Hiperatividade ou indisciplina : o TDAH e a patologização do comportamento desviante na escola

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Richter, Bárbara Rocha
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/55071
Resumo: O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) configura-se, atualmente, como um dos transtornos cada vez mais diagnosticados em indivíduos de idade escolar. Ao invés de tomar o TDAH como um fato científico isolado, proponho, através deste estudo, pensá-lo como um fenômeno vinculado à cultura. Para tanto, valho-me do referencial teórico-metodológico dos Estudos Culturais e pós-estruturalistas. Busco problematizar as estratégias voltadas ao controle dos corpos hiperativos na escola, pensando a emergência do TDAH no solo da cultura somática, bem como sua relação com o processo a que se tem chamado de medicalização do ensino, fenômeno que vem acompanhado do uso de psicofármacos como solução para problemas de comportamento em sala de aula. Analiso exemplares da revista Nova Escola, no período de 1986 (ano inicial de sua publicação) a 2011, operando com as matérias cujo título ou o conteúdo versassem sobre hiperatividade, desatenção e/ou indisciplina. Observo o modo como o discurso neurocientífico atravessa as noções de sujeito e de que maneira esse atravessamento implica em práticas no âmbito da escola. Esta discussão permite observar que os processos de biologização, patologização e medicalização constituem fenômenos interligados e fortemente articulados ao TDAH na contemporaneidade. Assim, o diagnóstico de TDAH e o uso de psicofármacos se mostraram, na análise deste trabalho, como uma nova forma de controle e disciplinamento do corpo infantil/escolar. Aponto para a necessidade de um questionamento acerca da transferência de problemas de ordem escolar para a esfera médica.
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