Educação e formação continuada : entre a imaginação, a ficção e o sentido de carnavalidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hinterholz, Beatran
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/216418
Resumo: Na tese, apresento uma interlocução filosófica em particular com M. Bakhtin e G. Bachelard, buscando relacionar e apreender os conceitos pertinentes para a tese: ficcional, imaginação e sentido de carnavalidade, relacionando-os com a educação infantil e formação continuada. Com estes conceitos latentes, e pensando como o processo educacional poderia se constituir como um coletivo empático, para acolher os novos na potência dos seus excessos de humanidade, tive, como intenção: compreender como se dá a engrenagem da transmutação dos sentidos poético-ficcionais, na formação de professores em serviço, para práticas inventivas no encontro com as crianças. Para que pudesse dar sentido às questões problemáticas e abarcar o propósito da pesquisa, busquei, com a metodologia pautada nos conceitos bakhtinianos de dialogia (escuta, interpretação e alteridade), narrar, descrever e pensar a formação da qual participei como professora, gestora e depois como formadora; descrever possibilidades imaginativas da criação poético-ficcional; evidenciar como tais possibilidades, aliadas a um certo sentido de carnavalidade, são práticas pedagógicas inventivas na educação da infância. Durante a pesquisa entendi que, na formação em serviço, com o Projeto Civitas - de responsabilidade do Lelic/UFRGS -, invertemos o tempo, para podermos repensar modos de recomeçar e alargar o tempo da infância, tempo que é capaz de ser carnavalizado pelo riso festivo da ficção e do diálogo. Com o personagem ficcional Fernandinho - agenciado em sala de aula - e suas cartas, percebi o quanto ele, apoiado pelo nosso processo de formação, ajudou a escola a pensar outros modos de docência, conduzindo práticas inventivas no encontro com as crianças. Recordar a formação e o vivido da escola nos anos de 2012 até 2016 me fez assimilar o quanto a formação do Civitas mudou a escola - ao priorizar não somente discutir os conceitos, mas antes vivê-los na escola - e quanto os sentidos poético-ficcionais nessa formação se transmutaram em práticas investidas pela imaginação e pelo sentido de carnavalidade. E ao pensar como este nosso mundo é apresentado ao novo humano que nasce e como apresentamos a escola aos que chegam, compreendi, na pesquisa, que tanto a formação, quanto a escola e os professores se posicionam numa viagem na qual a perspectiva é de que o mundo está aí para ser inventado, num encontro festivo e triunfal, em que todos possam se sentir parte do mundo comum e nele conquistar uma presença. E assim, oscilando na ambivalência entre os modos real-necessário e poético-ficcional, percebemos o quanto a imaginação e o sentido de carnavalidade são capazes de realizar o infinitamente improvável, de tal maneira a escola foi se reinventando em suas verdades, para poder viver com as crianças um modo festivo de estarem coletivamente renascendo.
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spelling Hinterholz, BeatranAxt, Margarete2020-12-11T04:12:04Z2019http://hdl.handle.net/10183/216418001120466Na tese, apresento uma interlocução filosófica em particular com M. Bakhtin e G. Bachelard, buscando relacionar e apreender os conceitos pertinentes para a tese: ficcional, imaginação e sentido de carnavalidade, relacionando-os com a educação infantil e formação continuada. Com estes conceitos latentes, e pensando como o processo educacional poderia se constituir como um coletivo empático, para acolher os novos na potência dos seus excessos de humanidade, tive, como intenção: compreender como se dá a engrenagem da transmutação dos sentidos poético-ficcionais, na formação de professores em serviço, para práticas inventivas no encontro com as crianças. Para que pudesse dar sentido às questões problemáticas e abarcar o propósito da pesquisa, busquei, com a metodologia pautada nos conceitos bakhtinianos de dialogia (escuta, interpretação e alteridade), narrar, descrever e pensar a formação da qual participei como professora, gestora e depois como formadora; descrever possibilidades imaginativas da criação poético-ficcional; evidenciar como tais possibilidades, aliadas a um certo sentido de carnavalidade, são práticas pedagógicas inventivas na educação da infância. Durante a pesquisa entendi que, na formação em serviço, com o Projeto Civitas - de responsabilidade do Lelic/UFRGS -, invertemos o tempo, para podermos repensar modos de recomeçar e alargar o tempo da infância, tempo que é capaz de ser carnavalizado pelo riso festivo da ficção e do diálogo. Com o personagem ficcional Fernandinho - agenciado em sala de aula - e suas cartas, percebi o quanto ele, apoiado pelo nosso processo de formação, ajudou a escola a pensar outros modos de docência, conduzindo práticas inventivas no encontro com as crianças. Recordar a formação e o vivido da escola nos anos de 2012 até 2016 me fez assimilar o quanto a formação do Civitas mudou a escola - ao priorizar não somente discutir os conceitos, mas antes vivê-los na escola - e quanto os sentidos poético-ficcionais nessa formação se transmutaram em práticas investidas pela imaginação e pelo sentido de carnavalidade. E ao pensar como este nosso mundo é apresentado ao novo humano que nasce e como apresentamos a escola aos que chegam, compreendi, na pesquisa, que tanto a formação, quanto a escola e os professores se posicionam numa viagem na qual a perspectiva é de que o mundo está aí para ser inventado, num encontro festivo e triunfal, em que todos possam se sentir parte do mundo comum e nele conquistar uma presença. E assim, oscilando na ambivalência entre os modos real-necessário e poético-ficcional, percebemos o quanto a imaginação e o sentido de carnavalidade são capazes de realizar o infinitamente improvável, de tal maneira a escola foi se reinventando em suas verdades, para poder viver com as crianças um modo festivo de estarem coletivamente renascendo.In the thesis, I present a particular philosophical dialogue with M. Bakhtin and G. Bachelard, seeking to relate and apprehend the pertinent concepts for the thesis: fiction, imagination and sense of carnavality, relating them to early childhood education and continuing education. With these latent concepts, and thinking how the educational process could be constituted as an empathic collective, to welcome the new ones in the power of their excesses of humanity, I had as intention: to understand how the gear of poetic-fictional senses transmutation occurs, in in-service teacher training for inventive practices in meeting children. In order to give meaning to the problematic issues and embrace the purpose of the research, I sought, with the methodology based on Bakhtinian concepts of dialogia (listening, interpretation and alterity), to narrate, describe and think about the formation in which I participated as a teacher, manager and later as a trainer; describe imaginative possibilities of poetic-fiction creation; show how such possibilities, allied to a certain sense of carnavality, are inventive pedagogical practices in early childhood education. During the research I realized that in the in-service training with the Civitas Project - under the responsibility of Lelic / UFRGS - we invert the time, so that we can rethink ways to restart and extend the time of childhood, a time that can be carnavalized by laughter. With the fictional character Fernandinho - managed in the classroom - and his letters, I realized how he, supported by our training process, helped the school to think about other modes of teaching, leading inventive practices in the meeting. with the children. Recalling the formation and life of the school in the years 2012 to 2016 made me assimilate how much the formation of Civitas changed the school - prioritizing not only discussing the concepts, but rather living them in school - and how much the poetic-fictional meanings. in this formation they were transmuted into practices invested by imagination and the sense of carnavality. And thinking about how this world of ours is presented to the new human being born and how we present the school to those who arrive, I realized in the research that both the formation, the school and the teachers are positioned in a journey in which the perspective is that The world is here to be invented, in a festive and triumphal meeting, where everyone can feel part of the common world and gain a presence in it. And thus, oscillating in the ambivalence between the real-necessary and the poetic-fictional modes, we realize how much the imagination and the sense of carnavality are capable of realizing the infinitely unlikely, in such a way that the school has reinvented itself in its truths in order to live. with children a festive way of being collectively reborn.application/pdfporImaginaçãoSentidosFormação continuadaInfânciaImaginationSense of carnavalityFictionalContinuing educationEducationChildhoodEducação e formação continuada : entre a imaginação, a ficção e o sentido de carnavalidadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de EducaçãoPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoPorto Alegre, BR-RS2019doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001120466.pdf.txt001120466.pdf.txtExtracted Texttext/plain343797http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/216418/2/001120466.pdf.txt3a74c3a3c8d8dec19056c21fd5fb3765MD52ORIGINAL001120466.pdfTexto completoapplication/pdf5820870http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/216418/1/001120466.pdf598848a4ea06c7bd1f37e88eb9d50a91MD5110183/2164182020-12-12 05:21:03.709642oai:www.lume.ufrgs.br:10183/216418Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532020-12-12T07:21:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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