Sobrevida de pacientes com neoplasias malignas do trato gastrointestinal e o impacto de variáveis socioeconômicas e geográficas : estudo de coorte retrospectiva de pacientes de quatro centros do Rio Grande do Sul
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/253141 |
Resumo: | Introdução: Os tumores gastrointestinais são responsáveis por mais de um terço dos casos e mortes por câncer. Registros de Câncer, incluindo avaliação de sobrevida, são a maior ferramenta para compreender a dimensão do cancer e seus respectivos fatores socioeconômicos e geográficos. No Brasil, os registros hospitalares de câncer (RHC) fornecem informações de pacientes com diagnóstico confirmado de câncer e foram criados com o objetivo de avaliar o cuidado que estes pacientes recebem. Os RHCs, na sua maioria, não apresentam dados completos de sobrevida, mas podem ser fonte importante para estudos deste tipo. Por outro lado, dados clínicos e de estadiamento ao diagnóstico estão presentes nos registros dos RHCs possibilitando o uso destas bases como ferramenta importante para seu entendimento. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva incluindo pacientes do sul do Brasil com diagnóstico de um dos cinco principais tumores gastrointestinais (estômago, esôfago, colorretal, fígado e pâncreas) registrados em 4 RHCs do estado do RS, com objetivo primário a estimação da sobrevida global em 5 anos e avaliação de fatores prognósticos. Os dados dos RHCs foram linkados com dados do Sistema de Mortalidade (SIM) do RS. O método de Kaplan Meyer foi utilizado para estimar a sobrevida e modelo de Cox para avaliação de fatores prognósticos. As análises foram realizadas para cada câncer em separado. Aprovação ética foi obtida de cada centro participante. Resultados: O total de 9.781 pacientes com diagnóstico de cancer gastrointestinal entre 2005 e 2019 foram identificados. Destes, 5.222 foram incluídos neste estudo por preencherem critérios de inclusão. As estimativas de sobrevida global em 5 anos foram de 24,4% (IC95%: 21,9%-27,3%) para esôfago, 32,2% (IC95%: 29,0%-35,7%) para estômago, 57,6% (IC95%: 55,9%-59,4%) para colorretal, 13,4% (IC95%: 7,9%-22,6%) para fígado e 19,1% (IC95%: 15,5%-23,6%) para pâncreas. Cobertura de saúde pública foi fator prognóstico negativo para pacientes com cancer colorretal e de esôfago. Pacientes com cancer de pâncreas não-brancos tiveram maior risco de mortalidade. Pacientes com cancer de estômago solteiros tiveram maior risco de mortalidade. Menor distância percorrida entre residência e centro de tratamento ao 9 cancer foi associado com melhor prognóstico em pacientes com cancer de esôfago, e não impactou significativamente na sobrevida de pacientes com outros tumores. Conclusões: O presente estudo traz uma importante contribuição no cenário de sobrevida de pacientes com cancer gastrointestinal no RS. |
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Rebelatto, Taiane FrancieliZiegelmann, Patricia Klarmann2022-12-24T05:04:54Z2021http://hdl.handle.net/10183/253141001157866Introdução: Os tumores gastrointestinais são responsáveis por mais de um terço dos casos e mortes por câncer. Registros de Câncer, incluindo avaliação de sobrevida, são a maior ferramenta para compreender a dimensão do cancer e seus respectivos fatores socioeconômicos e geográficos. No Brasil, os registros hospitalares de câncer (RHC) fornecem informações de pacientes com diagnóstico confirmado de câncer e foram criados com o objetivo de avaliar o cuidado que estes pacientes recebem. Os RHCs, na sua maioria, não apresentam dados completos de sobrevida, mas podem ser fonte importante para estudos deste tipo. Por outro lado, dados clínicos e de estadiamento ao diagnóstico estão presentes nos registros dos RHCs possibilitando o uso destas bases como ferramenta importante para seu entendimento. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva incluindo pacientes do sul do Brasil com diagnóstico de um dos cinco principais tumores gastrointestinais (estômago, esôfago, colorretal, fígado e pâncreas) registrados em 4 RHCs do estado do RS, com objetivo primário a estimação da sobrevida global em 5 anos e avaliação de fatores prognósticos. Os dados dos RHCs foram linkados com dados do Sistema de Mortalidade (SIM) do RS. O método de Kaplan Meyer foi utilizado para estimar a sobrevida e modelo de Cox para avaliação de fatores prognósticos. As análises foram realizadas para cada câncer em separado. Aprovação ética foi obtida de cada centro participante. Resultados: O total de 9.781 pacientes com diagnóstico de cancer gastrointestinal entre 2005 e 2019 foram identificados. Destes, 5.222 foram incluídos neste estudo por preencherem critérios de inclusão. As estimativas de sobrevida global em 5 anos foram de 24,4% (IC95%: 21,9%-27,3%) para esôfago, 32,2% (IC95%: 29,0%-35,7%) para estômago, 57,6% (IC95%: 55,9%-59,4%) para colorretal, 13,4% (IC95%: 7,9%-22,6%) para fígado e 19,1% (IC95%: 15,5%-23,6%) para pâncreas. Cobertura de saúde pública foi fator prognóstico negativo para pacientes com cancer colorretal e de esôfago. Pacientes com cancer de pâncreas não-brancos tiveram maior risco de mortalidade. Pacientes com cancer de estômago solteiros tiveram maior risco de mortalidade. Menor distância percorrida entre residência e centro de tratamento ao 9 cancer foi associado com melhor prognóstico em pacientes com cancer de esôfago, e não impactou significativamente na sobrevida de pacientes com outros tumores. Conclusões: O presente estudo traz uma importante contribuição no cenário de sobrevida de pacientes com cancer gastrointestinal no RS.Introduction: Gastrointestinal (GI) tumors are responsible for more than one third of cancer cases and deaths. Cancer registries, including survival surveillance, are a major tool to understand the cancer burden of different regions with their socioeconomic and geographic characteristics to cancer control. In Brazil, Hospitalar Cancer Registries (Registros Hospitalares de Câncer - RHC) provide information about patients with confirmed diagnosis of cancer and were developed with the aim of evaluating the care of these patients. RHCs, in general, do not present complete survival data, but can be an important source to do it. Additionally, data regarding clinical stage at diagnosis are available at RHCs allowing the better understand of this variable. Methods: Observational retrospective cohort study including patients from South of Brazil with the main five GI tumors (colorectal, gastric, esophagus, liver, and pancreas) registered in one of the four RHCs of the state of Rio Grande do Sul, with the primary objective of estimating the 5-year overall survival and the evaluation of prognostic factors. Data from RHC were matched to SIM mortality data to survival analysis. Kaplan-Meier was used to estimate survival and Cox models were used to evaluate prognostic factors. Analyses were performed according to primary tumor site. Ethical approval was obtained from each participant center. Results: Out of 9,781 patients with diagnosis of the main GI cancer between 2005 and 2019 identified, a total of 5,222 fulfill the inclusion criteria and was included in the present analyses. In study1, 5y- overall survival (OS) rates were 24.4% (95%CI: 21.9%-27.3%) for esophagus, 32.2% (95%CI: 29.0%-35.7%) for stomach, 57.6% (95%CI: 55.9%-59.4%) for colorectum, 13.4% (95%CI: 7.9%-22.6%) for liver, and 19.1% (95%CI: 15.5%-23.6%) for pancreas. Public healthcare coverage was a negative prognostic factor in esophagus and colorectal cancer. Being non-white increased mortality risk in pancreas cancer. Being single was independently associated with mortality risk in stomach cancer. Travel distance was associated with better OS in esophagus cancer and did not impact significantly on OS of other tumors. 11 Conclusions: The present study provide an important contribution to the scenario of cancer mortality and clinical stage at diagnosis of patients with gastrointestinal tumor in Rio Grande do Sul.application/pdfporNeoplasias gastrointestinaisSobrevidaEpidemiologiaEstudos de coortesRio Grande do SulGastrointestinal tumorsOverall survivalSociodemographicTravel distanceSobrevida de pacientes com neoplasias malignas do trato gastrointestinal e o impacto de variáveis socioeconômicas e geográficas : estudo de coorte retrospectiva de pacientes de quatro centros do Rio Grande do Sulinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaPorto Alegre, BR-RS2021mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001157866.pdf.txt001157866.pdf.txtExtracted Texttext/plain121807http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/253141/2/001157866.pdf.txt0ce9eb5808676b6abfdcebd6ec13d2ebMD52ORIGINAL001157866.pdfTexto completoapplication/pdf1486013http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/253141/1/001157866.pdfc10c41df147c04333a1f2ed43a10cc86MD5110183/2531412024-03-03 05:00:54.868573oai:www.lume.ufrgs.br:10183/253141Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532024-03-03T08:00:54Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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