Práticas pedagógicas de ensinar-aprender: por entre resistências e resignações

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Franco, Maria Amélia Santoro
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Educação e Pesquisa
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/105640
Resumo: O presente artigo tem como pressuposto a consideração de que as práticas pedagógicas se configuram na mediação com o outro, ou com os outros, e é esse outro que oferece às práticas seu espaço de possibilidade. Contraditoriamente, observa-se que as práticas podem funcionar como espaço de resistência e de reverberação de múltiplas dominações; portanto, como um espaço eivado de contradições. Os dados empíricos que permitiram a construção desses pressupostos decorrem de uma pesquisa-ação pedagógica (FRANCO, 2012) realizada com docentes de ensino fundamental. A análise desses dados, realizada por meio da hermenêutica crítica, permite a discussão de três objetivos: a) analisar a abrangência e as possibilidades da prática pedagógica como espaço de contradição e de resistência; b) compreender a importância da pedagogia como ciência que pode esclarecer e indicar reflexões para as resistências que, inexoravelmente, impõem-se às práticas; e c) identificar as possibilidades da pesquisa-ação pedagógica como instrumento de mediação das contradições e como dispositivo formativo na negociação de sentidos que emergem das práxis. Conclui compreendendo que, na tensão primordial inerente ao processo de ensinar-aprender, convivem resistências e resignações; aprendizagens e possibilidades. As práticas pedagógicas operam a partir do diálogo fecundo, crítico e reflexivo, que se estabelece entre os múltiplos sujeitos, entre intencionalidades e ações. A retirada dessa esfera de reflexão crítica e do diálogo entre intencionalidades e ações implica o empobrecimento do sentido da prática educativa. Reafirma-se que os princípios fundadores da pesquisa-ação pedagógica podem auxiliar na ressignificação de práticas escolares.
id USP-11_73825869ca2ed5ff7aa67dfb636f63f0
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/105640
network_acronym_str USP-11
network_name_str Educação e Pesquisa
repository_id_str
spelling Práticas pedagógicas de ensinar-aprender: por entre resistências e resignações Pedagogical practices of teaching-learning: amid resistances and resignations O presente artigo tem como pressuposto a consideração de que as práticas pedagógicas se configuram na mediação com o outro, ou com os outros, e é esse outro que oferece às práticas seu espaço de possibilidade. Contraditoriamente, observa-se que as práticas podem funcionar como espaço de resistência e de reverberação de múltiplas dominações; portanto, como um espaço eivado de contradições. Os dados empíricos que permitiram a construção desses pressupostos decorrem de uma pesquisa-ação pedagógica (FRANCO, 2012) realizada com docentes de ensino fundamental. A análise desses dados, realizada por meio da hermenêutica crítica, permite a discussão de três objetivos: a) analisar a abrangência e as possibilidades da prática pedagógica como espaço de contradição e de resistência; b) compreender a importância da pedagogia como ciência que pode esclarecer e indicar reflexões para as resistências que, inexoravelmente, impõem-se às práticas; e c) identificar as possibilidades da pesquisa-ação pedagógica como instrumento de mediação das contradições e como dispositivo formativo na negociação de sentidos que emergem das práxis. Conclui compreendendo que, na tensão primordial inerente ao processo de ensinar-aprender, convivem resistências e resignações; aprendizagens e possibilidades. As práticas pedagógicas operam a partir do diálogo fecundo, crítico e reflexivo, que se estabelece entre os múltiplos sujeitos, entre intencionalidades e ações. A retirada dessa esfera de reflexão crítica e do diálogo entre intencionalidades e ações implica o empobrecimento do sentido da prática educativa. Reafirma-se que os princípios fundadores da pesquisa-ação pedagógica podem auxiliar na ressignificação de práticas escolares. This article presupposes that pedagogical practices are configured in the mediation with the other, or with others, and that the other offers practices his or her space of possibility. Paradoxically, practices can work as a space of resistance and reverberation of multiple dominations; therefore, as a space riddled with contradictions. The empirical data that allowed the construction of these assumptions result from pedagogical action research (FRANCO, 2012) conducted with primary education teachers. Performed by critical hermeneutics, data analysis allows the discussion of three objectives: a) to analyze the scope and possibilities of pedagogical practice as a space of contradiction and resistance; b) to understand the importance of pedagogy as science that can clarify and indicate reflections for the resistances that inexorably impose themselves on practice; and c) to identify the possibilities of pedagogical action research as an instrument of mediation of the contradictions and as a formative device in the negotiation of meanings that emerge from praxes. It concludes that, in the primordial tension inherent in the process of teaching-learning, resistances and resignations, as well as learning and possibilities coexist. Pedagogical practices operate from the fertile, critical and reflective dialogue established between multiple subjects, and between intentionalities and actions. The removal of this sphere of critical reflection and dialogue between intentionalities and actions leads to the impoverishment of the sense of educational practice. This article reaffirms that the founding principles of pedagogical action research can assist in resignifying school practices. Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação2015-09-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/xmlhttps://www.revistas.usp.br/ep/article/view/10564010.1590/S1517-9702201507140384Educação e Pesquisa; v. 41 n. 3 (2015); 601-614Educação e Pesquisa; Vol. 41 No. 3 (2015); 601-614Educação e Pesquisa; Vol. 41 Núm. 3 (2015); 601-6141678-46341517-9702reponame:Educação e Pesquisainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ep/article/view/105640/104329https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/105640/148207Copyright (c) 2017 Educação e Pesquisainfo:eu-repo/semantics/openAccessFranco, Maria Amélia Santoro2016-01-20T17:18:40Zoai:revistas.usp.br:article/105640Revistahttps://www.revistas.usp.br/ep/indexPUBhttps://www.revistas.usp.br/ep/oai||revedu@usp.br1678-46341517-9702opendoar:2016-01-20T17:18:40Educação e Pesquisa - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Práticas pedagógicas de ensinar-aprender: por entre resistências e resignações
Pedagogical practices of teaching-learning: amid resistances and resignations
title Práticas pedagógicas de ensinar-aprender: por entre resistências e resignações
spellingShingle Práticas pedagógicas de ensinar-aprender: por entre resistências e resignações
Franco, Maria Amélia Santoro
title_short Práticas pedagógicas de ensinar-aprender: por entre resistências e resignações
title_full Práticas pedagógicas de ensinar-aprender: por entre resistências e resignações
title_fullStr Práticas pedagógicas de ensinar-aprender: por entre resistências e resignações
title_full_unstemmed Práticas pedagógicas de ensinar-aprender: por entre resistências e resignações
title_sort Práticas pedagógicas de ensinar-aprender: por entre resistências e resignações
author Franco, Maria Amélia Santoro
author_facet Franco, Maria Amélia Santoro
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Franco, Maria Amélia Santoro
description O presente artigo tem como pressuposto a consideração de que as práticas pedagógicas se configuram na mediação com o outro, ou com os outros, e é esse outro que oferece às práticas seu espaço de possibilidade. Contraditoriamente, observa-se que as práticas podem funcionar como espaço de resistência e de reverberação de múltiplas dominações; portanto, como um espaço eivado de contradições. Os dados empíricos que permitiram a construção desses pressupostos decorrem de uma pesquisa-ação pedagógica (FRANCO, 2012) realizada com docentes de ensino fundamental. A análise desses dados, realizada por meio da hermenêutica crítica, permite a discussão de três objetivos: a) analisar a abrangência e as possibilidades da prática pedagógica como espaço de contradição e de resistência; b) compreender a importância da pedagogia como ciência que pode esclarecer e indicar reflexões para as resistências que, inexoravelmente, impõem-se às práticas; e c) identificar as possibilidades da pesquisa-ação pedagógica como instrumento de mediação das contradições e como dispositivo formativo na negociação de sentidos que emergem das práxis. Conclui compreendendo que, na tensão primordial inerente ao processo de ensinar-aprender, convivem resistências e resignações; aprendizagens e possibilidades. As práticas pedagógicas operam a partir do diálogo fecundo, crítico e reflexivo, que se estabelece entre os múltiplos sujeitos, entre intencionalidades e ações. A retirada dessa esfera de reflexão crítica e do diálogo entre intencionalidades e ações implica o empobrecimento do sentido da prática educativa. Reafirma-se que os princípios fundadores da pesquisa-ação pedagógica podem auxiliar na ressignificação de práticas escolares.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-09-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/105640
10.1590/S1517-9702201507140384
url https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/105640
identifier_str_mv 10.1590/S1517-9702201507140384
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/105640/104329
https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/105640/148207
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2017 Educação e Pesquisa
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2017 Educação e Pesquisa
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/xml
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação
dc.source.none.fl_str_mv Educação e Pesquisa; v. 41 n. 3 (2015); 601-614
Educação e Pesquisa; Vol. 41 No. 3 (2015); 601-614
Educação e Pesquisa; Vol. 41 Núm. 3 (2015); 601-614
1678-4634
1517-9702
reponame:Educação e Pesquisa
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Educação e Pesquisa
collection Educação e Pesquisa
repository.name.fl_str_mv Educação e Pesquisa - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv ||revedu@usp.br
_version_ 1787713810084134912