. Measurement of plasma lactate may be a useful parameter to predict a higher chance of complications during treatment and may be included as an additional tool in the monitoring of these patients.application/pdfporSíndrome de CushingHiperlactatemiaTaxa de sobrevidaBiomarcadoresCãesCushing's syndromeHyperadrenocorticismLactateLeft ventricular hypertrophyPrognosisEstudo do lactato plasmático no hipercortisolismo canino e correlações com hipertrofia de ventrículo esquerdo, pressão arterial sistólica e proteinúriainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de VeterináriaPrograma de Pós-Graduação em Ciências VeterináriasPorto Alegre, BR-RS2023/1mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001171301.pdf.txt001171301.pdf.txtExtracted Texttext/plain60700http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/259605/2/001171301.pdf.txt29208b02aba279f0199168acf2cce7f0MD52ORIGINAL001171301.pdfTexto parcialapplication/pdf1840909http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/259605/1/001171301.pdf4b6a47eb64d2b17d799488a639e7c372MD5110183/2596052023-08-02 03:31:55.706053oai:www.lume.ufrgs.br:10183/259605Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-08-02T06:31:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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