Crescimento da criança : associação com o ambiente intrauterino e com o aleitamento materno exclusivo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Machado, Mirian Benites
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/218934
Resumo: Introdução: o crescimento da criança sofre influências genéticas e também ambientais, tornando-se essa trajetória maleável. A gestação é um processo frágil e suscetível a riscos, tanto para mãe quanto para a criança. Ao nascer, a alimentação da criança representa um fator essencial, para a qualidade do seu crescimento e desenvolvimento, o que inclui o leite materno. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi verificar a associação do ambiente intrauterino e do tempo de aleitamento materno exclusivo, no crescimento da criança. Métodos: estudo longitudinal observacional, que acompanhou mães e crianças nascidas em hospitais públicos de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Os participantes foram entrevistados e avaliados em três momentos (ao nascer, aos seis meses de vida e na fase pré-escolar). Foram separados em cinco grupos: mães com algum tipo de diabetes mellitus; mães com alguma alteração de hipertensão arterial (seja gestacional ou prévia); mães que tinham o hábito de fumar; mães que tiveram filhos com restrição de crescimento intrauterino; e grupo controle. Para avaliar a interação do ambiente intrauterino, e do tempo de aleitamento materno exclusivo com o escore-z do índice de massa corporal para idade, utilizou-se o teste Generalized Estimating Equations. Além disso, fatores maternos e sociais também foram avaliados. Resultados: foram incluídos 126 pares de mães-crianças. Observamos que aquelas crianças com maior tempo de aleitamento exclusivo, apresentavam menor escore-z do índice de massa corporal para idade aos 6 meses de vida (B=-0,005; p=0,011), mesmo nascidas em ambientes intrauterinos de risco. Não obstante, as crianças com menor escore-z do índice de massa corporal, aos 6 meses, também tiveram menor escore-z na fase pré-escolar (r=0,388; p<0,001). Dentre as variáveis testadas com o estado nutricional da criança, na fase pré-escolar, podemos observar que o índice de massa corporal pré-gestacional materno foi o mais influente, sendo que quanto menor o IMC pré-gestacional, menor o risco de sobrepeso/obesidade na fase pré-escolar. Conclusão: O tempo de aleitamento materno exclusivo parece ter influência no escore-z do índice de massa corporal, para idade aos 6 meses, e pode impactar na fase pré-escolar. Desse modo, destaca-se a importância da exposição ao aleitamento materno exclusivo, que contribui no crescimento infantil, mesmo para crianças geradas em ambientes intrauterinos de risco.
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spelling Machado, Mirian BenitesBernardi, Juliana Rombaldi2021-03-17T04:18:18Z2021http://hdl.handle.net/10183/218934001122897Introdução: o crescimento da criança sofre influências genéticas e também ambientais, tornando-se essa trajetória maleável. A gestação é um processo frágil e suscetível a riscos, tanto para mãe quanto para a criança. Ao nascer, a alimentação da criança representa um fator essencial, para a qualidade do seu crescimento e desenvolvimento, o que inclui o leite materno. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi verificar a associação do ambiente intrauterino e do tempo de aleitamento materno exclusivo, no crescimento da criança. Métodos: estudo longitudinal observacional, que acompanhou mães e crianças nascidas em hospitais públicos de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Os participantes foram entrevistados e avaliados em três momentos (ao nascer, aos seis meses de vida e na fase pré-escolar). Foram separados em cinco grupos: mães com algum tipo de diabetes mellitus; mães com alguma alteração de hipertensão arterial (seja gestacional ou prévia); mães que tinham o hábito de fumar; mães que tiveram filhos com restrição de crescimento intrauterino; e grupo controle. Para avaliar a interação do ambiente intrauterino, e do tempo de aleitamento materno exclusivo com o escore-z do índice de massa corporal para idade, utilizou-se o teste Generalized Estimating Equations. Além disso, fatores maternos e sociais também foram avaliados. Resultados: foram incluídos 126 pares de mães-crianças. Observamos que aquelas crianças com maior tempo de aleitamento exclusivo, apresentavam menor escore-z do índice de massa corporal para idade aos 6 meses de vida (B=-0,005; p=0,011), mesmo nascidas em ambientes intrauterinos de risco. Não obstante, as crianças com menor escore-z do índice de massa corporal, aos 6 meses, também tiveram menor escore-z na fase pré-escolar (r=0,388; p<0,001). Dentre as variáveis testadas com o estado nutricional da criança, na fase pré-escolar, podemos observar que o índice de massa corporal pré-gestacional materno foi o mais influente, sendo que quanto menor o IMC pré-gestacional, menor o risco de sobrepeso/obesidade na fase pré-escolar. Conclusão: O tempo de aleitamento materno exclusivo parece ter influência no escore-z do índice de massa corporal, para idade aos 6 meses, e pode impactar na fase pré-escolar. Desse modo, destaca-se a importância da exposição ao aleitamento materno exclusivo, que contribui no crescimento infantil, mesmo para crianças geradas em ambientes intrauterinos de risco.Introduction: A child’s growth is affected by both genetic and environmental influences, making this trajectory malleable. Pregnancy is a fragile and risk-sensitive process for both mother and child. At birth, the child’s diet is a key factor for the quality of its growth and development, which includes breast milk. Thus, the purpose of this study was to verify the association of the intrauterine environment and the duration of exclusive breastfeeding on the child’s growth. Methods: a longitudinal observational study, which carried out the follow-up of mothers and children born in public hospitals in the city of Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. Participants were interviewed and evaluated at three times (at birth, at six months of age, and in the preschool phase). They were separated into five groups: mothers with some type of diabetes mellitus; mothers with some alteration of arterial hypertension (either gestational or prior); mothers who were smokers; mothers who had children with intrauterine growth restriction; and control group. The Generalized Estimating Equations test was used to assess the interaction of the intrauterine environment and the duration of exclusive breastfeeding with the z-score of the body mass index for age. Additionally, maternal and social factors were evaluated. Results: 126 mother-child pairs were included. We observed that children with longer periods of exclusive breastfeeding presented a lower z-score of the body mass index for age at 6 months of life (B=-0.005; p=0.011), even when born in risky intrauterine environments. Nevertheless, children with the lowest z-score of the body mass index, at 6 months, also had the lowest z-score in the preschool phase (r=0.388; p<0.001). Among the variables tested with the child’s nutritional status, in the preschool phase, we can see that the maternal pre-gestational body mass index was the most influential, and a lower pre-gestational BMI represents a lower the risk of overweight/obesity in the preschool phase. Conclusion: The duration of exclusive breastfeeding appears to have an influence on the z-score of the body mass index for age at 6 months and may have an impact on the preschool phase. Thus, the importance of exposure to exclusive breastfeeding is highlighted, which contributes to child growth, even for children born in risky intrauterine environments.application/pdfporDesenvolvimento embrionário e fetalGravidezAleitamento maternoCriançaCrescimentoEmbryonic and fetal developmentPregnancyBreastfeedingGrowthIntrauterine childCrescimento da criança : associação com o ambiente intrauterino e com o aleitamento materno exclusivoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do AdolescentePorto Alegre, BR-RS2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001122897.pdf.txt001122897.pdf.txtExtracted Texttext/plain140373http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/218934/2/001122897.pdf.txtdfcd6dd3679109fc73a0cff72df06539MD52ORIGINAL001122897.pdfTexto completoapplication/pdf5803887http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/218934/1/001122897.pdf1a15bf2b026afcf277fae4ced593cc6dMD5110183/2189342023-05-26 03:29:38.326503oai:www.lume.ufrgs.br:10183/218934Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-05-26T06:29:38Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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