“Um mundo onde caibam muitos mundos”: as palavras verdadeiras de educadores zapatistas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de antropologia (São Paulo. Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/210610 |
Resumo: | A máxima zapatista “por um mundo onde caibam muitos mundos” ressoa entre movimentos e acadêmicos, especialmente aqueles envolvidos na defesa das autonomias, da justiça climática e do pluriverso. Experimentamos, nesse artigo, pensar tal máxima a partir de etnografia realizada com educadores zapatistas tzotzil no Caracol de Oventic, articulando os “muitos mundos” no zapatismo. As Declarações zapatistas chamam para a composição nas diferenças, unindo a autonomia local à crítica anticapitalista e abrem possibilidades de uma reinvenção metafísica das práticas que habilitam o Antropoceno. Há um deslocamento de alguns termos chaves - como palavras, mundo, verdade - e de outros que são caros às filosofias políticas do ocidente - como trabalho, capitalismo, humano. O mundo do poderoso é um mundo falso, que enfraquece e tira o lugar de outros mundos e palavras verdadeiras. O mundo de muitos mundos não deve ser uma propriedade ou recurso, mas um lugar ao qual os seres verdadeiros (humanos e outros que humanos) pertencem. |
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“Um mundo onde caibam muitos mundos”: as palavras verdadeiras de educadores zapatistas“A world of many worlds”: the true words of zapatista educators“Un mundo donde quepan muchos mundos”: las palabras verdaderas de educadores zapatistasZapatismoPluralismoAntropocenoEtnografiaChiapasZapatismoPluralismoAntropocenoEtnografiaChiapasZapatismPluralismAnthropoceneEthnographyChiapasA máxima zapatista “por um mundo onde caibam muitos mundos” ressoa entre movimentos e acadêmicos, especialmente aqueles envolvidos na defesa das autonomias, da justiça climática e do pluriverso. Experimentamos, nesse artigo, pensar tal máxima a partir de etnografia realizada com educadores zapatistas tzotzil no Caracol de Oventic, articulando os “muitos mundos” no zapatismo. As Declarações zapatistas chamam para a composição nas diferenças, unindo a autonomia local à crítica anticapitalista e abrem possibilidades de uma reinvenção metafísica das práticas que habilitam o Antropoceno. Há um deslocamento de alguns termos chaves - como palavras, mundo, verdade - e de outros que são caros às filosofias políticas do ocidente - como trabalho, capitalismo, humano. O mundo do poderoso é um mundo falso, que enfraquece e tira o lugar de outros mundos e palavras verdadeiras. O mundo de muitos mundos não deve ser uma propriedade ou recurso, mas um lugar ao qual os seres verdadeiros (humanos e outros que humanos) pertencem.La máxima zapatista “por un mundo donde quepan muchos mundos” resuena entre movimientos y académicos, en especial los involucrados en la defensa de las autonomías, la justicia climática y el pluriverso. En este artículo tratamos de pensar esta máxima a partir de una etnografía realizada con educadores tzotziles zapatistas en el Caracol de Oventic, articulando los “muchos mundos” en el zapatismo. Las Declaraciones Zapatistas llaman a la composición de las diferencias, uniendo la autonomía local con la crítica anticapitalista y abriendo posibilidades para una reinvención metafísica de las prácticas que posibilitaron el Antropoceno. Hay un desplazamiento de algunos términos clave, como palabras, mundo, verdad, y otros que son caros a las filosofías políticas occidentales, como trabajo, capitalismo, humano. El mundo de los poderosos es un mundo falso, que debilita y toma el lugar de otros mundos y palabras verdaderas. El mundo de muchos mundos no está destinado a ser una propiedad o un recurso, sino un lugar al que pertenecen los verdaderos seres (humanos y no humanos). The Zapatista maxim “for a world of many worlds” resonates among movements and academics, especially those involved in the defense of autonomies, climate justice and the pluriverse. In this article, we try to think about this maxim based on ethnography carried out with tzotzil zapatista educators in Caracol de Oventic, articulating the “many worlds” in zapatismo. The Zapatista Declarations call for the composition of differences, uniting local autonomy with anti-capitalist criticism and opening up possibilities for a metaphysical reinvention of the practices that enabled the Anthropocene. There is a displacement of some key terms - such as words, world, truth - and others that are dear to western political philosophies - such as work, capitalism, human. The world of the powerful is a false world, which weakens and takes the place of other worlds and true words. The world of many worlds is not meant to be a property or resource, but a place where true beings (human and other than human) belong.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2023-12-14info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontextoapplication/pdftext/xmlhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/21061010.11606/1678-9857.ra.2022.210610Revista de Antropologia; v. 66 (2023)Revista de Antropologia; Vol. 66 (2023)Revista de Antropologia; Vol. 66 (2023)Revista de Antropologia; Vol. 66 (2023)1678-98570034-7701reponame:Revista de antropologia (São Paulo. Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/210610/201188https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/210610/201189Copyright (c) 2023 Revista de Antropologiahttps://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessMorel, Ana Paula Massadar2023-12-15T10:59:44Zoai:revistas.usp.br:article/210610Revistahttp://www.revistas.usp.br/raPUBhttp://www.revistas.usp.br/ra/oairevista.antropologia.usp@gmail.com||revant@edu.usp.br1678-98570034-7701opendoar:2023-12-15T10:59:44Revista de antropologia (São Paulo. Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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