É a ciência a razão em ação ou ação social sem razão?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Scientiae Studia (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/11168 |
Resumo: | Este artigo rechaça a proposta da sociologia cognitiva da ciência de explicar a ciência, inclusive o conteúdo de suas teorias, como subproduto de causas sociais. Além do mais, examina por que há um claro e total descasamento entre a visão de ciência, fortemente internalista, perfilhada pela maioria dos cientistas naturais, e o modo externalista - tudo na ciência se explica por causas sociais - com que é reconstruída pelos defensores do socioconstrutivismo. Este artigo esposa a tese de que a abordagem adotada pela sociologia cognitiva da ciência introduz implicitamente o conceito manheimiano de desmascaramento, ao desqualificar a compreensão que os cientistas têm do que fazem: são determinados por causas em suas rotinas de pesquisas, mas se vêem movidos por razões. A retomada dessa velha tradição em ciências sociais - de desmascarar o modo com que os agentes veem a si mesmos e atribuem significado e razões a suas ações - precisa ser avaliada criticamente por uma metaciência interessada em descobrir os modos típicos com que pode se dar a interação entre razões e fatores e em evitar a tentação de reduzir o epistêmico ao social. |
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É a ciência a razão em ação ou ação social sem razão? Razões epistêmicasFatores psicossociaisAção humanaDesmascaramentoFunção manifestaFunção latenteEpistemic reasonsPsychological and social factorsHuman actionUnmaskingManifest functionLatent function Este artigo rechaça a proposta da sociologia cognitiva da ciência de explicar a ciência, inclusive o conteúdo de suas teorias, como subproduto de causas sociais. Além do mais, examina por que há um claro e total descasamento entre a visão de ciência, fortemente internalista, perfilhada pela maioria dos cientistas naturais, e o modo externalista - tudo na ciência se explica por causas sociais - com que é reconstruída pelos defensores do socioconstrutivismo. Este artigo esposa a tese de que a abordagem adotada pela sociologia cognitiva da ciência introduz implicitamente o conceito manheimiano de desmascaramento, ao desqualificar a compreensão que os cientistas têm do que fazem: são determinados por causas em suas rotinas de pesquisas, mas se vêem movidos por razões. A retomada dessa velha tradição em ciências sociais - de desmascarar o modo com que os agentes veem a si mesmos e atribuem significado e razões a suas ações - precisa ser avaliada criticamente por uma metaciência interessada em descobrir os modos típicos com que pode se dar a interação entre razões e fatores e em evitar a tentação de reduzir o epistêmico ao social. This article rejects the ambitious proposal made by cognitive sociology of science of explaining science, including the content of its theories, as a byproduct of social causes. Besides, this article examines why there is a clear and pronounced gap between the view of science, strongly internalist, endorsed by the vast majority of natural scientists, and the externalist view - everything in science is explainable by means of social causes - adopted by social constructivism. This paper holds the thesis that the approach adopted by the cognitive sociology of science introduces implicitly Manheim's concept of unmasquing in so far as it disqualifies the understanding scientists have of what they do: they are determined by factors in their research routines, but they think they are moved by reasons. The retaking of this old explanatory tradition in social sciences - that of unmasking the way agents see themselves and give meaning and reasons to their actions - needs to be critically evaluated by a metascience interested in discovering the typical ways reasons and factors can interact and in avoiding the temptation of reducing the epistemic to the social. Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2009-03-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ss/article/view/1116810.1590/S1678-31662009000100006Scientiae Studia; v. 7 n. 1 (2009); 105-134Scientiae Studia; Vol. 7 Núm. 1 (2009); 105-134Scientiae Studia; Vol. 7 No. 1 (2009); 105-1342316-89941678-3166reponame:Scientiae Studia (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ss/article/view/11168/12936Oliva, Albertoinfo:eu-repo/semantics/openAccess2014-09-08T11:16:33Zoai:revistas.usp.br:article/11168Revistahttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1678-3166&lng=pt&nrm=isoPUBhttps://www.revistas.usp.br/ss/oaiariconda@usp.br2316-89941678-3166opendoar:2014-09-08T11:16:33Scientiae Studia (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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