O drama como método de educação literária : a voz e a vez dos jovens
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/266007 |
Resumo: | Por meio de uma pesquisa bibliográfica e documental, busquei responder à seguinte questão: que contribuições o drama, enquanto método, pode oferecer a uma educação literária libertadora que pretenda promover a emancipação juvenil, sobretudo de estudantes de escola pública, a partir de uma práxis crítica às diretrizes implementadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC)? Além de revisitar os conceitos que foram basilares em minha Dissertação (POSSATO JR., 2017) – a saber: a pedagogia libertadora de Paulo Freire e o teatro de Augusto Boal, bem como a emancipação intelectual, presente nas lições de O Mestre Ignorante (RANCIÈRE, 2015) –, procurei conhecer, selecionar e analisar artigos, teses e dissertações que relatassem práticas e contextos, os mais variados possíveis, de educação literária e teatral em escolas e universidades. Com isso, tencionei mapear exemplos de boas práticas a serem propostas como base para a revisão dos antigos – e a criação de possíveis novos – modelos educacionais. Nesse sentido, priorizei, sobretudo, a criação estética juvenil e a ação dos estudantes, especialmente nas escolas públicas, onde, via de regra, encontram-se as condições mais degradantes de opressão. Assim, destaquei a ação juvenil presente nos relatos e a observação de como os mesmos contextos (especialmente o escolar), que os enformam, vão sendo, na prática, por eles transformados. Objetivei, em última instância, demonstrar que a educação literária e teatral encontra êxito por meio de uma prática dialógica entre comunidade escolar, educadores e educandos, possibilitando a estes últimos o livre exercício de um protagonismo por meio do qual eles, de fato, tenham voz e vez. Impôs-se, nesse percurso, a necessidade de pesquisar os limites e as possibilidades que a BNCC e as leis e documentos correlatos imprimiram à realização de práticas democráticas de educação, traçando um paralelo com textos que tratam da evolução da história da educação literária e teatral no Brasil. Fechando o arcabouço teórico com uma breve análise comparativa entre o teatro popular e outras propostas (como, por exemplo, o drama burguês), preocupei-me em direcionar o olhar prioritariamente para a práxis da sala de aula. Nessa perspectiva, partindo de meu primeiro contato com o slam poetry (e seus desdobramentos pedagógicos), procedi à análise de experiências que assumidamente aliassem a educação literária e a teatral, enfatizando primariamente aquelas práticas que, de uma forma ou de outra, privilegiassem o protagonismo dos estudantes como ponto central do processo de criação artística. Entre elas: os jogos teatrais (SPOLIN, [1986] 2017; KOUDELA, 2002) e o drama como método (CABRAL, 2012; VIDOR, 2016), bem como a experiência da Teatra da Oprimida (LEAL, 2019) e o exercício de escuta das vozes de mulheres negras na cena teatral de Porto Alegre (MACHADO, 2017). Daí concluindo, por fim, com uma proposta de aplicação prática, demonstrando assim como a criação teatral torna-se também um bom exercício de criação literária juvenil e, ao mesmo tempo, promove a emancipação intelectual dos jovens, permitindo-lhes pronunciar o mundo, isto é, transformá-lo por meio de sua própria linguagem. |
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Possato Junior, José LuizSanseverino, Antônio Marcos VieiraCavalcante, Rita de Cássia2023-10-17T03:38:04Z2023http://hdl.handle.net/10183/266007001185581Por meio de uma pesquisa bibliográfica e documental, busquei responder à seguinte questão: que contribuições o drama, enquanto método, pode oferecer a uma educação literária libertadora que pretenda promover a emancipação juvenil, sobretudo de estudantes de escola pública, a partir de uma práxis crítica às diretrizes implementadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC)? Além de revisitar os conceitos que foram basilares em minha Dissertação (POSSATO JR., 2017) – a saber: a pedagogia libertadora de Paulo Freire e o teatro de Augusto Boal, bem como a emancipação intelectual, presente nas lições de O Mestre Ignorante (RANCIÈRE, 2015) –, procurei conhecer, selecionar e analisar artigos, teses e dissertações que relatassem práticas e contextos, os mais variados possíveis, de educação literária e teatral em escolas e universidades. Com isso, tencionei mapear exemplos de boas práticas a serem propostas como base para a revisão dos antigos – e a criação de possíveis novos – modelos educacionais. Nesse sentido, priorizei, sobretudo, a criação estética juvenil e a ação dos estudantes, especialmente nas escolas públicas, onde, via de regra, encontram-se as condições mais degradantes de opressão. Assim, destaquei a ação juvenil presente nos relatos e a observação de como os mesmos contextos (especialmente o escolar), que os enformam, vão sendo, na prática, por eles transformados. Objetivei, em última instância, demonstrar que a educação literária e teatral encontra êxito por meio de uma prática dialógica entre comunidade escolar, educadores e educandos, possibilitando a estes últimos o livre exercício de um protagonismo por meio do qual eles, de fato, tenham voz e vez. Impôs-se, nesse percurso, a necessidade de pesquisar os limites e as possibilidades que a BNCC e as leis e documentos correlatos imprimiram à realização de práticas democráticas de educação, traçando um paralelo com textos que tratam da evolução da história da educação literária e teatral no Brasil. Fechando o arcabouço teórico com uma breve análise comparativa entre o teatro popular e outras propostas (como, por exemplo, o drama burguês), preocupei-me em direcionar o olhar prioritariamente para a práxis da sala de aula. Nessa perspectiva, partindo de meu primeiro contato com o slam poetry (e seus desdobramentos pedagógicos), procedi à análise de experiências que assumidamente aliassem a educação literária e a teatral, enfatizando primariamente aquelas práticas que, de uma forma ou de outra, privilegiassem o protagonismo dos estudantes como ponto central do processo de criação artística. Entre elas: os jogos teatrais (SPOLIN, [1986] 2017; KOUDELA, 2002) e o drama como método (CABRAL, 2012; VIDOR, 2016), bem como a experiência da Teatra da Oprimida (LEAL, 2019) e o exercício de escuta das vozes de mulheres negras na cena teatral de Porto Alegre (MACHADO, 2017). Daí concluindo, por fim, com uma proposta de aplicação prática, demonstrando assim como a criação teatral torna-se também um bom exercício de criação literária juvenil e, ao mesmo tempo, promove a emancipação intelectual dos jovens, permitindo-lhes pronunciar o mundo, isto é, transformá-lo por meio de sua própria linguagem.Through a bibliographical and documentary research, I sought to answer the following question: what contributions can the drama, as a method, offer to a liberating literary education that intends to promote youth emancipation, especially for public school students, based on a critical praxis of the guidelines implemented by the Base Nacional Comum Curricular (BNCC) [National Common Curricular Base]? In addition to revisiting the concepts that were fundamental in my Dissertation (POSSATO JR., 2017) – namely: the liberating pedagogy of Paulo Freire and the theater of Augusto Boal, as well as the intellectual emancipation, present in the lessons of O Mestre Ignorante (RANCIÈRE, 2015) –, I tried to know, select and analyze articles, theses and dissertations that reported practices and contexts, as varied as possible, of literary and theatrical education in schools and universities. With this, I intended to map examples of good practices to be proposed as a basis for reviewing the old – and creating possible new – educational models. In this sense, I prioritized, above all, the youthful aesthetic creation and the action of students, especially in public schools, where, as a rule, the most degrading conditions of oppression are found. Thus, I highlighted the youth action present in the reports and the observation of how the same contexts (especially the school), which form them, are, in practice, transformed by them. I aimed, ultimately, to demostrate that literary and theatrical education is successful through a dialogical practice between the school community, educators and students, allowing the latter the free exercise of a protagonism through which they, in fact, have a voice and space. During this trajectory the need to research the limits and possibilities that the BNCC and the laws and related documents printed to the realization of democratic practices of education, drawing a parallel with texts that deal with the evolution of the history of literary and theatrical education in Brazil. Closing the theoretical framework with a brief comparative analysis between popular theater and other proposals (such as, for example, bourgeois drama), I was concerned with directing my gaze primarily to the praxis of the classroom. From this perspective, starting from my first contact with slam poetry (and its pedagogical developments), I proceeded to the analysis of experiences that admittedly combined literary and theatrical education, emphasizing primarily those practices that, in one way or another, privileges the protagonism of students as a central point of the artistic creation process. Among them: theater games (SPOLIN, [1986] 2017; KOUDELA, 2002) and drama as a metodh (CABRAL, 2012; VIDOR, 2016), as well as the experience of Teatra da Oprimida (LEAL, 2019) and the listening exercise of black women’s voices in the theater scene of Porto Alegre (MACHADO, 2017). From there concluding, finally, with a proposal of practical application, demonstrating how the theatrical creation becomes also a good exercise of juvenile literary creation and at the same time promotes the intellectual emancipation of young people, allowing them to pronounce the world, that is, transform it by means of their own language.application/pdfporDramaProtagonismo juvenilEducaçãoCriação literáriaYouth protagonismDramaMethodLiterary educationO drama como método de educação literária : a voz e a vez dos jovensinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPrograma de Pós-Graduação em LetrasPorto Alegre, BR-RS2023doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001185581.pdf.txt001185581.pdf.txtExtracted Texttext/plain440548http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266007/2/001185581.pdf.txt40947bb2faec32cd45a300a964c48e3cMD52ORIGINAL001185581.pdfTexto completoapplication/pdf1874767http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/266007/1/001185581.pdf542b49d624b52851dbb291177f6a2fe8MD5110183/2660072023-10-18 03:33:34.1943oai:www.lume.ufrgs.br:10183/266007Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-10-18T06:33:34Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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