Estrutura e funções pragmáticas da negação no sul do Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/168941 |
Resumo: | Em português, existem diferentes possibilidades de expressão da negação sentencial. Reconhece-se que o português brasileiro (PB) apresenta três estratégias de negação: (1) Negação pré-verbal (Neg1): Não gosto dele. (2) Dupla Negação (Neg2): Não gosto dele não. (3) Negação pós-verbal (Neg3): Gosto dele não. Os motivos para o surgimento dessas formas alternativas de negação têm sido o objetivo de algum debate na Pragmática. Para alguns autores (Hoeksema, 2009; Auwera, 2009; etc.) a Neg2 aparece como uma estratégia discursiva para expressar ênfase. Em uma série de trabalhos, Schwenter (2005, 2006) defendeu a hipótese de que a dupla negação (DN) surge como uma estratégia para indicar conteúdo ativado no discurso. Lima (2013), elaborando as ideias de Schwenter, considera que a dupla negação no Sul do Brasil cumpre a função pragmática de sinalizar a manutenção de tópico. Seixas e Alkmin (2013) encontraram outra função pragmática na ascensão da Neg2 nos séculos VIII e XIX: a denegação. Este estudo investiga as possíveis funções pragmáticas e tipos de oração da Neg2 e Neg1 encontradas em 36 entrevistas sociolinguísticas com falantes nativos provenientes de três cidades representativas do Sul do Brasil (Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre) nos anos 90. Os resultados mostraram que a dupla negação do Sul do Brasil se encontra, em seus primeiros estágios de desenvolvimento, uma vez que foram encontradas entre 1% e 2% de ocorrências de Neg2 no corpus. Além disso, os enunciados com dupla negação foram utilizados para sinalizar duas funções pragmáticas principais: denegação e manutenção tópica. Ambas apresentam a condição de uso de ativação proposta por Schwenter (2005, 2006). Verificou-se, também, que a DN ocorre, principalmente, em orações simples. Em conclusão, observou-se que há um corte pragmático entre as duas estratégias negativas, Neg1 e Neg2. Ou seja, a negação canônica não é restrita pelos mesmos contextos pragmáticos que a dupla negação em PB. |
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Nunes, Luana LambertiGoldnadel, Marcos2017-09-28T02:27:35Z2016http://hdl.handle.net/10183/168941001046955Em português, existem diferentes possibilidades de expressão da negação sentencial. Reconhece-se que o português brasileiro (PB) apresenta três estratégias de negação: (1) Negação pré-verbal (Neg1): Não gosto dele. (2) Dupla Negação (Neg2): Não gosto dele não. (3) Negação pós-verbal (Neg3): Gosto dele não. Os motivos para o surgimento dessas formas alternativas de negação têm sido o objetivo de algum debate na Pragmática. Para alguns autores (Hoeksema, 2009; Auwera, 2009; etc.) a Neg2 aparece como uma estratégia discursiva para expressar ênfase. Em uma série de trabalhos, Schwenter (2005, 2006) defendeu a hipótese de que a dupla negação (DN) surge como uma estratégia para indicar conteúdo ativado no discurso. Lima (2013), elaborando as ideias de Schwenter, considera que a dupla negação no Sul do Brasil cumpre a função pragmática de sinalizar a manutenção de tópico. Seixas e Alkmin (2013) encontraram outra função pragmática na ascensão da Neg2 nos séculos VIII e XIX: a denegação. Este estudo investiga as possíveis funções pragmáticas e tipos de oração da Neg2 e Neg1 encontradas em 36 entrevistas sociolinguísticas com falantes nativos provenientes de três cidades representativas do Sul do Brasil (Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre) nos anos 90. Os resultados mostraram que a dupla negação do Sul do Brasil se encontra, em seus primeiros estágios de desenvolvimento, uma vez que foram encontradas entre 1% e 2% de ocorrências de Neg2 no corpus. Além disso, os enunciados com dupla negação foram utilizados para sinalizar duas funções pragmáticas principais: denegação e manutenção tópica. Ambas apresentam a condição de uso de ativação proposta por Schwenter (2005, 2006). Verificou-se, também, que a DN ocorre, principalmente, em orações simples. Em conclusão, observou-se que há um corte pragmático entre as duas estratégias negativas, Neg1 e Neg2. Ou seja, a negação canônica não é restrita pelos mesmos contextos pragmáticos que a dupla negação em PB.In Portuguese, there are different possibilities of sentential negation expression. It is acknowledged that Brazilian Portuguese (BP) presents three strategies of denial: (1) Pre-verbal negation (Neg1); e.g: Não gosto dele. I do not like him. (2) Double negation (Neg2); e.g.: Não gosto dele não. I do not like him (not). (3) Post-verbal negation (Neg3). e.g.: Gosto dele não. I do not like him. The reasons for the emergence of those alternative forms of negation have been the objective of some debate in Pragmatics. For some authors (Hoeksema, 2009; Auwera, 2009; etc.) Neg2 appears as a discursive strategy to express emphasis. In a series of papers, Schwenter (2005, 2006) has defended the hypothesis that the double negation (DN) arises as a strategy to indicate activated content in the discourse. Lima (2013), elaborating on the Schwenter ideas, takes the view that, in its early stages of use, the double negation in Southern Brazil meets the pragmatic function of signaling sentence topic maintenance. Seixas & Alkmin (2013) found a pragmatic function of denial on the rising of Neg2 in the 18th and 19th centuries This study investigates the possible pragmatic functions and sentence types of double negation and Neg1 utterances found in 36 sociolinguistics interviews of native speakers from three representative cities from South Brazil (Curitiba, Florianópolis and Porto Alegre) in the 90s. The results showed that Southern Brazilian double negation in its first stages of development, since it was found between 1% and 2% of Neg2 occurrences in the corpus. Moreover, double negation utterances were used to signal two main pragmatic functions named denial and topic maintenance that present the use condition of activation proposed by Schwenter (2005, 2006). It was also found that DN occurs, mainly, in simple clauses. Therefore, there is a pragmatic cut between the two negative strategies, Neg1 and Neg2, i.e. the canonical negation is not constrained by the same pragmatic contexts as Neg2 is.application/pdfporNegação sentencialPragmáticaDupla negacao na lingua faladaLíngua portuguesa (Brasil)Double NegationPragmaticsSouth of BrazilBrazilian PortugueseEstrutura e funções pragmáticas da negação no sul do Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em LetrasPorto Alegre, BR-RS2016mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001046955.pdf001046955.pdfTexto completoapplication/pdf7581170http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/168941/1/001046955.pdf421490193fdc95142555826cd1b7a00eMD51TEXT001046955.pdf.txt001046955.pdf.txtExtracted Texttext/plain197805http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/168941/2/001046955.pdf.txt86b3f856d42bd39e7569c31cd1c836a3MD52THUMBNAIL001046955.pdf.jpg001046955.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1014http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/168941/3/001046955.pdf.jpg72fb30bdcc9ebc08f6dd165ac2889c60MD5310183/1689412018-10-29 08:01:13.106oai:www.lume.ufrgs.br:10183/168941Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-29T11:01:13Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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