Revolvendo as raízes da antropologia: algumas reflexões sobre “relações"

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Strathern, Marilyn
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de antropologia (São Paulo. Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/116918
Resumo: Há cerca de sessenta anos, Raymond Firth pensava ser necessário afirmar que as relações sociais não podem ser observadas pelo etnógrafo; elas podem ser inferidas apenas a partir das interações entre as pessoas. Era preciso abstração. Outros pensavam que o problema era de concretização,  e recorriam, por sua vez, à personificação. Ao mesmo tempo, Firth referia-se, sem qualquer problematização, a relações em abstrato ao comparar, por exemplo, padrões econômicos e morais. Essas questões não teriam sido estranhas a Hume e outros expoentes do Iluminismo escocês, que se debruçaram sobre o poder das relações no entendimento (humano) e na narrativa (acadêmica), assim como na empatia interpessoal. Neste artigo, evoca-se um período anterior no Iluminismo europeu em geral, entre outras coisas, por conta de seu interesse em narrativas sobre o “desconhecido”. Nessa época, encontramos também algumas peculiaridades da língua inglesa, que estava sendo apropriada por muitos escoceses. No que diz respeito às “relações” no século XVIII, esses usos adensam o enredo, com implicações ainda provocadoras.
id USP-55_233af6895d356f4e6ed1dfc72dcc20bd
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/116918
network_acronym_str USP-55
network_name_str Revista de antropologia (São Paulo. Online)
repository_id_str
spelling Revolvendo as raízes da antropologia: algumas reflexões sobre “relações"Digging Around in the Roots of Anthropology: Some Reflections on ‘Relations’RelaçõesRaymond FirthIluminismo EscocêsAbstração.AntropologiaRelationsRaymond FirthScottish EnlightenmentAbstractionHá cerca de sessenta anos, Raymond Firth pensava ser necessário afirmar que as relações sociais não podem ser observadas pelo etnógrafo; elas podem ser inferidas apenas a partir das interações entre as pessoas. Era preciso abstração. Outros pensavam que o problema era de concretização,  e recorriam, por sua vez, à personificação. Ao mesmo tempo, Firth referia-se, sem qualquer problematização, a relações em abstrato ao comparar, por exemplo, padrões econômicos e morais. Essas questões não teriam sido estranhas a Hume e outros expoentes do Iluminismo escocês, que se debruçaram sobre o poder das relações no entendimento (humano) e na narrativa (acadêmica), assim como na empatia interpessoal. Neste artigo, evoca-se um período anterior no Iluminismo europeu em geral, entre outras coisas, por conta de seu interesse em narrativas sobre o “desconhecido”. Nessa época, encontramos também algumas peculiaridades da língua inglesa, que estava sendo apropriada por muitos escoceses. No que diz respeito às “relações” no século XVIII, esses usos adensam o enredo, com implicações ainda provocadoras.Some sixty years ago Raymond Firth thought it was necessary to point out that social relations could not be seen by the ethnographer, they could only be inferred from people’s interactions. Abstraction was necessary. – Others have thought making concrete was the problem, and resorted instead to personification. – At the same time Firth unproblematically talked of relations in the abstract when he was comparing (for example) economic and moral standards. The issues would not have been unfamiliar to Hume, and other luminaries of the Scottish Enlightenment, who dwelt on the power of relations in (human) understanding and (scholarly) narrative, as well as interpersonal empathy. At this early stage of the article, it seems appropriate to evoke an antecedent period in the European Enlightenment at large, among other things for its interest in narratives of the ‘unknown’. We also find in this epoch some peculiarities in the English language that many Scots were making their own. These usages thicken the plot as far as ‘relations’ in the eighteenth century go, with implications that still tease usUniversidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2016-06-28info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/11691810.11606/2179-0892.ra.2016.116918Revista de Antropologia; v. 59 n. 1 (2016); 224-257Revista de Antropologia; Vol. 59 No 1 (2016); 224-257Revista de Antropologia; Vol. 59 Núm. 1 (2016); 224-257Revista de Antropologia; Vol. 59 No. 1 (2016); 224-2571678-98570034-7701reponame:Revista de antropologia (São Paulo. Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/116918/120068Copyright (c) 2016 Revista de Antropologiahttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessStrathern, Marilyn2020-12-01T23:31:24Zoai:revistas.usp.br:article/116918Revistahttp://www.revistas.usp.br/raPUBhttp://www.revistas.usp.br/ra/oairevista.antropologia.usp@gmail.com||revant@edu.usp.br1678-98570034-7701opendoar:2020-12-01T23:31:24Revista de antropologia (São Paulo. Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Revolvendo as raízes da antropologia: algumas reflexões sobre “relações"
Digging Around in the Roots of Anthropology: Some Reflections on ‘Relations’
title Revolvendo as raízes da antropologia: algumas reflexões sobre “relações"
spellingShingle Revolvendo as raízes da antropologia: algumas reflexões sobre “relações"
Strathern, Marilyn
Relações
Raymond Firth
Iluminismo Escocês
Abstração.
Antropologia
Relations
Raymond Firth
Scottish Enlightenment
Abstraction
title_short Revolvendo as raízes da antropologia: algumas reflexões sobre “relações"
title_full Revolvendo as raízes da antropologia: algumas reflexões sobre “relações"
title_fullStr Revolvendo as raízes da antropologia: algumas reflexões sobre “relações"
title_full_unstemmed Revolvendo as raízes da antropologia: algumas reflexões sobre “relações"
title_sort Revolvendo as raízes da antropologia: algumas reflexões sobre “relações"
author Strathern, Marilyn
author_facet Strathern, Marilyn
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Strathern, Marilyn
dc.subject.por.fl_str_mv Relações
Raymond Firth
Iluminismo Escocês
Abstração.
Antropologia
Relations
Raymond Firth
Scottish Enlightenment
Abstraction
topic Relações
Raymond Firth
Iluminismo Escocês
Abstração.
Antropologia
Relations
Raymond Firth
Scottish Enlightenment
Abstraction
description Há cerca de sessenta anos, Raymond Firth pensava ser necessário afirmar que as relações sociais não podem ser observadas pelo etnógrafo; elas podem ser inferidas apenas a partir das interações entre as pessoas. Era preciso abstração. Outros pensavam que o problema era de concretização,  e recorriam, por sua vez, à personificação. Ao mesmo tempo, Firth referia-se, sem qualquer problematização, a relações em abstrato ao comparar, por exemplo, padrões econômicos e morais. Essas questões não teriam sido estranhas a Hume e outros expoentes do Iluminismo escocês, que se debruçaram sobre o poder das relações no entendimento (humano) e na narrativa (acadêmica), assim como na empatia interpessoal. Neste artigo, evoca-se um período anterior no Iluminismo europeu em geral, entre outras coisas, por conta de seu interesse em narrativas sobre o “desconhecido”. Nessa época, encontramos também algumas peculiaridades da língua inglesa, que estava sendo apropriada por muitos escoceses. No que diz respeito às “relações” no século XVIII, esses usos adensam o enredo, com implicações ainda provocadoras.
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016-06-28
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/116918
10.11606/2179-0892.ra.2016.116918
url https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/116918
identifier_str_mv 10.11606/2179-0892.ra.2016.116918
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/116918/120068
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2016 Revista de Antropologia
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2016 Revista de Antropologia
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
dc.source.none.fl_str_mv Revista de Antropologia; v. 59 n. 1 (2016); 224-257
Revista de Antropologia; Vol. 59 No 1 (2016); 224-257
Revista de Antropologia; Vol. 59 Núm. 1 (2016); 224-257
Revista de Antropologia; Vol. 59 No. 1 (2016); 224-257
1678-9857
0034-7701
reponame:Revista de antropologia (São Paulo. Online)
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Revista de antropologia (São Paulo. Online)
collection Revista de antropologia (São Paulo. Online)
repository.name.fl_str_mv Revista de antropologia (São Paulo. Online) - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv revista.antropologia.usp@gmail.com||revant@edu.usp.br
_version_ 1797242189249511424