Tecelendo trajetórias : a monitoria indígena como espaço de aprendizagens interculturais
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/183201 |
Resumo: | A presente dissertação trata da monitoria indígena na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tendo como lócus de investigação o curso de Pedagogia. Parte dos próprios registros da autora, que foi monitora voluntária acadêmica durante a sua formação, e da escuta de outros indígenas e monitoras que passaram pela mesma experiência, destacando assim este lugar como espaço de formação intercultural. A questão principal de pesquisa é: como a monitoria indígena passa a ser um lugar de trocas interculturais dentro do curso de Pedagogia da UFRGS, levando em consideração os saberes envolvidos entre indígenas e não indígenas? Para responder à mesma, a autora tomou como aporte teórico Freire (1987), através do conceito de conhecimento, Menezes (2011), ao analisar as trocas interculturais e Fornet-Betancourt (2004) que versa sobre interculturalidade, Kusch (2007) e sua reflexão sobre fagocitose, além de Bauman (2003) e seu conceito de comunidade. As categorias de análise foram construídas em torno de três elementos principais: entrevistas semiestruturadas, análise documental e diário de campo. Para introduzir cada capítulo de escrita, foi utilizado o conceito de poiesis de Kusch (1976), em que o autor coloca a poesia como uma figura de criação para descrever a simbologia do mundo indígena. Após a coleta dos dados empíricos, onde participaram 6 estudantes, sendo 3 indígenas e 3 não indígenas, além dos relatos da própria autora, as respostas encontradas e que compuseram as análises nos levaram à seguinte conclusão: a interculturalidade aparece como trocas interculturais. Além disso, pode-se perceber que acontece em alguns momentos e não está presente em todo o processo de relação com indígena e não indígena. Estabelece-se um novo ambiente de formação, pois os que neste espaço estão envolvidos aprendem a reaprender seu olhar, passando pela estima do outro. A universidade, após 10 anos de cotas, da implementação das Políticas de Ações Afirmativas, onde um novo público adentrou o espaço acadêmico, busca reconfigurar-se, estabelecendo um diálogo com estes novos saberes que circulam. Há um longo caminho ainda a percorrer por todos os envolvidos: alunos, professores e universidade. Compreende-se que se faz necessário a articulação dos diferentes mundos que agora aqui emergem e a interculturalidade se faz necessária ser vivida e experienciada de forma plena. |
id |
URGS_aa808a34688bf47fe6d06dbf927707c4 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/183201 |
network_acronym_str |
URGS |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
repository_id_str |
1853 |
spelling |
Santos, Ana Isabel Melo dosMenezes, Magali Mendes de2018-10-09T02:33:57Z2018http://hdl.handle.net/10183/183201001078563A presente dissertação trata da monitoria indígena na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tendo como lócus de investigação o curso de Pedagogia. Parte dos próprios registros da autora, que foi monitora voluntária acadêmica durante a sua formação, e da escuta de outros indígenas e monitoras que passaram pela mesma experiência, destacando assim este lugar como espaço de formação intercultural. A questão principal de pesquisa é: como a monitoria indígena passa a ser um lugar de trocas interculturais dentro do curso de Pedagogia da UFRGS, levando em consideração os saberes envolvidos entre indígenas e não indígenas? Para responder à mesma, a autora tomou como aporte teórico Freire (1987), através do conceito de conhecimento, Menezes (2011), ao analisar as trocas interculturais e Fornet-Betancourt (2004) que versa sobre interculturalidade, Kusch (2007) e sua reflexão sobre fagocitose, além de Bauman (2003) e seu conceito de comunidade. As categorias de análise foram construídas em torno de três elementos principais: entrevistas semiestruturadas, análise documental e diário de campo. Para introduzir cada capítulo de escrita, foi utilizado o conceito de poiesis de Kusch (1976), em que o autor coloca a poesia como uma figura de criação para descrever a simbologia do mundo indígena. Após a coleta dos dados empíricos, onde participaram 6 estudantes, sendo 3 indígenas e 3 não indígenas, além dos relatos da própria autora, as respostas encontradas e que compuseram as análises nos levaram à seguinte conclusão: a interculturalidade aparece como trocas interculturais. Além disso, pode-se perceber que acontece em alguns momentos e não está presente em todo o processo de relação com indígena e não indígena. Estabelece-se um novo ambiente de formação, pois os que neste espaço estão envolvidos aprendem a reaprender seu olhar, passando pela estima do outro. A universidade, após 10 anos de cotas, da implementação das Políticas de Ações Afirmativas, onde um novo público adentrou o espaço acadêmico, busca reconfigurar-se, estabelecendo um diálogo com estes novos saberes que circulam. Há um longo caminho ainda a percorrer por todos os envolvidos: alunos, professores e universidade. Compreende-se que se faz necessário a articulação dos diferentes mundos que agora aqui emergem e a interculturalidade se faz necessária ser vivida e experienciada de forma plena.La presente disertación trata sobre el monitoreo indígena en la Universidad Federal do Rio Grande do Sul, teniendo como locus de investigación el curso de Pedagogía. Parte de los propios registros de la autora, que fue monitora voluntaria académica durante su formación, y de la escucha de otros indígenas y monitoras que pasaron por la misma experiencia, destacando así este lugar como espacio de formación intercultural. La principal pregunta de investigación es: cómo el monitoreo indígena pasa a ser un lugar de intercambios culturales dentro del curso de Pedagogía de la UFRGS, llevando en consideración los saberes involucrados entre indígenas y no indígenas? Para responder la misma, la autora tomó como aporte teórico Freire (1987), a través del concepto de conocimiento, Menezes (2011) al analizar los intercambios culturales y Fornet-Betancourt (2004) que trata sobre interculturalidad, Kusch (2007) y la reflexión sobre fagocitosis, además de Bauman (2003) y el concepto de comunidad. Las categorías de análisis fueron construidas en tres elementos principales: entrevistas semiestructuradas, análisis documental y cuaderno de campo. Para introducir la escritura de cada capítulo fue utilizado el concepto poiesis de Kusch (1976), en que el autor presenta la poesía, como figura de creación para describir la simbología del mundo indígena. Después de la recolección de datos empíricos, donde participan 6 estudiantes, siendo 3 indígenas y 3 no indígenas, además de los relatos de la propia autora, las respuestas encontradas que compusieron los análisis nos llevan a la siguiente conclusión: la interculturalidad aparece como intercambios interculturales. Además de eso se puede percibir que acontece en algunos momentos y no está presente en todo el proceso de relación con el indígena. Se establece un nuevo ambiente de formación, pues los que en este espacio están involucrados aprenden a re aprender su mirada, pasando por la estima del otro. La universidad, después de 10 años de cupos, de la implementación de las Políticas de Acciones Afirmativas, donde un nuevo público adentró en el espacio académico, busca reconfigurarse estableciendo un diálogo con estos nuevos saberes que circulan. Queda un largo camino aún para recorrer por todos los implicados: alumnos, profesores y universidad. Se comprende que se hace necesaria la articulación de los diferentes mundos que ahora aquí emergen y la interculturalidad se hace necesario que sea vivida y experimentada de forma plena.application/pdfporEducação indígenaMonitoriaInterculturalidadeMonitoreo indígenaFormaciónInterculturalidadTecelendo trajetórias : a monitoria indígena como espaço de aprendizagens interculturaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoPorto Alegre, BR-RS2018mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001078563.pdfTexto completoapplication/pdf7488991http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/183201/1/001078563.pdf4652db91ecc3c07b16e0a19c9bd2801fMD51TEXT001078563.pdf.txt001078563.pdf.txtExtracted Texttext/plain210791http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/183201/2/001078563.pdf.txtddccc5f728b0c5cca80bba51e5543d76MD52THUMBNAIL001078563.pdf.jpg001078563.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1051http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/183201/3/001078563.pdf.jpg061e8f94adcba260ebe9e8005f9152fcMD5310183/1832012021-05-07 04:40:24.29603oai:www.lume.ufrgs.br:10183/183201Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-05-07T07:40:24Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Tecelendo trajetórias : a monitoria indígena como espaço de aprendizagens interculturais |
title |
Tecelendo trajetórias : a monitoria indígena como espaço de aprendizagens interculturais |
spellingShingle |
Tecelendo trajetórias : a monitoria indígena como espaço de aprendizagens interculturais Santos, Ana Isabel Melo dos Educação indígena Monitoria Interculturalidade Monitoreo indígena Formación Interculturalidad |
title_short |
Tecelendo trajetórias : a monitoria indígena como espaço de aprendizagens interculturais |
title_full |
Tecelendo trajetórias : a monitoria indígena como espaço de aprendizagens interculturais |
title_fullStr |
Tecelendo trajetórias : a monitoria indígena como espaço de aprendizagens interculturais |
title_full_unstemmed |
Tecelendo trajetórias : a monitoria indígena como espaço de aprendizagens interculturais |
title_sort |
Tecelendo trajetórias : a monitoria indígena como espaço de aprendizagens interculturais |
author |
Santos, Ana Isabel Melo dos |
author_facet |
Santos, Ana Isabel Melo dos |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Santos, Ana Isabel Melo dos |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Menezes, Magali Mendes de |
contributor_str_mv |
Menezes, Magali Mendes de |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Educação indígena Monitoria Interculturalidade |
topic |
Educação indígena Monitoria Interculturalidade Monitoreo indígena Formación Interculturalidad |
dc.subject.spa.fl_str_mv |
Monitoreo indígena Formación Interculturalidad |
description |
A presente dissertação trata da monitoria indígena na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tendo como lócus de investigação o curso de Pedagogia. Parte dos próprios registros da autora, que foi monitora voluntária acadêmica durante a sua formação, e da escuta de outros indígenas e monitoras que passaram pela mesma experiência, destacando assim este lugar como espaço de formação intercultural. A questão principal de pesquisa é: como a monitoria indígena passa a ser um lugar de trocas interculturais dentro do curso de Pedagogia da UFRGS, levando em consideração os saberes envolvidos entre indígenas e não indígenas? Para responder à mesma, a autora tomou como aporte teórico Freire (1987), através do conceito de conhecimento, Menezes (2011), ao analisar as trocas interculturais e Fornet-Betancourt (2004) que versa sobre interculturalidade, Kusch (2007) e sua reflexão sobre fagocitose, além de Bauman (2003) e seu conceito de comunidade. As categorias de análise foram construídas em torno de três elementos principais: entrevistas semiestruturadas, análise documental e diário de campo. Para introduzir cada capítulo de escrita, foi utilizado o conceito de poiesis de Kusch (1976), em que o autor coloca a poesia como uma figura de criação para descrever a simbologia do mundo indígena. Após a coleta dos dados empíricos, onde participaram 6 estudantes, sendo 3 indígenas e 3 não indígenas, além dos relatos da própria autora, as respostas encontradas e que compuseram as análises nos levaram à seguinte conclusão: a interculturalidade aparece como trocas interculturais. Além disso, pode-se perceber que acontece em alguns momentos e não está presente em todo o processo de relação com indígena e não indígena. Estabelece-se um novo ambiente de formação, pois os que neste espaço estão envolvidos aprendem a reaprender seu olhar, passando pela estima do outro. A universidade, após 10 anos de cotas, da implementação das Políticas de Ações Afirmativas, onde um novo público adentrou o espaço acadêmico, busca reconfigurar-se, estabelecendo um diálogo com estes novos saberes que circulam. Há um longo caminho ainda a percorrer por todos os envolvidos: alunos, professores e universidade. Compreende-se que se faz necessário a articulação dos diferentes mundos que agora aqui emergem e a interculturalidade se faz necessária ser vivida e experienciada de forma plena. |
publishDate |
2018 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2018-10-09T02:33:57Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2018 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/183201 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001078563 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/183201 |
identifier_str_mv |
001078563 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/183201/1/001078563.pdf http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/183201/2/001078563.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/183201/3/001078563.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
4652db91ecc3c07b16e0a19c9bd2801f ddccc5f728b0c5cca80bba51e5543d76 061e8f94adcba260ebe9e8005f9152fc |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br |
_version_ |
1810085456905240576 |