Faces and metamorphoses of power: a sociography of the Portuguese ministers of education in the democratic era
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Data de Publicação: | 2014 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Educação e Pesquisa |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/88445 |
Resumo: | O presente artigo caracteriza o perfil e a trajetória social dos 27 agentes que ocuparam o cargo de ministro da Educação em Portugal, desde a revolução democrática de 1974. Busca-se, com este estudo, contribuir para a análise dos grupos, interesses e ideologias que têm governado o sistema educativo no país, nas últimas décadas. Partimos de um quadro teórico em que se cruzam os estudos a respeito das elites políticas com as pesquisas sobre políticas educativas. Após um debate acerca da volatilidade do cargo, a análise centra-se na compreensão de um padrão observado: a larga maioria dos ministros são homens, nascidos em Lisboa, formados em certas escolas e cursos, com mestrado ou doutorado. Em geral, apresentam-se como independentes, têm carreiras ligadas à docência universitária, à administração pública e, em alguns casos, também à administração de empresas e fundações. É possível, ainda assim, observar mudanças ao longo das últimas décadas, nomeadamente, quanto à área de formação: os historiadores e filósofos do período revolucionário foram substituídos por engenheiros, nos anos 1980 e 1990, e, mais recentemente, por economistas e sociólogos. A formação pós-graduada no estrangeiro, sobretudo na Inglaterra e nos Estados Unidos, também consiste em um recurso importante. Conclui-se que, apesar das mudanças geradas pelos processos democráticos, os ministros da Educação mantiveram um perfil muito específico, buscando conciliar as elites político-econômica e cultural-intelectual, mas mantendo a distinção (e tensão) relativamente ao campo educativo e aos seus agentes, em particular, aos professores do ensino básico e secundário. |
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Faces and metamorphoses of power: a sociography of the Portuguese ministers of education in the democratic eraFaces e metamorfoses do poder: uma sociografia dos ministros da educação no Portugal democráticoO presente artigo caracteriza o perfil e a trajetória social dos 27 agentes que ocuparam o cargo de ministro da Educação em Portugal, desde a revolução democrática de 1974. Busca-se, com este estudo, contribuir para a análise dos grupos, interesses e ideologias que têm governado o sistema educativo no país, nas últimas décadas. Partimos de um quadro teórico em que se cruzam os estudos a respeito das elites políticas com as pesquisas sobre políticas educativas. Após um debate acerca da volatilidade do cargo, a análise centra-se na compreensão de um padrão observado: a larga maioria dos ministros são homens, nascidos em Lisboa, formados em certas escolas e cursos, com mestrado ou doutorado. Em geral, apresentam-se como independentes, têm carreiras ligadas à docência universitária, à administração pública e, em alguns casos, também à administração de empresas e fundações. É possível, ainda assim, observar mudanças ao longo das últimas décadas, nomeadamente, quanto à área de formação: os historiadores e filósofos do período revolucionário foram substituídos por engenheiros, nos anos 1980 e 1990, e, mais recentemente, por economistas e sociólogos. A formação pós-graduada no estrangeiro, sobretudo na Inglaterra e nos Estados Unidos, também consiste em um recurso importante. Conclui-se que, apesar das mudanças geradas pelos processos democráticos, os ministros da Educação mantiveram um perfil muito específico, buscando conciliar as elites político-econômica e cultural-intelectual, mas mantendo a distinção (e tensão) relativamente ao campo educativo e aos seus agentes, em particular, aos professores do ensino básico e secundário.This article analyzes the profiles and social pathways of the 27 people who occupied the position of Minister of Education from the 1974 democratic revolution onwards as a way of exploring the groups, interests and ideologies governing the education system. It is based on a theoretical framework that combines research into political elites and education policies. After a discussion of the volatility of the position, our analysis focuses on the pattern found. The vast majority of the ministers of education have been men, born in Lisbon, educated in different schools and disciplinary fields, including a master's degree or PhD. Furthermore, most of them introduced themselves as independents and their occupations included university professors and managers, usually in the civil service but also with private companies or foundations in some cases. Nonetheless, there have been some shifts in recent decades, especially in their field of studies: historians and philosophers from the revolutionary years were replaced by ministers with degrees in engineering in the 1980s and 90s, and more recently by economists and sociologists. Graduate studies abroad, especially in England and in United States, has been an important resource. In the conclusions, we argue that, despite changes made by democratic procedures, ministers of education have preserved a very specific profile, as a way of balancing political-economic and cultural-intellectual elites, on the one hand, while maintaining a distinction (and tension) towards the compulsory and high-school education staff, on the other.Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação2014-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ep/article/view/8844510.1590/s1517-97022014041384Educação e Pesquisa; v. 40 n. 4 (2014); 1045-1060Educação e Pesquisa; Vol. 40 No. 4 (2014); 1045-1060Educação e Pesquisa; Vol. 40 Núm. 4 (2014); 1045-10601678-46341517-9702reponame:Educação e Pesquisainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ep/article/view/88445/91333Copyright (c) 2017 Educação e Pesquisainfo:eu-repo/semantics/openAccessAbrantes, PedroRoldão, Cristina2016-01-20T17:24:38Zoai:revistas.usp.br:article/88445Revistahttps://www.revistas.usp.br/ep/indexPUBhttps://www.revistas.usp.br/ep/oai||revedu@usp.br1678-46341517-9702opendoar:2016-01-20T17:24:38Educação e Pesquisa - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O presente artigo caracteriza o perfil e a trajetória social dos 27 agentes que ocuparam o cargo de ministro da Educação em Portugal, desde a revolução democrática de 1974. Busca-se, com este estudo, contribuir para a análise dos grupos, interesses e ideologias que têm governado o sistema educativo no país, nas últimas décadas. Partimos de um quadro teórico em que se cruzam os estudos a respeito das elites políticas com as pesquisas sobre políticas educativas. Após um debate acerca da volatilidade do cargo, a análise centra-se na compreensão de um padrão observado: a larga maioria dos ministros são homens, nascidos em Lisboa, formados em certas escolas e cursos, com mestrado ou doutorado. Em geral, apresentam-se como independentes, têm carreiras ligadas à docência universitária, à administração pública e, em alguns casos, também à administração de empresas e fundações. É possível, ainda assim, observar mudanças ao longo das últimas décadas, nomeadamente, quanto à área de formação: os historiadores e filósofos do período revolucionário foram substituídos por engenheiros, nos anos 1980 e 1990, e, mais recentemente, por economistas e sociólogos. A formação pós-graduada no estrangeiro, sobretudo na Inglaterra e nos Estados Unidos, também consiste em um recurso importante. Conclui-se que, apesar das mudanças geradas pelos processos democráticos, os ministros da Educação mantiveram um perfil muito específico, buscando conciliar as elites político-econômica e cultural-intelectual, mas mantendo a distinção (e tensão) relativamente ao campo educativo e aos seus agentes, em particular, aos professores do ensino básico e secundário. |
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