Avaliação do potencial do índice integrativo de desmame como preditor de extubação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/178514 |
Resumo: | Apesar de ser terapêutica fundamental no paciente com insuficiência respiratória, a ventilação mecânica (VM) é um procedimento invasivo e está associado a uma série de complicações (1). Aproximadamente 90% dos pacientes críticos necessitam de VM (2). A maioria destes pacientes requer alguma forma de desmame para a retirada do suporte ventilatório, cujo processo consome mais de 40% do tempo de VM (2-3). O momento de extubação continua sendo um dos aspectos mais desafiadores da equipe de terapia intensiva (4). O reconhecimento oportuno para o retorno à ventilação espontânea é essencial para reduzir custos e morbimortalidade (5). Vários índices preditivos estão sendo estudados na tentativa de avaliar o desfecho da retirada do suporte ventilatório. Nenhum deles apresentou bons resultados na discriminação do desfecho da extubação, mesmo os mais utilizados na prática clínica, como capacidade vital (CV), volume corrente (Vt), pressão inspiratória máxima (PiMáx), pressão de oclusão das vias aéreas (P0.1) e índice de respiração rápida superficial (IRRS) (6). Recentemente foi criado um novo índice, denominado Integrative weaning índex, índice integrativo de desmame (IWI), mostrando uma acurácia surpreendente na falha de desmame, sendo superior a outros índices. Os autores sugerem que esse índice poderia ser utilizado também na predição do desfecho de extubação (7). O objetivo do estudo é avaliar o potencial do IWI no desfecho da extubação Trata-se de um estudo transversal desenvolvido em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital público de Porto alegre, Brasil, que possui 59 leitos adultos clínico-cirúrgicos. A população final do estudo foi constituída por 153 pacientes com VM há mais de 48 horas e que foram extubados, no período de fevereiro a novembro de 2011. Foram coletados dados demográficos e parâmetros clínicos, além de índices de desmame e extubação, como complacência estática do sistema respiratório (Cst,rs), IRRS, P0.1 e IWI. A falha de extubação foi observada em 23 (15%) pacientes. Os pacientes que falharam a extubação, em comparação com os que não falharam, apresentaram mais balanço hídrico positivo (803,2ml/24hs vs 106,4ml/24hs; p 0,04) , maior grau de anemia (hemoglobina 8,1g/dL vs 9,2g/dL; p 0,013) e de acidose metabólica (bicarbonato 23,9mmol/L vs 26,7mmol/L; p 0,017). Os três resultados do IWI (imediatamente antes e 30 minutos após o teste de respiração espontânea e a diferença entre ambos), não apresentaram boa acurácia na discriminação do desfecho da extubação, com áreas sob as curvas receiver operating characteristic (ROC) de 0,49, 0,57 e 0,63 respectivamente. Os demais parâmetros ventilatórios e índices preditivos também não mostraram associação com tal desfecho. Nós concluímos que o IWI, assim como outros índices preditivos, não apresenta adequada capacidade para prever falha de extubação. |
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Corrêa, Viviane MartinsFelix, Elaine AparecidaAndrade, Cristiano Feijó2018-05-18T02:27:36Z2012http://hdl.handle.net/10183/178514001066091Apesar de ser terapêutica fundamental no paciente com insuficiência respiratória, a ventilação mecânica (VM) é um procedimento invasivo e está associado a uma série de complicações (1). Aproximadamente 90% dos pacientes críticos necessitam de VM (2). A maioria destes pacientes requer alguma forma de desmame para a retirada do suporte ventilatório, cujo processo consome mais de 40% do tempo de VM (2-3). O momento de extubação continua sendo um dos aspectos mais desafiadores da equipe de terapia intensiva (4). O reconhecimento oportuno para o retorno à ventilação espontânea é essencial para reduzir custos e morbimortalidade (5). Vários índices preditivos estão sendo estudados na tentativa de avaliar o desfecho da retirada do suporte ventilatório. Nenhum deles apresentou bons resultados na discriminação do desfecho da extubação, mesmo os mais utilizados na prática clínica, como capacidade vital (CV), volume corrente (Vt), pressão inspiratória máxima (PiMáx), pressão de oclusão das vias aéreas (P0.1) e índice de respiração rápida superficial (IRRS) (6). Recentemente foi criado um novo índice, denominado Integrative weaning índex, índice integrativo de desmame (IWI), mostrando uma acurácia surpreendente na falha de desmame, sendo superior a outros índices. Os autores sugerem que esse índice poderia ser utilizado também na predição do desfecho de extubação (7). O objetivo do estudo é avaliar o potencial do IWI no desfecho da extubação Trata-se de um estudo transversal desenvolvido em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital público de Porto alegre, Brasil, que possui 59 leitos adultos clínico-cirúrgicos. A população final do estudo foi constituída por 153 pacientes com VM há mais de 48 horas e que foram extubados, no período de fevereiro a novembro de 2011. Foram coletados dados demográficos e parâmetros clínicos, além de índices de desmame e extubação, como complacência estática do sistema respiratório (Cst,rs), IRRS, P0.1 e IWI. A falha de extubação foi observada em 23 (15%) pacientes. Os pacientes que falharam a extubação, em comparação com os que não falharam, apresentaram mais balanço hídrico positivo (803,2ml/24hs vs 106,4ml/24hs; p 0,04) , maior grau de anemia (hemoglobina 8,1g/dL vs 9,2g/dL; p 0,013) e de acidose metabólica (bicarbonato 23,9mmol/L vs 26,7mmol/L; p 0,017). Os três resultados do IWI (imediatamente antes e 30 minutos após o teste de respiração espontânea e a diferença entre ambos), não apresentaram boa acurácia na discriminação do desfecho da extubação, com áreas sob as curvas receiver operating characteristic (ROC) de 0,49, 0,57 e 0,63 respectivamente. Os demais parâmetros ventilatórios e índices preditivos também não mostraram associação com tal desfecho. Nós concluímos que o IWI, assim como outros índices preditivos, não apresenta adequada capacidade para prever falha de extubação.Although mechanical ventilation (MV) is an essential therapy for patients with respiratory failure, it is an invasive procedure and is associated with a number of complications (1). Approximately 90% of the critically ill patients require MV (2). Most of these patients require some form of weaning to remove the ventilatory support, and this process occupies over 40% of the MV time (2- 3). The time of extubation continues to be one of the most challenging aspects for the intensive care team (4). Timely recognition of return to spontaneous ventiliation is essential to reduce costs and morbidity and mortality (5). Several predictive indices are being studied in an attempt to evalute the outcome of weaning from mechanical ventilation . None of them presented good results in discriminating the extubation outcome, even those most used in clinical practices, such as vital capacity (VC), tidal volume (Vt), maximal inspiratory pressure (MIP), tracheal airway occlusion pressure (tracheal P0.1) and rapid shallow breatinh index (RSBI) (6). Recently a new index was created called IWI (integrative weaning index), showing surprising accuracy for weaning failure, and superior to all other indices. The authors suggest that this index could be used also to predict extubation outcome (7). The objective of the study is to evaluate the potential of integrative weaning index in extubation outcome This is a cross sectional study conducted in an intensive care unit (ICU) of a public hospital in Porto Alegre, Brazil, wich has 59 adult medical-surgical beds. Final population was constituted by 153 patients ventilated for more than 48 hours and extubated, during the period between February and November 2011. We collected demographic data and clinical parameters, besides weaning and extubation indeces, such as respiratory static compliance, rapid shallow breathing index, tracheal airway occlusion pressure 0.1s and integrative weaning index. Extubation failure was verified in 23 (15%) patients. Patients with extubation failure, comparing to those with extubation success, presented more positive fluid balance (803.2ml/24h vs 106.4ml/24h; p = 0.04), higher degree of anemia (hemoglobin 8.1 g/dL vs 9.2 g/dL; p = 0.013) and of metabolic acidosis (bicarbonate 23.9 mmol/L vs 26.7 mmol/L; p = 0.017). The three results of IWI (immediately before and 30 minutes after spontaneous breathing trial and the difference between them) did not show accuracy in discriminating extubation outcome, with areas under the receiver operating characteristic curves of 0.49, 0.57 and 0.63, respectively. The others ventilatory parameters and predictive indeces did not present also an association with this outcome. We concluded that IWI, like others predictive indeces, do not show adequate capacity to predict extubation failure.application/pdfporExtubaçãoDesmame do respiradorRespiração artificialAvaliação de resultado de intervenções terapêuticasMechanical ventilarionWeaningPredictive extubation indecesAvaliação do potencial do índice integrativo de desmame como preditor de extubaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências PneumológicasPorto Alegre, BR-RS2012mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001066091.pdf001066091.pdfTexto completoapplication/pdf560200http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/178514/1/001066091.pdfc4dd3d8d07a582a846bb82bb38100043MD51TEXT001066091.pdf.txt001066091.pdf.txtExtracted Texttext/plain84702http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/178514/2/001066091.pdf.txt97016081418dc263dae197d7953eb8e1MD5210183/1785142018-05-19 03:17:51.810918oai:www.lume.ufrgs.br:10183/178514Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-05-19T06:17:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Apesar de ser terapêutica fundamental no paciente com insuficiência respiratória, a ventilação mecânica (VM) é um procedimento invasivo e está associado a uma série de complicações (1). Aproximadamente 90% dos pacientes críticos necessitam de VM (2). A maioria destes pacientes requer alguma forma de desmame para a retirada do suporte ventilatório, cujo processo consome mais de 40% do tempo de VM (2-3). O momento de extubação continua sendo um dos aspectos mais desafiadores da equipe de terapia intensiva (4). O reconhecimento oportuno para o retorno à ventilação espontânea é essencial para reduzir custos e morbimortalidade (5). Vários índices preditivos estão sendo estudados na tentativa de avaliar o desfecho da retirada do suporte ventilatório. Nenhum deles apresentou bons resultados na discriminação do desfecho da extubação, mesmo os mais utilizados na prática clínica, como capacidade vital (CV), volume corrente (Vt), pressão inspiratória máxima (PiMáx), pressão de oclusão das vias aéreas (P0.1) e índice de respiração rápida superficial (IRRS) (6). Recentemente foi criado um novo índice, denominado Integrative weaning índex, índice integrativo de desmame (IWI), mostrando uma acurácia surpreendente na falha de desmame, sendo superior a outros índices. Os autores sugerem que esse índice poderia ser utilizado também na predição do desfecho de extubação (7). O objetivo do estudo é avaliar o potencial do IWI no desfecho da extubação Trata-se de um estudo transversal desenvolvido em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital público de Porto alegre, Brasil, que possui 59 leitos adultos clínico-cirúrgicos. A população final do estudo foi constituída por 153 pacientes com VM há mais de 48 horas e que foram extubados, no período de fevereiro a novembro de 2011. Foram coletados dados demográficos e parâmetros clínicos, além de índices de desmame e extubação, como complacência estática do sistema respiratório (Cst,rs), IRRS, P0.1 e IWI. A falha de extubação foi observada em 23 (15%) pacientes. Os pacientes que falharam a extubação, em comparação com os que não falharam, apresentaram mais balanço hídrico positivo (803,2ml/24hs vs 106,4ml/24hs; p 0,04) , maior grau de anemia (hemoglobina 8,1g/dL vs 9,2g/dL; p 0,013) e de acidose metabólica (bicarbonato 23,9mmol/L vs 26,7mmol/L; p 0,017). Os três resultados do IWI (imediatamente antes e 30 minutos após o teste de respiração espontânea e a diferença entre ambos), não apresentaram boa acurácia na discriminação do desfecho da extubação, com áreas sob as curvas receiver operating characteristic (ROC) de 0,49, 0,57 e 0,63 respectivamente. Os demais parâmetros ventilatórios e índices preditivos também não mostraram associação com tal desfecho. Nós concluímos que o IWI, assim como outros índices preditivos, não apresenta adequada capacidade para prever falha de extubação. |
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