Uma analista do discurso no espectro de tratamentos do autismo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guirado, Marlene
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
eng
Título da fonte: Psicologia USP (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/psicousp/article/view/145559
Resumo: Este artigo apresenta a análise de discurso como possibilidade de atendimento clínico a crianças com diagnóstico de autismo, o que pode parecer paradoxal, dadas as conhecidas dificuldades de fala nesses casos. O campo conceitual que sustenta essa discussão é o da análise institucional do discurso, que parte do pressuposto de que a clínica é uma instituição em que se exercem lugares de enunciação e se movem expectativas entre os parceiros da cena discursiva, ocasião de análise. Os sentidos se constituiriam, também por suposto, no contexto concreto desse dispositivo, que é, por filiação ao pensamento de Foucault, tomado como discurso-ato. Deriva daí a tese que permitiria atingir pacientes com autismo: mesmo que não falem, fazem o discurso da sessão, assim como o terapeuta. O brincar, por implicação, será então considerado como ato discursivo: procedimento a delimitar lugares no exercício da enunciação. Discute-se, ainda, sua ação terapêutica.
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Os sentidos se constituiriam, também por suposto, no contexto concreto desse dispositivo, que é, por filiação ao pensamento de Foucault, tomado como discurso-ato. Deriva daí a tese que permitiria atingir pacientes com autismo: mesmo que não falem, fazem o discurso da sessão, assim como o terapeuta. O brincar, por implicação, será então considerado como ato discursivo: procedimento a delimitar lugares no exercício da enunciação. Discute-se, ainda, sua ação terapêutica. Este artículo plantea el análisis del discurso como una posibilidad de la atención clínica a los niños diagnosticados con autismo, lo que podría parecer paradójico, teniendo en cuenta las dificultades conocidas del habla en esos casos. El campo conceptual que apoya esta discusión es el del análisis institucional del discurso, que parte del supuesto de que la clínica es una institución en que se ejercen lugares de enunciación y se mueven las expectativas entre los aliados de la escena discursiva, ocasión de análisis. Los sentidos también se constituirían, por supuesto, en el contexto especifico de este dispositivo. Dispositivo, que es, por una afiliación al pensamiento de M. Foucault, tomado como acto discursivo. De ahí deriva la tesis que permitiría llegar a pacientes con autismo: aunque no hablen, realizan el discurso de la sesión; del mismo modo que el terapeuta. El jugar, por implicación, se considerará como acto discursivo: el procedimiento para delimitar lugares en el ejercicio de la enunciación. Incluso más: se discute su acción terapéutica. This article evinces discourse analysis as a possibility for the clinical care of children diagnosed with autism, which may seem contradictory given the known speech difficulties present in these cases. The conceptual field on which this discussion is based is the institutional analysis of discourse, starting from the assumption that a clinic is an institution where utterance and expectations shift between partners of the discursive scene, which is the context analyzed. The senses would also supposedly be part of the material context of such apparatus, which is, using Foucault’s thinking, considered a speech-act. From there arises the thesis that would allow reaching patients with autism: even though they do not speak, they take part in the session’s discourse, just as the therapist. Playing, consequently, will be considered a speech act: a procedure outlining places during the practice of utterance. Its therapeutic action is also discussed. Cet article présente l’analyse du discours comme possibilité de soins cliniques aux enfants atteints d’autisme diagnostiqué, ce qui pourrait sembler paradoxal, étant donné les connues difficultés de parole dans ces cas. Le champ conceptuel qui soutient cette discussion est l’analyse institutionnelle du discours, celle-ci suppose la clinique comme une institution où sont exercés les lieux d’énonciation et où les expectatives entre les partenaires se modifient dans la scène discursive, occasion de l’analyse. Les sens se constitueraient, également, dans le contexte concret de ce dispositif qui est, grâce à une affiliation à la pensée de M. Foucault, entendu comme discours-acte. On arrive donc à la thèse qui nous permet de soigner les patient atteints d’autisme : même si eux ne parlent pas, ils font le discours de la session, ainsi que le thérapeute. L’acte de jouer, par implication, sera alors considéré comme un acte de discours : la procédure qui délimite les lieux dans l’exercice d’énonciation. Et plus : on présente son action thérapeutique.Universidade de São Paulo. Instituto de Psicologia2018-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/psicousp/article/view/14555910.1590/0103-656420170056Psicologia USP; v. 29 n. 1 (2018); 135-145Psicologia USP; Vol. 29 No. 1 (2018); 135-145Psicologia USP; Vol. 29 Núm. 1 (2018); 135-1451678-51770103-6564reponame:Psicologia USP (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporenghttps://www.revistas.usp.br/psicousp/article/view/145559/139542https://www.revistas.usp.br/psicousp/article/view/145559/139543Copyright (c) 2018 Psicologia USPinfo:eu-repo/semantics/openAccessGuirado, Marlene2018-04-24T12:26:39Zoai:revistas.usp.br:article/145559Revistahttps://www.revistas.usp.br/psicouspPUBhttps://www.revistas.usp.br/psicousp/oairevpsico@usp.br1678-51770103-6564opendoar:2018-04-24T12:26:39Psicologia USP (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
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