"Um lugar para fazer amigos" : relações de associativismo e vivências de lazer num clube de bairro
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/230368 |
Resumo: | A Associação dos Profissionais em Telecomunicações e Tecnologia da Informação (ASTTI) se caracteriza como um clube recreativo localizado na cidade de Porto Alegre/RS. Conheci a instituição, bem como estabeleci vínculos devido ao meu envolvimento profissional, quando atuei como professora de Natação e Hidroginástica por quatro anos naquele local. Me dedicava ao trabalho e aprofundava as relações com os associados, criando questionamentos culturais e de sociabilidade presentes naquele contexto. Leituras e reflexões me permitiram compreender que cada clube, a sua forma, constrói suas redes de sociabilidade, trazendo consigo diferentes significados para os seus associados. Partindo desse pressuposto, este estudo se dispôs a compreender como a ASTTI produz espaços que acionam vínculos entre seus associados, fazendo com que eles vivenciem a instituição de diferentes formas e experiências em situações de lazer. No que se refere ao trabalho empírico para sustentar a pesquisa, me apoiei nos saberes etnográficos, optando pelo uso de ferramentas como as observações participantes, as entrevistas semiestruturadas, o uso de alguns materiais presentes em redes sociais e a elaboração dos diários de campo. O que leva as pessoas a constituírem uma entidade desse caráter advém de múltiplas formas de sociabilidade, no caso da ASTTI foi o desejo de partilhar momentos com amigos e familiares no tempo/espaço do lazer. Ela foi idealizada em 1980 pelos funcionários da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), que desejavam reunir os diversos setores da empresa em uma única associação. Com a extinção da Companhia, alguns problemas financeiros surgiram, até que em 2002 a ASTTI deixou de ser restrita aos ex-funcionários e abriu suas portas à sociedade em geral. Em se tratando de um importante espaço de sociabilidade e lazer para seus associados – apesar de não ser imponente e nem muito conhecida –, a entidade dispõem de ambientes, atividades e eventos que buscam proporcionar aos seus sócios momentos relevantes para suas vidas. Lançando mão da perspectiva de que lazer é algo central e não residual na vida das pessoas, parto do slogan utilizado pela entidade: “Um lugar para fazer amigos”, que corrobora a ideia de relevância. No período em que estive em campo pude compreender que lá é um espaço para encontrar a família e amigos e é difundida pelos responsáveis e propagada pelos associados. A ASTTI também funciona com um lugar de quebra das rotinas. Inseridos na atual sociedade, em que muitas vezes as relações são frágeis e conectadas ao mundo virtual, por lá alguns comportamentos fogem desse padrão, funcionado como um oásis. Muitos associados agrupam-se em seus pedaços e constroem seus laços de amizade e convivência, contudo, não podemos estender essa realidade para todos, já que alguns usam o espaço para práticas esportivas de forma eventual, não desenvolvendo relações mais próximas com outros associados. Por fim, a ocupação dos espaços apresenta algumas diferenças entre homens e mulheres, através das expectativas construídas em torno do gênero. |
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Silva, Bruna Brogni daStigger, Marco Paulo2021-10-01T04:26:03Z2021http://hdl.handle.net/10183/230368001132094A Associação dos Profissionais em Telecomunicações e Tecnologia da Informação (ASTTI) se caracteriza como um clube recreativo localizado na cidade de Porto Alegre/RS. Conheci a instituição, bem como estabeleci vínculos devido ao meu envolvimento profissional, quando atuei como professora de Natação e Hidroginástica por quatro anos naquele local. Me dedicava ao trabalho e aprofundava as relações com os associados, criando questionamentos culturais e de sociabilidade presentes naquele contexto. Leituras e reflexões me permitiram compreender que cada clube, a sua forma, constrói suas redes de sociabilidade, trazendo consigo diferentes significados para os seus associados. Partindo desse pressuposto, este estudo se dispôs a compreender como a ASTTI produz espaços que acionam vínculos entre seus associados, fazendo com que eles vivenciem a instituição de diferentes formas e experiências em situações de lazer. No que se refere ao trabalho empírico para sustentar a pesquisa, me apoiei nos saberes etnográficos, optando pelo uso de ferramentas como as observações participantes, as entrevistas semiestruturadas, o uso de alguns materiais presentes em redes sociais e a elaboração dos diários de campo. O que leva as pessoas a constituírem uma entidade desse caráter advém de múltiplas formas de sociabilidade, no caso da ASTTI foi o desejo de partilhar momentos com amigos e familiares no tempo/espaço do lazer. Ela foi idealizada em 1980 pelos funcionários da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), que desejavam reunir os diversos setores da empresa em uma única associação. Com a extinção da Companhia, alguns problemas financeiros surgiram, até que em 2002 a ASTTI deixou de ser restrita aos ex-funcionários e abriu suas portas à sociedade em geral. Em se tratando de um importante espaço de sociabilidade e lazer para seus associados – apesar de não ser imponente e nem muito conhecida –, a entidade dispõem de ambientes, atividades e eventos que buscam proporcionar aos seus sócios momentos relevantes para suas vidas. Lançando mão da perspectiva de que lazer é algo central e não residual na vida das pessoas, parto do slogan utilizado pela entidade: “Um lugar para fazer amigos”, que corrobora a ideia de relevância. No período em que estive em campo pude compreender que lá é um espaço para encontrar a família e amigos e é difundida pelos responsáveis e propagada pelos associados. A ASTTI também funciona com um lugar de quebra das rotinas. Inseridos na atual sociedade, em que muitas vezes as relações são frágeis e conectadas ao mundo virtual, por lá alguns comportamentos fogem desse padrão, funcionado como um oásis. Muitos associados agrupam-se em seus pedaços e constroem seus laços de amizade e convivência, contudo, não podemos estender essa realidade para todos, já que alguns usam o espaço para práticas esportivas de forma eventual, não desenvolvendo relações mais próximas com outros associados. Por fim, a ocupação dos espaços apresenta algumas diferenças entre homens e mulheres, através das expectativas construídas em torno do gênero.The Associação dos Profissionais em Telecomunicações e Tecnologia da Informação (ASTTI) is characterized as a recreational club located in the city of Porto Alegre / RS. I got to know the institution, as well as establishing links due to my professional involvement, when I worked as a Swimming and Hydrogymnastics teacher for four years in that place. I dedicated myself to work and deepened relations with associates, creating cultural and sociability questions present in that context. Readings and reflections allowed me to understand that each club, in its own way, builds its networks of sociability, bringing different meanings to its members. Based on this assumption, this study set out to understand how ASTTI produces spaces that trigger links between its members, making them experience the institution in different ways and experiences in leisure situations. With regard to empirical work to support the research, I relied on ethnographic knowledge, opting for the use of tools such as participant observations, semi-structured interviews, the use of some materials present in social networks, and the preparation of field diaries. What leads people to constitute an entity of this character comes from multiple forms of sociability, in the case of ASTTI was the desire to share moments with friends and family in leisure time and space. It was idealized in 1980 by the employees of Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT), who wished to bring together the various sectors of the company in a single association. With the extinction of the Company, some financial problems arose, until in 2002 ASTTI was no longer restricted to former employees and opened its doors to society in general. As it is an important space for sociability and leisure for its members - although it is neither imposing nor well known - the entity has environments, activities and events that seek to provide its members with relevant moments for their lives. Using the perspective that leisure is something central and not residual in people's lives, I start with the slogan used by the entity: “A place to make friends”, which corroborates the idea of relevance. During the period that I was in the field I could understand that there is a space to meet family and friends and is disseminated by those responsible, and propagated by associates. ASTTI also works with a routine resting place. Inserted in the current society where relations are often fragile and connected to the virtual world, there are behaviors that escape this pattern, functioning as an oasis. Many members are grouped in minor groups and build their bonds of friendship and coexistence, however, we cannot extend this reality to everyone, since some use the space for sports practices in an eventual way, not developing closer relationships with other members. Finally, the occupation of spaces presents some differences between men and women, through the expectations built around gender.application/pdfporSociabilidadeAssociativismoFamíliaSociabilityAssociativismFriendsFamily"Um lugar para fazer amigos" : relações de associativismo e vivências de lazer num clube de bairroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de Educação Física, Fisioterapia e DançaPrograma de Pós-Graduação em Ciências do Movimento HumanoPorto Alegre, BR-RS2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001132094.pdf.txt001132094.pdf.txtExtracted Texttext/plain289533http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/230368/2/001132094.pdf.txt9f78a4bd8c555d70cec396dbf3f2dda8MD52ORIGINAL001132094.pdfTexto completoapplication/pdf3456804http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/230368/1/001132094.pdf739f669ae10be802c0be9c0b6facf4adMD5110183/2303682021-10-04 04:23:25.483322oai:www.lume.ufrgs.br:10183/230368Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-10-04T07:23:25Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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